Autismo e Masturbação na Adolescência

A sexualidade é uma parte natural e importante da experiência humana, e não é diferente para as pessoas autistas. No entanto, falar sobre sexualidade no contexto do autismo ainda é um tabu para muitos. Neste artigo, abordaremos a questão da masturbação, ou a autoexploração sexual, e a importância de tratar esse tema com sensibilidade e clareza desde a pré-adolescência.

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O conceito de masturbação refere-se à estimulação dos órgãos genitais visando obter prazer sexual. Essa prática é uma forma normal de explorar a própria sexualidade e compreender o próprio corpo.

Para jovens autistas, a descoberta da sexualidade pode apresentar desafios únicos. Meninos e meninas autistas são, como qualquer outra pessoa, seres sexuais e inevitavelmente descobrirão seus corpos. É crucial que pais e cuidadores abordem essa descoberta de maneira aberta e segura, desmistificando o tema e oferecendo orientações claras.

Uma característica comum entre pessoas autistas é a menor percepção de normas sociais implícitas. Muitos podem não sentir a mesma vergonha ou inibição sobre seus desejos que as pessoas não autistas sentem. Essa diferença pode ocorrer devido à dificuldade de entender e internalizar as normas sociais e as expectativas não ditas sobre comportamento sexual.

Por essa razão, pode ser mais comum que pessoas autistas se envolvam em masturbação em locais públicos, sem entender as implicações sociais e os potenciais problemas que isso pode causar para elas ou para seus cuidadores. Esse comportamento pode ser mal interpretado e trazer consequências negativas, como constrangimento ou até ações legais.

É essencial, portanto, que os pais e cuidadores eduquem jovens autistas sobre seus corpos e sobre a prática do masturbação de maneira clara e sem tabus. Essa educação deve incluir a compreensão de que a autoexploração é uma atividade privada, que deve ser realizada em um espaço pessoal e particular. Ensinar essa diferença ajuda a proteger os jovens autistas de situações constrangedoras e potencialmente prejudiciais.

Além disso, é importante que essa educação sobre a sexualidade não se restrinja apenas aos meninos, mas inclua igualmente as meninas. A sexualidade feminina muitas vezes é ainda mais estigmatizada, e garantir que as meninas autistas recebam a mesma orientação e apoio é fundamental para o seu desenvolvimento saudável.

A abordagem desse tema deve ser contínua e adaptada ao desenvolvimento do jovem. À medida que crescem, suas necessidades e compreensão sobre a sexualidade evoluem, e o diálogo aberto e honesto deve acompanhar esse processo.

A exploração da sexualidade, incluindo a masturbação, é uma parte natural da vida de qualquer jovem, inclusive dos autistas. Pais e cuidadores têm a responsabilidade de abordar esse tema com sensibilidade e clareza, ensinando os jovens a explorar sua sexualidade de maneira segura e apropriada. Ao fazer isso, ajudamos a construir uma sociedade mais inclusiva e compreensiva, onde todos possam crescer e se desenvolver de maneira saudável e segura.

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Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.

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