Hoje, em meio às celebrações do Dia dos Pais, é impossível não notar as lacunas que permeiam muitos corações. Para alguns, a figura paterna é uma ausência doída, um espaço em branco que a vida jamais preencheu. Para outros, a lembrança do pai é um retrato desbotado, carregado de dores, decepções e feridas que, por vezes, parecem eternas. E há aqueles cuja relação com o pai se tornou um fardo pesado demais para ser carregado. Para estes, o conceito de paternidade se tornou algo distante, difícil, quase inalcançável.
Mas há uma falha nessa perspectiva, um erro de ótica que nos impede de enxergar o verdadeiro sentido da palavra “Pai”. Quando nos referimos a Deus como Pai, é natural projetarmos sobre Ele as sombras dos pais terrenos que conhecemos. Cometemos o engano de imaginar que Deus seja uma versão amplificada e idealizada do pai humano, quando, na verdade, o contrário é que deveria ser verdadeiro.
Deus não é a figuração de um pai humano. Ele é o arquétipo do Pai perfeito, aquele que todo pai terreno deveria espelhar. Se a paternidade terrena falhou, não é porque Deus falhou como Pai, mas porque nossos pais humanos falharam em refletir a imagem d’Aquele que os criou para serem pais. É no Pai celestial que deveríamos buscar inspiração para entender o que significa ser filho e, para os que têm o privilégio de sê-lo, o que significa ser pai.
Nosso relacionamento com Deus não se desgasta porque Ele é como nossos pais terrenos. Ele se desgasta porque nos esquecemos de que Deus é, antes de tudo, o Pai que todos nós, no fundo de nossas almas, desejamos ter. Um Pai que ama sem medidas, que cuida sem reservas, que corrige com mansidão e que nunca abandona. Um Pai que é tudo o que nossos pais terrenos deveriam ser, mas muitas vezes não conseguem.
Neste Dia dos Pais, talvez seja o momento de olhar para Deus de uma nova maneira. Não mais como uma projeção dos pais que conhecemos, mas como o exemplo supremo do que significa ser Pai. Que possamos nos inspirar n’Ele para sermos filhos melhores, e, para aqueles que têm a missão de serem pais, que possam encontrar em Deus o modelo perfeito de amor, cuidado e fidelidade.
Afinal, antes de qualquer pai terreno, temos um Pai celestial, perfeito e grandioso, que nos ama incondicionalmente e nos convida a viver como Seus filhos, na plenitude de Sua graça e em Seu eterno abraço.
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Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.
Amém!!!, palavra abençoadora neste .. Deus abençoe cada pai!!! Que sejam o reflexo do Pai celestial para seus filhos,,
Amém! Deus te abençoe.