Sociedade

  • A imagem mostra uma mãe e uma filha se abraçando de forma carinhosa e acolhedora. No fundo, há uma parede com uma cruz de madeira e a palavra "Amor" iluminada em luz amarela, criando um clima aconchegante, sereno e cheio de significado. Também há uma pequena mesa com um vaso de flores, reforçando a ideia de cuidado, afeto e espiritualidade. A cena transmite uma forte mensagem de aceitação, empatia e amor incondicional.
    Crítica,  Sociedade

    Deus Odeia? A Contradição dos que Falam por Deus

    Assisti a um vídeo profundamente desconcertante. Nele, uma jovem pergunta à mãe o que ela pensa sobre relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. A resposta vem cortante: “Eu respeito, mas Deus odeia.” A conversa progride até a revelação da filha: ela é lésbica. A mãe, em aparente dilema, repete: “Filha, eu te amo, mas Deus odeia isso.” Essa frase — aparentemente equilibrada — revela uma fratura teológica e humana. Há uma tentativa de manter o afeto, mas sem abrir mão do julgamento. Como se o amor fosse possível sem aceitação. Como se o afeto pudesse coexistir com o ódio divino terceirizado. Comecemos do princípio: Deus é amor (1Jo 4.8). Não…

  • A imagem retrata uma praça vazia em clima de outono, com folhas secas espalhadas pelo chão. Os bancos de madeira estão abandonados, sobre alguns deles há objetos esquecidos, como um cachecol colorido, bolas de tricô e novelos, além de jornais abertos e dobrados pelo chão. A luz suave do fim da tarde projeta sombras longas das árvores e dos bancos, criando uma atmosfera melancólica e silenciosa. A ausência de pessoas sugere um abandono simbólico, como se aqueles que frequentavam o lugar tivessem, subitamente, desaparecido. A cena transmite solidão, ausência e reflexão sobre o tempo e o esquecimento.
    Sociedade

    A Greve dos Idosos: Uma Sátira Fatídica e Inevitável

    Durante décadas, as greves dominaram o cenário social como um método legítimo e barulhento de resistência. Operários pararam fábricas, professores largaram o giz, caminhoneiros trancaram as estradas, artistas cruzaram os braços em silêncio performático. Até mesmo as crianças aprenderam a arte da resistência precoce ao se negarem a ir à escola, protestando contra merendas ruins e provas de matemática. Mães cansadas fizeram greve de afazeres domésticos; pais exauridos decretaram luto à paternidade ativa por um fim de semana. Tudo isso com cartazes, hashtags, panelas batendo e o sempre útil “não sairemos daqui até que…”. Mas havia uma classe invisível, esquecida no meio da balbúrdia de demandas: os idosos. — Greve…

  • A imagem mostra um cenário sombrio e desolado, com um céu nublado e atmosfera pesada. No centro, há uma cruz de madeira quebrada, caída e amarrada com correntes enferrujadas, simbolizando opressão, prisão e decadência. Ao fundo, no topo de uma colina, destaca-se uma cruz iluminada por uma luz suave, sugerindo esperança, resistência ou redenção em meio ao caos. Espalhadas pelo cenário estão várias bandeiras com símbolos do nazismo, do colonialismo e de outros movimentos opressores. Cruzes simples estão fincadas no chão, representando sofrimento, morte e a história manchada de sangue. O contraste entre a cruz acorrentada no primeiro plano e a cruz iluminada ao fundo transmite uma poderosa crítica à aliança histórica da religião institucionalizada com sistemas de opressão, enquanto sugere que a verdadeira fé sobrevive além dessas estruturas corrompidas.
    Artigo,  Sociedade

    Cristianismo e Igreja: Colonialismo e Escravidão

    A história da igreja cristã, tanto católica quanto protestante, é marcada por paradoxos profundos que desafiam a pureza da fé proclamada por Jesus Cristo. Enquanto a mensagem do Evangelho é de libertação, amor ao próximo e justiça, a instituição e seus representantes frequentemente estiveram do lado do poder opressor, da exclusão e da violência. Uma análise bíblico-teológica, histórica e crítica revela como a verdadeira fé cristã foi frequentemente sufocada ou deturpada por interesses humanos, deixando um legado ambíguo que ainda ecoa nos dias atuais. Leia também: Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado 1. A Igreja e a Escravidão: A Contradição do Corpo de Cristo A Bíblia ensina que todos…

  • A imagem mostra um pastor negro pregando com seriedade em uma igreja simples, de arquitetura tradicional. Ele está de pé atrás de um púlpito de madeira, com um microfone, enquanto a congregação — composta principalmente por crianças e adolescentes negros — ouve atentamente. Um feixe suave de luz solar atravessa uma janela em estilo gótico, iluminando o ambiente com uma atmosfera de paz, reverência e esperança. A cena transmite acolhimento, resistência e a importância da representatividade no espaço religioso.
    Sociedade

    Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado

    Há um silêncio cúmplice que ecoa nos púlpitos das igrejas evangélicas brasileiras. Um silêncio que não é de reverência, mas de omissão. Um silêncio quase ensurdecedor diante do clamor de irmãos e irmãs que carregam na pele a marca de uma cor que ainda hoje é marginalizada, ignorada, agredida. Falar sobre racismo na igreja não é trazer “pauta política” ao altar — é, antes, responder bíblica e profeticamente ao clamor da justiça. É cumprir o evangelho. Leia também: Blackface: A Arte da Humilhação Infelizmente, quando se menciona racismo em muitos ambientes evangélicos, logo surgem vozes defensivas: “isso é lacração”, “isso é marxismo”, “isso é ideologia”. Mas o que deveria ser…

  • Imagem impactante de uma favela sofrendo com o aumento do calor: mostre casas simples, telhados de zinco refletindo o sol intenso, crianças e idosos buscando alívio com ventiladores improvisados ou bacias de água. No fundo, inclua uma cidade moderna com prédios e ar-condicionados, destacando o contraste entre o conforto de alguns e o sofrimento de muitos. Use cores quentes (tons de laranja e vermelho) para transmitir a sensação de calor opressivo, mas adicione elementos de esperança, como árvores sendo plantadas ou painéis solares, simbolizando soluções sustentáveis e justiça climática.
    Ecologia,  Saúde,  Sociedade

    O Aumento de Ar-Condicionados e a Responsabilidade do Reino de Deus

    Introdução: O Calor que Divide e a Criação que Clama O Brasil caminha para um futuro onde 160 milhões de aparelhos de ar-condicionado estarão em uso até 2050, um aumento de 350% em relação aos 36 milhões atuais 1. Esse crescimento, impulsionado por ondas de calor extremas e desigualdades socioeconômicas, não é apenas um problema ambiental, mas um desafio teológico e moral. Como cristãos, somos chamados a refletir sobre nossa responsabilidade diante da criação que “geme” (Romanos 8:22) e dos irmãos que sofrem sob o peso do calor injusto. Este artigo une dados científicos, reflexão bíblica e ética prática para confrontar nossa indiferença e propor caminhos de redenção. I. A Realidade…

  • Sociedade

    Whiteface: Ironia e Resistência

    O debate sobre whiteface, quando uma pessoa negra pinta o rosto de branco, levanta questões que vão além da superfície. Ao contrário do blackface, o whiteface não pode ser classificado como racismo. Para compreender essa diferença, é essencial entender o que o racismo realmente significa. Racismo não é apenas um preconceito individual, mas uma questão estrutural e histórica, enraizada na opressão sistemática de grupos marginalizados. Nesse contexto, a população negra sofreu – e continua sofrendo – com as consequências devastadoras do racismo: escravidão, segregação, genocídio cultural, exclusão econômica, entre outras formas de violência e desumanização. Leia também: Blackface: A Arte da Humilhação O blackface, historicamente, foi uma ferramenta de dominação.…