A Parábola da Graça e da Desgraça

A parábola do filho pródigo, narrada em Lucas 15, é um relato profundo de graça e desgraça.

Um filho desgraçado pede sua parte da herança ao pai. Com surpreendente generosidade, o pai gracioso lhe dá tudo o que é devido. O filho, agora com seus bens, se distancia da sua vida e do pai, mergulhando numa espiral de desgraça. Durante esse tempo, o pai permanece fiel, nunca deixando de ser pai.

Na casa do pai, há outro filho que parece viver na graça, permanecendo ao lado do pai. O filho desgraçado, após gastar tudo e perder-se completamente, decide voltar.

Ao retornar, ele é recebido de braços abertos pelo pai gracioso, que o acolhe, aceita e lhe concede graça novamente. No entanto, o irmão que permaneceu na casa revela sua própria desgraça ao considerar infame a ação do pai. Ambos os filhos, o que partiu e o que ficou, se mostram desgraçados e perdidos.

O verdadeiro centro da história é o pai, a personificação da graça. Ele não cessa de ser pai e de mostrar graça, independentemente das falhas dos filhos. Esta figura representa Deus, gracioso para com todos, tanto para aqueles que se afastam quanto para aqueles que permanecem, mas guardam ressentimentos.

Deus é a fonte de toda graça, e nós, todos nós, somos desgraçados. Precisamos igualmente da graça divina. Sem a acolhida do Pai, permanecemos infinitamente desgraçados, quer sejamos o filho que vai, quer sejamos o filho que fica.

Quando a graça de Deus nos alcança, tornamo-nos graciosos como Ele e desejamos ver Sua graça derramada sobre todos. Se ainda desejamos a desgraça para os outros, continuamos desgraçados.

Precisamos que o Pai gracioso nos receba. Amém!

Views: 0

Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *