Teologia da Deficiência

  • A imagem apresenta uma cena dramática e simbólica em estilo barroco, retratando um sacerdote do Antigo Testamento em profunda oração. Ele está com os olhos vendados, sugerindo cegueira ou exclusão ritual conforme os critérios de Levítico 21:16–23. Vestindo ricas vestes sacerdotais bordadas em dourado, ele se apoia sobre um altar com expressão de angústia e reverência, com as mãos unidas diante do rosto, em um gesto de súplica silenciosa. A iluminação segue o estilo chiaroscuro (luz e sombra acentuadas), criando uma atmosfera intensa, íntima e carregada de emoção. Ao fundo, uma coluna clássica e um pano vermelho dobrado sobre o altar sugerem a sacralidade do local e o contexto litúrgico-templário. O contraste entre a luz sobre o rosto e as mãos do sacerdote e a escuridão ao redor reforça a tensão entre exclusão e presença divina. A imagem evoca fortemente os temas da dignidade mesmo na limitação, da exclusão ritual por deficiência e da espiritualidade autêntica que transcende a estética da perfeição — tudo profundamente ligado à mensagem de Levítico reinterpretada à luz do Novo Testamento.
    Análise,  Teologia da Deficiência

    Deficiência: Análise de Levítico 21:16–23 à Luz da Revelação Progressiva

    Introdução O texto de Levítico 21:16–23 apresenta uma das passagens mais controversas da Torá para leitores contemporâneos, especialmente quando se trata da inclusão de pessoas com deficiência. Ao estabelecer que sacerdotes com defeitos físicos não poderiam aproximar-se do altar para oferecer o pão do seu Deus, o texto parece – à primeira vista – institucionalizar a exclusão e associar deficiência a indignidade ou impureza. Em tempos onde se luta pela inclusão, a leitura literal e anacrônica dessa passagem tem causado mal-entendidos e sofrimento. Leia também? Paulo a Timóteo, amor “ao” ou “do” dinheiro: uma análise No entanto, uma análise cuidadosa revela que essa instrução está longe de representar um desprezo…

  • Na imagem, um grupo de sete pessoas está reunido em uma mesa redonda de madeira ao ar livre, em um ambiente cercado de árvores e vegetação. Todos estão sorrindo, demonstrando alegria, acolhimento e amizade. Sobre a mesa, há vários livros abertos, indicando uma conversa descontraída sobre temas como Bíblia, teologia ou estudo. O clima é leve, agradável e acolhedor, refletindo comunhão, inclusão e amor prático entre os participantes. A luz do sol atravessa as árvores, iluminando suavemente a cena e reforçando a sensação de paz e conexão.
    Neurodiversidade,  Teologia da Deficiência

    Sobre o Corpo, os Membros e o Amor Que se Faz Carne

    Há quem pense que amar seja verbo de assento macio, que se conjuga em discursos, abraços frouxos e promessas lançadas ao vento. Mas há um amor que é verbo de chão, de calo nas mãos, de mesa posta, de escuta atenta. Amor que não se limita a dizer “você é bem-vindo”, mas que se traduz em “aqui está seu lugar.” No Corpo, há muitos membros, dizia Paulo, o apóstolo. E cada um com sua função, seu compasso, sua cadência. O problema é que nem sempre o Corpo lembra que nem todo pé corre, nem toda mão toca, nem todo olho vê da mesma maneira. Às vezes, esquecemos que há membros…

  • A imagem mostra um pregador evangélico discursando em um púlpito iluminado, diante de uma grande plateia em uma igreja. Em destaque na parte frontal da congregação, algumas pessoas com deficiência — uma mulher em cadeira de rodas, um homem com muletas, uma criança autista acompanhada — aparecem com expressões de tristeza, exclusão e desconforto. A cena, com iluminação dramática e tons sóbrios, transmite um forte contraste entre a autoridade do orador e o sofrimento silencioso dos marginalizados, refletindo visualmente o tema da dor e do capacitismo na igreja.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – Final 2

    Parte Final 2 – O Pecado do Capacitismo no Púlpito A dor de quem vive com uma deficiência, ou de quem cuida com amor e sacrifício de alguém com transtornos mentais ou físicos, não deveria encontrar eco em palavras de condenação, suspeita ou desprezo nos púlpitos. Mas encontra. Repetidas vezes. Em igrejas lotadas, em lives vistas por milhões, em canais de YouTube com dezenas de milhares de seguidores. O grito de quem sofre é silenciado por vozes que deveriam proclamar cura, acolhimento e verdade. Essa realidade dolorosa nos obriga a fazer uma análise dura, crítica, teológica e profética: a Igreja brasileira precisa romper com o pecado do capacitismo. O capacitismo…

  • A imagem apresenta um par de mãos humanas estendidas na horizontal, vistas de frente, em um estilo barroco inspirado por Rembrandt. A iluminação é dramática, com um fundo escuro que destaca fortemente as mãos e seus detalhes anatômicos. Nos punhos, há marcas profundas de pregos, com cicatrizes evidentes, sugerindo sofrimento, redenção e memória da crucificação. A paleta de cores utiliza tons terrosos e dourados, conferindo à imagem uma atmosfera de reverência e solenidade. A textura lembra pinceladas densas de óleo sobre tela
    Teologia da Deficiência,  Traduções

    Encontrando o Deus com Deficiência (tradução do inglês)

    Fiz parte de várias congregações cuja prática de receber a Eucaristia inclui ir até a frente do santuário e ajoelhar-se no altar de comunhão. Muitas vezes, por estar em uma cadeira de rodas ou usando muletas, um diácono me avisa que não preciso ir até a frente para receber a Eucaristia. Em vez disso, o sacramento me é oferecido no meu assento, após todos os outros terem sido servidos. A congregação está tentando acomodar minha presença no culto. Sem dúvida, estão tentando ser conscientes e inclusivos à sua maneira. Mas, na prática, estão transformando a Eucaristia de uma experiência comunitária em uma experiência solitária para mim — de uma sacralização…

  • Pessoas de diferentes jeitos com ou sem deficiências construindo o templo de uma igreja, logo a cima no centro um vitral irradiando a luz do sol com uma cruz acima no centro.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – Final

    Parte 4 – Reforma inclusiva: do arrependimento à reconstrução As perguntas finais nos empurram para um confronto inadiável. Não se trata mais apenas de olhar para o que não foi feito, mas de encarar o que precisa nascer. Porque se a igreja não se repensar, ela não apenas falha com os irmãos e irmãs com deficiência – ela trai o próprio Cristo, que continua sendo crucificado nos corpos marginalizados e esquecidos. Eis as últimas perguntas: Leia também: Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 3 I. O Cristo impedido de entrar A pergunta número 10 não é retórica. É dolorosamente real. Se o próprio Cristo – encarnado hoje num corpo…

  • A imagem retrata o interior de uma igreja iluminada pela luz suave do sol que atravessa os vitrais coloridos ao fundo. No centro da cena, em primeiro plano, há uma mulher idosa em uma cadeira de rodas, observando o altar. Ela está de costas, com os cabelos grisalhos iluminados pela luz que entra pelas janelas. À sua frente, os demais fiéis estão em pé, participando do culto ou momento de oração. O ambiente transmite um clima de reverência, espiritualidade e contemplação. O contraste entre a posição sentada da mulher e a postura ereta dos demais fiéis pode simbolizar tanto a diversidade das formas de adoração quanto uma reflexão sobre inclusão e acolhimento na vivência comunitária da fé.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 3

    Parte 3 – Silêncios cúmplices, discipulados rasos e o corpo invisível Se as primeiras duas partes trataram da teologia e da estrutura, essa terceira se volta à práxis discipular e pastoral. São perguntas desconcertantes porque nos expõem não só como igreja, mas como discípulos. Elas nos fazem olhar no espelho e nos perguntam: que tipo de corpo é esse que chamamos de Corpo de Cristo, mas que vive ignorando partes feridas, silenciadas, não desenvolvidas? Eis as perguntas: Leia também: Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 2 I. O silêncio cúmplice: quando a omissão se torna pecado Poucas igrejas têm coragem de ser proféticas quando o assunto é deficiência. A…