
Fofoqueiros do Reino: A Santa Arte de Espalhar o Verbo
Dizem que o mundo gira, mas a fofoca voa. E não adianta fazer cara de santidade: todo mundo, em algum momento da vida, deu aquela esticadinha no ouvido pra saber da vida alheia. Uns chamam de curiosidade, outros de “preocupação pastoral”, mas a verdade é que o ser humano tem um radar afiado pra novidade — principalmente quando não é sobre si mesmo.
Agora, imagine só se esse dom auditivo e linguístico fosse redirecionado. Já pensou em usar a fofoca como ministério? Calma, não estou propondo heresia, mas sim teologia. Sim, senhor. A Teologia da Fofoca. É ousado, eu sei. Mas também é bíblico — dependendo do que se anda cochichando por aí.
Jesus, por exemplo, tem uma vida recheada de fatos que merecem ser contados no café, no ônibus, no grupo da família e até no salão de beleza. Sabia que ele andava com doze homens bem problemáticos e ainda assim os chamava de amigos? E que ele, sendo Deus, lavava pés sujos com a alegria de quem lava louça depois do almoço de domingo?
E Deus Pai, então? Veja só essa: Ele fez um plano eterno de salvação antes mesmo da fundação do mundo. Tudo isso pra trazer de volta à mesa da comunhão gente fofoqueira, mentirosa, adúltera, hipócrita — ou seja, nós. E sabe o que é mais incrível? Ele sabia quem éramos e ainda assim nos amou.
Se é pra falar da vida dos outros, que tal falar da coragem de Estevão, que viu o céu aberto enquanto era apedrejado? Ou da ousadia de Paulo, que falava tanto de Jesus que até os carcereiros se convertiam só de ouvir suas “fofocas celestiais”?
Tem também os de hoje. Gente que, mesmo sem plataforma, sem púlpito, sem destaque, vive o Evangelho na calada dos dias. A irmã que intercede por você sem que você saiba, o irmão que divide o pouco que tem com quem não tem nada, o jovem que recusa atalhos pra permanecer fiel ao Senhor. Desses a gente também precisa fofocar — mas com gratidão, não com inveja.
Portanto, meu irmão, minha irmã, se o impulso da fofoca te atingir, não resista. Fofoque! Mas que seja do Reino. Que seu verbo seja ungido, seu cochicho seja evangelístico e sua conversa seja cheia de graça e verdade.
Afinal, se temos boca, que ela sirva para espalhar aquilo que edifica. E se for pra falar da vida de alguém, que seja da vida dAquele que é o Caminho, a Verdade e… a Melhor Notícia a ser espalhada.
“Ide por todo mundo e fofoquem o Evangelho a toda criatura” — versão parafraseada, segundo o espírito brincalhão da graça.
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