A igreja, ao longo dos séculos, tem se visto em meio a uma série de desafios teológicos e ideológicos que muitas vezes funcionam como veneno, corrompendo sua pureza e desviando-a de sua verdadeira missão. Esta contaminação gradual pode ser comparada ao sapo colocado na água fria, que lentamente aquece até ser fatal. Assim, a igreja, ao aceitar ensinos vãos, muitas vezes adota práticas que lhe causam mal e acabam por matar a essência de muitos crentes.
A União Perigosa da Igreja com o Estado
Historicamente, a união da igreja com o Estado tem sido problemática. Desde os tempos de Constantino, quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, essa aliança tem trazido mais desafios do que benefícios. A Bíblia nos adverte sobre o perigo de confiar em alianças humanas em detrimento da dependência de Deus. Jeremias 17:5 diz: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor.”
A Adoção de Teologias Enganosas
Primeiro, a igreja aceitou pastores que pregavam que as palavras dos cristãos têm poder.
“Ele tem o restante da teologia boa”, justificaram.
Depois, aceitaram a teologia positivista.
“Não é nada demais”, afirmaram.
Em seguida, abriram espaço para os pastores e apóstolos da batalha espiritual.
“É isso que é o poder de Deus”, confirmaram.
Agora, abraçaram uma teologia triunfalista que prega que a igreja deve dominar este mundo e todas as suas esferas.
“Precisamos de políticos a favor da igreja”, insistem, esbravejam e ensinam no púlpito.
O Perigo da Teologia Triunfalista
Essa teologia triunfalista é particularmente perigosa. Ela distorce a missão da igreja, fazendo-a buscar poder e influência política, ao invés de pregar o Evangelho e servir ao próximo. Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo” (João 18:36), e ainda assim, muitos líderes cristãos estão obcecados em transformar a igreja em uma força política dominante.
Um Projeto de Longa Data
Este desvio não é algo recente; é um projeto de longa data. A aceitação gradual de teologias enganosas foi corroendo a essência da fé cristã. A Bíblia alerta contra falsos ensinos e profetas que podem levar muitos ao erro. Em 2 Pedro 2:1, lemos: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.”
Conclusão
A igreja deve ser vigilante e retornar às raízes do Evangelho. É imperativo rejeitar as teologias que servem como veneno, afastando-nos da verdadeira missão de Cristo. Devemos ser como os bereanos, que examinavam diariamente as Escrituras para ver se o que Paulo dizia era verdade (Atos 17:11). Que possamos discernir os ensinamentos verdadeiros e evitar os enganos que têm levado a igreja para longe de seu propósito original.
Somente assim, a igreja pode resistir à contaminação gradual e permanecer fiel ao seu chamado de ser luz e sal neste mundo, sem se deixar levar pelo calor mortal das falsas doutrinas. Que Deus nos conceda sabedoria e coragem para nos mantermos firmes na verdade.
Views: 0
Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.