• A imagem mostra a figura de Jesus com o rosto envolto por uma luz intensa, quase celestial, que o oculta parcialmente e transmite uma aura divina. Seu corpo está visível da altura do peito para baixo, com os braços estendidos e as mãos abertas, em um gesto de acolhimento e compaixão. Ele veste túnicas simples e gastas, de tom claro, que remetem à humildade e à vida terrena. A pele é parda, e os traços corporais sugerem uma aparência mais próxima de um judeu do Oriente Médio, fugindo das representações europeizadas comuns. A iluminação ao redor destaca a serenidade e a santidade da cena.
    Artigo

    O Peso do Pecado e a Leveza da Graça

    Muitos de nós fomos ensinados — ou deduzimos sozinhos — que Deus, diante do nosso pecado, se comporta como alguém profundamente emocional, como se sentisse mágoa à nossa maneira: vai para um canto, abaixa a cabeça, derrama lágrimas e sofre. A imagem é comovente: um Deus eterno, santo e majestoso, abatido pela miséria da criatura. Mas ao mesmo tempo, essa imagem é perigosa. Ela reduz Deus ao nosso tamanho e transforma a tragédia do pecado humano em um drama afetivo divino. Não é isso que a Bíblia ensina. Leia também: Por que a Graça Redentora Anula as Consequências do Pecado Sim, a Escritura nos diz que Deus se entristece com…

  • A imagem mostra um pastor negro pregando com seriedade em uma igreja simples, de arquitetura tradicional. Ele está de pé atrás de um púlpito de madeira, com um microfone, enquanto a congregação — composta principalmente por crianças e adolescentes negros — ouve atentamente. Um feixe suave de luz solar atravessa uma janela em estilo gótico, iluminando o ambiente com uma atmosfera de paz, reverência e esperança. A cena transmite acolhimento, resistência e a importância da representatividade no espaço religioso.
    Sociedade

    Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado

    Há um silêncio cúmplice que ecoa nos púlpitos das igrejas evangélicas brasileiras. Um silêncio que não é de reverência, mas de omissão. Um silêncio quase ensurdecedor diante do clamor de irmãos e irmãs que carregam na pele a marca de uma cor que ainda hoje é marginalizada, ignorada, agredida. Falar sobre racismo na igreja não é trazer “pauta política” ao altar — é, antes, responder bíblica e profeticamente ao clamor da justiça. É cumprir o evangelho. Leia também: Blackface: A Arte da Humilhação Infelizmente, quando se menciona racismo em muitos ambientes evangélicos, logo surgem vozes defensivas: “isso é lacração”, “isso é marxismo”, “isso é ideologia”. Mas o que deveria ser…

  • A imagem mostra um pregador evangélico discursando em um púlpito iluminado, diante de uma grande plateia em uma igreja. Em destaque na parte frontal da congregação, algumas pessoas com deficiência — uma mulher em cadeira de rodas, um homem com muletas, uma criança autista acompanhada — aparecem com expressões de tristeza, exclusão e desconforto. A cena, com iluminação dramática e tons sóbrios, transmite um forte contraste entre a autoridade do orador e o sofrimento silencioso dos marginalizados, refletindo visualmente o tema da dor e do capacitismo na igreja.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – Final 2

    Parte Final 2 – O Pecado do Capacitismo no Púlpito A dor de quem vive com uma deficiência, ou de quem cuida com amor e sacrifício de alguém com transtornos mentais ou físicos, não deveria encontrar eco em palavras de condenação, suspeita ou desprezo nos púlpitos. Mas encontra. Repetidas vezes. Em igrejas lotadas, em lives vistas por milhões, em canais de YouTube com dezenas de milhares de seguidores. O grito de quem sofre é silenciado por vozes que deveriam proclamar cura, acolhimento e verdade. Essa realidade dolorosa nos obriga a fazer uma análise dura, crítica, teológica e profética: a Igreja brasileira precisa romper com o pecado do capacitismo. Decidi escrever…

  • Um retrato a óleo de uma mulher elegante, vestindo roupas ricas e segurando uma espada e um pequeno travesseiro. A composição do quadro é centrada na figura feminina, posicionada ligeiramente para o centro da tela. A mulher é o foco principal, enquanto outras figuras menos definidas estão presentes no fundo, sugerindo um contexto de uma cena maior. A mulher é representada de frente, olhando diretamente para o espectador. Ela está em uma postura que sugere poder e serenidade. Suas mãos seguram a espada e um pequeno travesseiro de cor vinho. As mãos estão posicionadas de modo que o espectador possa observar os detalhes de cada mão, dando ênfase à peça. Os detalhes incluem a espada, o tecido da vestimenta, os acessórios e o travesseiro. A iluminação da pintura cria sombras e realça as texturas dos tecidos, dando vida e dimensão à figura principal. A figura principal é uma mulher adulta, com uma expressão serena e um ar de autoridade. Ela veste uma roupa ricamente adornada, com detalhes em dourado, indicando status ou importância. O véu e a tiara realçam o seu perfil e destacam sua elegância. Os detalhes dos acessórios, como a joia no pescoço, realçam ainda mais seu perfil e o contexto da obra. A presença de uma espada em sua mão esquerda realça ainda mais seu ar de poder e determinação. O estilo da pintura é característico da pintura holandesa do século XVII. A pincelada é detalhada, com uma renderização cuidadosa das formas, dos tecidos, e da iluminação. As cores são predominantemente terrosas, com tons de dourado, marrom e bege, criando um ambiente sofisticado e histórico. A atenção para os detalhes da roupa é notável, com a representação precisa das dobras e texturas dos tecidos. A iluminação sutil e focada dá profundidade e volume à figura principal. O ambiente é interno, com uma atmosfera de cerimônia ou um cenário palaciano, sugerido pelas paredes e pilastras de fundo, e pelas vestes elaboradas da figura feminina. A iluminação é suave e direcionada, concentrando-se na figura central. A sombra nas paredes e no fundo complementam o enfoque na figura principal, criando um efeito dramático que acentua a sua presença na cena. A atmosfera geral é de serenidade e dignidade, combinando com a postura e expressão da mulher no quadro.
    Crônicas

    A Crônica da Espada, da Almofada e da Noiva

    Era uma terça-feira qualquer quando, entre um café quente e uma notificação no celular, vi um post no Instagram que me arrepiou mais que sermão de domingo em cadeira de plástico. Afirmava, com a segurança típica de quem nunca duvidou da própria ignorância, que a igreja está sendo “feminilizada”. Dizia mais: que a palavra pregada pela mulher já não é espada, mas almofada. E arrematava com um suspiro apocalíptico: “estamos perdendo a essência masculina da Igreja”. Fechei o aplicativo. E respirei. Não por indignação — que já aprendi a digerir com salmos imprecativos —, mas por cansaço. O cansaço de quem vê, todo dia, homens construindo castelos de autoridade sobre…

  • A imagem mostra um jovem homem negro de cabelo cacheado e uma jovem mulher branca de cabelo loiro presos em um intenso olhar um para o outro, separados por um espelho quebrado. As rachaduras do espelho criam fragmentos ao redor de seus rostos, refletindo diferentes ângulos e perspectivas. A luz suave do entardecer reforça a atmosfera contemplativa e simbólica da cena, sugerindo temas como alteridade, identidade e consciência compartilhada.
    Filosofia

    A Consciência do Outro nos Salva do Egocentrismo

    Por séculos, as grandes questões da existência humana giraram em torno de si mesmas: Quem sou eu? ou Qual é o sentido da vida? dominaram as reflexões filosóficas, teológicas e científicas. Porém, ao mergulharmos na complexidade de nossa modernidade — marcada por individualismos exacerbados e um isolamento existencial — é urgente colocarmos em pauta uma pergunta tão essencial quanto as anteriores: Quem é o outro? Por que a minha consciência também o percebe? Leia também: Mitos e Realidades da Psique Humana Essa não é apenas uma indagação social ou ética, mas uma questão profundamente espiritual, filosófica e teológica. Afinal, a consciência, essa dimensão misteriosa de nós mesmos que percebe, sente…

  • A imagem mostra um homem jovem sentado em uma poltrona verde-oliva, com expressão séria e postura introspectiva, em um ambiente acolhedor iluminado por uma luminária de chão. Atrás dele há um grande espelho com um impacto no centro, gerando rachaduras que se espalham em forma circular, simbolizando fragmentação ou crise interior. Ao lado do espelho há uma planta em vaso e, ao pé da poltrona, uma pilha de livros — incluindo volumes antigos que remetem à filosofia e à teologia. A composição visual sugere um momento de reflexão profunda, autoconhecimento e busca por sentido.
    Saúde

    Por Que Faço Terapia: Entre a Razão, a Fé e a Dor

    Vivemos em uma época marcada por paradoxos. De um lado, nunca se falou tanto sobre saúde mental; de outro, nunca estivemos tão doentes emocionalmente. O sujeito contemporâneo, pressionado pelas exigências do desempenho, do consumo e da constante comparação nas redes, carrega um fardo psíquico que o adoece silenciosamente. Diante disso, é legítimo e urgente perguntar: sob qual ponto de vista é justificável que eu — ou qualquer um — faça sessões de terapia, busque ajuda psiquiátrica e se preocupe com a saúde mental? Leia também: Problemas da Teoria dos Quatro Temperamentos A psicologia responde de forma clara: corpo e mente não são entidades separadas. Somos integrais, e tudo o que…