A Natureza dos Dons: Um Jardim de Milagres

Há algo de profundamente poético na forma como a natureza se revela diante de nossos olhos. Uma árvore não força seus frutos a amadurecerem; eles surgem naturalmente, em seu devido tempo, alimentados pela seiva que corre invisível por seus ramos. Assim também são os dons espirituais, aqueles que Paulo descreve aos Coríntios e Romanos. São parte integral da igreja, uma extensão da sua própria essência e existência.

Vivemos tempos em que muitos acreditam que os dons cessaram, que milagres são apenas lendas antigas. No entanto, eu sou dos que creem no milagre da salvação e nos milagres de Deus realizados através dos salvos. Deus continua curando, profetizando, realizando maravilhas, expulsando demônios. Ele continua levantando profetas e apóstolos, concedendo a uns o ministério pastoral e a outros o de mestre. Deus é, e sempre será, um Deus de milagres.

Contudo, é importante compreender que os dons não são frutos forçados. Assim como uma árvore boa naturalmente produz frutos, a igreja, sendo uma árvore plantada pelo próprio Deus, manifesta seus dons de maneira natural. Não se trata de pressionar ou exigir, mas de permitir que a seiva divina flua através de nós.

Quando alguém está doente, nós oramos; quando alguém está atormentado, nós oramos. Se alguém fala em línguas, outro interpreta; se alguém profetiza, outro vai para as missões, e outro, ensina. O Reino de Deus é a expressão da multiforme sabedoria de Deus, uma expressão que não pode ser forçada. É uma sinfonia onde cada instrumento entra em harmonia, cada um no seu tempo, cada um com sua própria voz, mas todos unidos pelo mesmo Maestro.

Não precisamos esperar ansiosamente que uma boa árvore produza frutos. É natural que ela o faça. E assim, a igreja, como uma boa árvore, deve manifestar seus dons de maneira natural. Os dons espirituais são como flores que desabrocham no jardim de Deus, cada uma com sua cor e fragrância, cada uma acrescentando beleza ao todo.

Portanto, acolhamos os dons com a mesma naturalidade com que a natureza acolhe a primavera. Deixemos que a seiva divina flua por meio de nós, permitindo que os frutos do Espírito floresçam e alimentem a todos ao nosso redor. Pois, assim como a natureza segue seu curso, também a igreja deve seguir o curso traçado por Deus, manifestando Seus dons e milagres de forma natural, contínua e abundante.

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Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.

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