Saúde
Eugenia Abortiva: O Silêncio que Elimina os Indesejáveis
Vivemos numa era em que os avanços da medicina genética e os testes pré-natais trouxeram conquistas inegáveis à saúde materno-infantil. No entanto, também revelaram uma face obscura da sociedade moderna: a crescente aceitação da eugenia abortiva — uma prática sistemática de eliminação de vidas consideradas “imperfeitas” ainda no ventre materno. A expressão pode parecer forte, mas é a mais apropriada quando analisamos o que está acontecendo com os bebês diagnosticados com Trissomia 21 (síndrome de Down) e outras condições genéticas na Europa e em muitos outros lugares. Leia também: O Papel da Igreja na Prevenção do Suicídio entre Pessoas Autistas Em países como Islândia, Dinamarca, Holanda e Reino Unido, os…
Por Que Faço Terapia: Entre a Razão, a Fé e a Dor
Vivemos em uma época marcada por paradoxos. De um lado, nunca se falou tanto sobre saúde mental; de outro, nunca estivemos tão doentes emocionalmente. O sujeito contemporâneo, pressionado pelas exigências do desempenho, do consumo e da constante comparação nas redes, carrega um fardo psíquico que o adoece silenciosamente. Diante disso, é legítimo e urgente perguntar: sob qual ponto de vista é justificável que eu — ou qualquer um — faça sessões de terapia, busque ajuda psiquiátrica e se preocupe com a saúde mental? Leia também: Problemas da Teoria dos Quatro Temperamentos A psicologia responde de forma clara: corpo e mente não são entidades separadas. Somos integrais, e tudo o que…
A Concha, o Corpo e o Silêncio: Crônica para os Esquecidos do Mar da Deficiência
“As pessoas se esquecem das criaturas que vivem dentro das conchas”1.A frase passou pelo filme como o vento que atravessa uma cortina leve — quase imperceptível, mas suficiente para causar um estremecer na alma. E ficou. Não como uma lembrança, mas como uma ferida aberta. Uma sentença silenciosa escrita nas paredes úmidas das casas onde moram aqueles que não aparecem, aqueles que não performam, aqueles que não são lembrados porque não conseguem ser vistos. Leia também: Pessoas com deficiência e fé cristã A concha é metáfora, mas também é matéria. Ela é forma, mas sobretudo é existência. Para muitos de nós, ela não é um invólucro descartável. É carne, é…
O Aumento de Ar-Condicionados e a Responsabilidade do Reino de Deus
Introdução: O Calor que Divide e a Criação que Clama O Brasil caminha para um futuro onde 160 milhões de aparelhos de ar-condicionado estarão em uso até 2050, um aumento de 350% em relação aos 36 milhões atuais 1. Esse crescimento, impulsionado por ondas de calor extremas e desigualdades socioeconômicas, não é apenas um problema ambiental, mas um desafio teológico e moral. Como cristãos, somos chamados a refletir sobre nossa responsabilidade diante da criação que “geme” (Romanos 8:22) e dos irmãos que sofrem sob o peso do calor injusto. Este artigo une dados científicos, reflexão bíblica e ética prática para confrontar nossa indiferença e propor caminhos de redenção. I. A Realidade…
O Papel da Igreja na Prevenção do Suicídio entre Pessoas Autistas
Nos últimos anos, muito tem se falado sobre a importância de a igreja se posicionar como pró-vida, especialmente em debates relacionados ao aborto e à dignidade de cada vida. Contudo, para muitas igrejas, essa defesa da vida, que poderia e deveria ser uma postura integral, tem se mostrado limitada ao começo da existência e, em muitos casos, se restringe a uma visão parcial de quem realmente precisa de apoio. No entanto, diante da alarmante taxa de suicídio entre pessoas autistas, questiono: será que estamos verdadeiramente comprometidos em defender a vida daqueles que estão entre nós, lutando diariamente para se manterem firmes? Leia também: Como Ajudar Alguém com Ideações Suicidas Um…
Quando o Setembro Amarelo Desbota
O calendário avança, e com ele setembro se despede, levando consigo as campanhas, os cartazes e os discursos que pintam o mês de amarelo. O amarelo que ilumina as consciências sobre uma realidade sombria: o suicídio. Mas é um amarelo que desbota, que se esvanece com a folhinha virada no último dia do mês. Como se a dor também pudesse ser arquivada, como se o sofrimento humano pudesse obedecer aos ciclos do calendário. Em setembro, as igrejas falam, as escolas se mobilizam, as empresas organizam palestras, como se, por algum instante, o mundo parasse para prestar atenção naqueles que, em silêncio, gritam por ajuda. E então o mês se vai,…