7 chaves para uma leitura bíblica satisfatória

Desde 1999 tenho me envolvido ativamente com a teologia, leitura e estudo da Bíblia, nunca, nesse tempo, deixei de lado pegar as Escrituras e me demorar em um texto para tentar entender ao máximo algo que algum autor bíblico tenha dito. Mas, claro, nem sempre eu fui assim.

Quando fui para a igreja ouvia sempre o pastor dizer que deveria ler a Bíblia, porém, apesar de tentar mal começava e já havia parado. Hoje consigo perceber qual foi meu problema e o que me fazia abandonar a leitura. Na realidade comecei a resolver meu problema ainda aos 19 anos de idade, só que apenas depois de me formar em teologia e estar mais amadurecido consegui identificar minhas dificuldades na época e como as resolvi.

Duas coisas me atrapalhavam sempre que eu tentava iniciar a leitura da Bíblia (na verdade de qualquer livro, pois eu não gostava de ler nada) e por isso eu começava e logo abandonava:

1. Achava que tinha que ler tudo de uma vez;

2. Queria já entender tudo o que lia logo na primeira lida.

Se você é como grande parte dos brasileiros, infelizmente, não teve uma infância regada a livros e leituras que lhe instigassem a querer ler cada vez mais. Você, provavelmente, não tem culpa, mas cresceu sem, de fato, se apegar à leitura, só que por causa disso você já abandonou ou desistiu de muitas coisas como: cursos, oficinas, minicursos, concursos, trabalhos e até a leitura da Bíblia, tão somente por acreditar que não gosta de ler. No entanto, particularmente, não acredito que alguém nasça gostando de ler, pelo contrário, as pessoas aprendem a gostar, por isso não é uma tarefa que aconteça de uma hora para outra.

Todavia, tenho boas notícias para você, eu também não gostava de ler.

Aos 16 anos não tinha lido quase nada na vida, exceto duas ou três revistinhas em quadrinho que minha mãe me deu quando criança. Os livros literários passados na escola eu lia as primeiras páginas e as últimas e fazia meu resumo (como todo mau aluno). Em definitivo eu acreditava que jamais gostaria de ler, afinal achava chato e cansativo, acima de tudo não entendia nada do que lia. Claro, quem pode entender algo de que não possui afinidade? Entender demanda tempo; quem gastará tempo com algo que lhe sufoque? Então, claramente, eu finjo que entendo. Coisa comum com muitas pessoas. Não é atoa que o brasileiro tem tanta dificuldade para interpretar textos, mesmo os mais corriqueiros.

Daí aos 16 anos comecei a ouvir que seria bom ler a Bíblia, que existia métodos para lê-la toda em um ano e isso poderia ajudar. Peguei vários métodos diferentes, e não tinha jeito, não conseguia me envolver com sua leitura. Talvez eles funcionassem para outras pessoas, mas para mim não estava dando certo. Fiquei quase três anos na igreja e mal lia a Bíblia, ouvia as pregações, era assíduo à escola bíblica e cultos de ensino. Acreditava que poderia aprender apenas através dos ensinos pastorais (eles ajudam, mas não tanto quanto o estudo pessoal), assim o tempo ia passando e nada de conseguir ler a Bíblia.

Quando tinha mais ou menos 19 anos resolvi fazer algo diferente, sem tramar nada ou projetar o tempo determinado para terminar a leitura da Bíblia ou sequer querer entender alguma coisa, apenas peguei minha Bíblia e abri no Novo Testamento e comecei a ler, sem preocupação alguma, eu lia um pouco em um dia, mais no outro, algumas vezes lia apenas um versículo. Segui apenas duas regras, que na época não eram tão claras para mim: a) eu continuava a leitura de onde havia parado, nunca lia aleatoriamente; b) eu lia todo dia, nem que fosse um versículo apenas.

Sem perceber eu estava construindo em mim o mesmo método utilizado para ensinar as crianças a lerem, hoje chamo isso de ordenação e constância. Em outras palavras, entendi que apenas quando retomamos aquele exato momento que nos tiraram de aprender a ler é que podemos, realmente, aprender a ler. Todo adulto que cresceu sendo um leitor quando criança lia ou apenas brincava com os livros sem nem mesmo na maioria das vezes entender coisa alguma, mas sempre tendo em mãos um livro para brincar e folhear. Não se esqueça: ordenação e constância.

Agora responda com sinceridade: como é possível uma pessoa gostar de outra com quem nunca conversou? Ou, será que um relacionamento em que ambas as partes não se ordenam em falar com o outro e fazer isso constantemente irá permanecer? Bem, a leitura é um tipo de relacionamento. Você só passa a “gostar” da leitura quando passa tempo com seus livros e quando começa a abri-los e lê-los despreocupadamente. Como em uma relação não é possível logo de cara entender a outra pessoa, mas é necessário ouvi-la; na leitura é semelhante, pois primeiro lê, curte aquele momento com o autor, a relação se aprofunda, assim com o tempo descobre os pontos de vista e forme os seus próprios. Mas não avancemos muito por enquanto.

O ponto aqui depende de uma resposta sua: você está realmente interessado em começar a ler?

Se seu interesse é mesmo gastar tempo com a leitura e descobrir que você pode ler não apenas a Bíblia, mas vários outros livros durante o ano ou até por semana, este artigo é o que você precisa. No entanto, saiba, não existem fórmulas mágicas, tudo depende de você. Bem, se você já leu até aqui deve ter percebido uma coisa, o texto tem algo a ver com você, pois para alguém que não tem costume de ler já está lendo muito. Quando falamos de leitura só lemos aquilo com o que nos identificamos de algum modo e este texto irá lhe mostrar que podemos aprender a nos identificar com qualquer tipo de leitura, e que nos identificamos com uma grande variedade de textos que nem imaginávamos.

Por isso, abaixo deixo algumas dicas que, sem dúvida, lhe ajudarão a iniciar seu processo de leitura, com certeza abrirá novos caminhos de interesse e perspectivas para não apenas ler a Bíblia, mas todo e qualquer outro livro que você deseje. Lembre-se, leitura é apenas o primeiro passo, pois o ideal de quando lemos não é apenas amontoar várias pilhas de livros em algum canto, o principal é podermos dizer “eu entendi isso”. Por isso, ajudar você a gostar de ler é apenas um pequeno passo neste artigo, acima disso ao final você saberá que poderá também entender o que está nas Escrituras e em algum tempo outras leituras muito mais complexas também se abrirão diante de você.

Como eu disse aos 19 anos comecei a ler despreocupadamente, mas de modo ordenado e constante. Em menos de um ano eu já havia lido toda a Bíblia, mais rápido que os métodos de leitura que me mandavam seguir. Quando terminei comecei novamente a leitura e, pasme, em seis meses eu li a Bíblia toda. Até esse momento eu não havia entendido praticamente nada, mas percebi que da primeira para a segunda leitura algumas coisas já estavam ficando claras. Eu já conseguia perceber quem eram os apóstolos, o que eles faziam, que havia mulheres que seguiam Jesus, já sabia o nome de grupos daquela época. No Antigo Testamento já podia identificar alguns reis e profetas ou que os primeiros livros contavam a história do surgimento do povo de Israel e suas leis. Isso tudo em duas leituras.

O mais importante, a leitura da Bíblia foi apenas uma abertura para eu amar e me envolver em um relacionamento sério e duradouro com o ato. Hoje a média de livros que leio anualmente é de 20 a 30 livros. Poderia ler mais, porém mais adiante voltarei a este assunto. Mas acho que já está ansioso ou ansiosa em saber como deve proceder, então vamos aos passos que podem mudar seu pensamento sobre a leitura.

1ª Chave: Comece a ler devagar, mas leia

O problema de muitas pessoas é pegar um livro e querer entender logo de cara tudo dito pelo autor. Muitas vezes somos oprimidos a terminar a leitura para concluir um trabalho ou prova, daí, ao findar o livro fica clara a dificuldade de se fazer uma análise do material ou mesmo apresentar respostas a perguntas sobre o livro. Não se desespere, se você já está com muitos trabalhos e livros para ler só existe uma saída, ler.

Então você diz, “Mas isso já sei, é isso que não consigo!”. Nisso vou ter que discordar de você. A verdade é que você não tem conseguido ler por não estar tentando ler, você está tentando entender antes de ler ou enquanto lê; assim quando você pega um livro a primeira coisa a se fazer com ele não é tentar entender, por isso não se chama “ato de entender”, mas leitura. Não se compra um livro para entender, mas para ler. Entendimento é a consequência de várias leituras e até livros diferentes de autores diversos. Ainda mais, entendimento é o próprio desenvolvimento do seu pensamento e isso não acontece instantaneamente. Saber o conteúdo de um livro nem sempre é sinal de entendê-lo.

Por isso, sua primeira tarefa é somente ler. Então, pegue a sua Bíblia, escolha um início, pode ser no Antigo ou no Novo Testamento, por questões teológicas eu sugiro o Novo, mas não há obrigatoriedade. O importante é que você comece do começo e não do meio de um livro, pois se você começa um história do meio os personagens e nomes que aparecem ali dependem, muitas vezes, de uma trama anterior, isso desanima o leitor não acostumado. Não force muito, leia apenas uma página ou a metade da página, não se preocupe se no outro dia se lembrará de tudo que leu, mas marque onde parou e continue exatamente ali.

Conforme você for adiantando a leitura vá também aumentando o número de páginas, depois de uma semana leia uma página e meia, em um mês passe a ler duas e assim por diante, o interessante é parar assim que começar a se cansar. Tudo que nos cansa temos como obrigação e isso costuma nos afastar, ainda mais se não vemos benefícios imediatos, como os benefícios da leitura demoram um pouco é necessário que você leia, mas não exageradamente.

Se você ler todos os dias, em um mês você já perceberá diferenças e conseguirá concluir a leitura de seu primeiro livro da Bíblia. Lembro aqui que você pode fazer isso com qualquer livro, não precisa ser apenas a Bíblia. Porém, sugiro começar com livros menores e não extensos, já que somos propensos a querer saber logo o final de uma história, se o livro é muito extenso quando começamos somos tendentes a abandonar a leitura.

Daí vem o segundo passo.

2ª Chave: Não abandone a leitura

Este problema decorre do primeiro. Geralmente começamos a ler e como não conseguimos entender avançamos a leitura para o final, em caso de trabalhos deixamos a leitura de lado e começamos outro livro e assim sucessivamente até acreditarmos que não podemos ser leitores. Assim, com sinceridade: você não pode entender quase nada logo em uma primeira leitura, mas abandonar a leitura é sinal de que jamais conseguirá. Portanto, não tem jeito, continue a ler mesmo que em algum dia você leia um parágrafo, mas você não desistiu. Vai viajar, leve o livro!

A sensação de concluir um livro, por menor que ele seja, é ótima. Dever cumprido. Encerrar um livro da Bíblia e começar o próximo é maravilhoso. Mas, você concluiu, então, “agora já posso começar outro?”; não necessariamente. O passo seguinte é muito importante.

3ª Chave: Releia

Lembre-se que o título deste post é sobre entender a Bíblia e não como ler a Bíblia. O livro é o meio da leitura, mas não o fim. A finalidade de ler qualquer coisa é entender o que se lê. Como disse antes, a leitura é a primeira coisa a se fazer com um livro, mas nunca a única, ele tem mais sentido do que muitos imaginam.

Portanto, abra a Bíblia e comece de novo. Recorde que agora você já tem muitos nomes de lugares e personagens na memória, assim conforme você vai relendo o texto cenários e situações em que pessoas reais estiveram envolvidas (no caso da Bíblia) vão se formando em sua cabeça, e cada vez que você retoma a leitura essas mesmas circunstâncias vão se tornando como que reais para você. Quanto mais você se percebe inserido na realidade dos autores e personagens melhor você compreende suas relações e atitudes, suas tomadas de decisões, suas escolhas, emoções. Nesse momento você já está se relacionando com a leitura e ela passa a ser uma amiga e pode caminhar para um caso sério de amor. Eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes já li toda a Bíblia, mas pode ter certeza que já passei das 20.

Mas então você me diz: “estou estudando e tenho 3 livros para ler, fazer resumos e apresentar trabalhos, não tenho tempo para isso”. Bem, nesse caso faça o melhor que puder com uma única leitura destes livros, no entanto, quando o semestre terminar faça a releitura de pelo menos um deles.

Ao ler e reler com o tempo você desenvolve um ritmo de leitura melhor e aguça seus sentidos para captar cada vez mais o sentido do texto. Sua leitura e compreensão só melhora cada vez mais. Quando comecei meu processo como leitor não foi diferente, mas em dois anos já estava lendo vários livros por ano. Poderia facilmente dizer que “ler e coçar é só começar”. Quanto mais se lê mais se quer ler, por isso…

4ª Chave: Siga uma lógica de leitura

A Bíblia em si mesma já é um encadeamento de livros relacionados a um mesmo assunto, vários autores diferentes com escritas diversas e tipos de textos variados, porém com um único tema e propósito.

Muitas pessoas ao terminar um livro sobre determinada temática acham que já descobriram tudo sobre aquilo e já partem logo para um assunto diferente, consequentemente ela adquiriu (ou aderiu) ao pensamento de um único autor, então passa apenas a absorver o conteúdo e não vê-lo a partir de outras perspectivas. Até mesmo as traduções das Escrituras são várias e nos mostram interpretações diferentes de acordo com cada versão. Por isso é interessante ao concluir uma leitura da Bíblia usar outra versão para sua releitura. Eu mesmo já perdi as contas de quantas versões já li.

Além do mais quando você começa a perceber que sobre um mesmo assunto há vertentes diferentes e até opostas isso pode lhe conduzir a desenvolver seu próprio pensamento de maneira crítica e mais criativa, em muitos casos de modo bem diferente dos livros que você leu. Quanto à Bíblia você pode perceber como se deu a progressão do pensamento sobre a fé, o desenvolvimento sobre a teologia cristã, as dificuldades que os próprios autores bíblicos enfrentaram enquanto ensinavam ou escreviam seus textos, a maneira como em cada época o pensamento dos personagens vai sendo alterado e como isso tudo culmina na pessoa de Cristo.

Seguir, pelo menos de início, uma lógica de determinado tema de leitura vai lhe ajudar a entender a posição de um ou outro autor a partir de outras perspectivas, assim você também aprenderá a compreender os demais autores que estiver lendo. Por exemplo, há vários assuntos difíceis na Bíblia e ao ler comentários sobre o texto, depois de ter lido a Bíblia, isso lhe ajudará a perceber os caminhos e possibilidades para se interpretar um texto, e ao mesmo tempo começara a identificar interpretações que estejam equivocadas.

Portanto, não tenha medo de ler sobre um mesmo assunto e não aprender mais sobre outros, se aprofunde em um mesmo tema. Minha leitura inicial após ter lido a Bíblia foi sobre oração, li vários livros sobre este assunto, depois da leitura das Escrituras e alguns livros sobre oração comecei a perceber o quanto as pessoas que escrevem sobre este tema não leem a Bíblia, mas apenas falam o que elas pensam que seja. Li muitos livros ruins, porém li vários outros muito bons. No entanto, só consegui começar a fazer um crítica sobre o que seria bom ou ruim a partir da leitura de diferentes linhas de pensamento e com a leitura da Bíblia. Assim posso afirmar que hoje tenho meu próprio entendimento relativo à oração baseado na Palavra de Deus. Então, o passo seguinte é.

5ª Chave: Leia outros assuntos

Espere, este ponto não está em contradição com o anterior. Mas em nossos dias existe um grande interesse em se especializar cada vez mais em apenas uma área, o que não é de todo ruim, todavia isso faz com que nós não consigamos observar e analisar o mundo como um todo e em suas partes, aprendemos a desintegra-lo e nos voltamos apenas para aquilo que achamos dar conta ou que nos interessa, então perdemos a perspectiva do outro quanto a realidade, nos fechamos em nosso campo de pensamento. Lemos tanto um único autor, um mesmo assunto que não sabemos falar de nada mais a não ser de nossa área.

Cada um passa a ter sua área de conhecimento e entra em brigas por isso. Talvez, tudo pudesse ser resolvido se dialogássemos e entendêssemos que o que está acontecendo apenas se trata de pontos de vista diferentes, que muitas vezes podem mesmo ser complementares.

Por isso minha dica é que siga uma lógica de leitura sobre algum assunto, mas com o tempo você também precisará se envolver com outros temas. Comece com temáticas mais fáceis e caminhe para outras que desafiem seu pensamento, que faça doer sua cabeça, que deixe seu cérebro pegando fogo, acabe com seu sono por ficar pensando e remoendo (ou ruminando) aquilo por dias, meses, anos, a vida toda. Não se acomode a leituras fáceis. Sempre que perceber estar ficando mais fácil ler procure livros com leituras e temáticas mais difíceis. Desafie-se a si mesmo.

Aqui o segredo é perceber que todo conhecimento, de algum modo, está conectado, que não há assuntos melhores ou mais agradáveis, há um único relacionamento com o saber. A partir deste ponto, quando você começa a perceber que já pode desafiar seu pensamento é quase impossível que você pare de ler. Para mim isso levou cerca 3 anos. Mas cada um tem um ritmo diferente. Mas, tenho uma dica interessante.

6ª Chave: Pare um pouco para respirar

Disse acima que voltaria a este assunto, agora é o momento. Sugeri que você lesse diariamente sem faltar nenhum dia sua leitura, talvez isso leve seis meses ou um ano para terminar um livro, porém, ao mesmo passo que ler é importante para começar a entender, deixar de ler também é. Ao terminar a leitura ou releitura de um livro sempre é bom parar por algum tempo (não para sempre, por pouco tempo, alguns dias) e deixar seu cérebro respirar e pensar sobre o que se leu. Esse exercício conduz você a assimilar melhor o conteúdo, a analisar a leitura mesmo sem ler e assim vai aos poucos construindo seu próprio pensamento.

Sempre que concluo a leitura de um livro espero alguns dias antes de iniciar uma nova leitura, claro que eu poderia ler muito mais, porém, não teria o mesmo proveito. Acima de tudo, quando leio não estou querendo pegar o pensamento do autor para mim, pelo contrário, estou observando o modo que ele mesmo tratou de algum assunto e como eu posso verificar este assunto, já que se não fosse tal escritor eu, talvez, jamais pensaria sobre aquilo. Por isso tenho como muito importante parar para pensar. Não quero minha cabeça cheia de informações, quero que meu pensamento expanda e me permita ir a lugares que nunca pensei que fosse. No fundo o pensamento do outro nada mais é que um trampolim para o desenvolvimento do meu pensamento. Por fim, chego ao último ponto.

7ª Chave: Estude métodos de interpretação

Nunca estamos totalmente prontos, sempre há muito a aprender. Quando falamos de entender a Bíblia é necessário também entender que há métodos próprios para se compreender um livro escrito há tantos anos. Ao estudo de interpretação das Escrituras chamamos de hermenêutica. A Bíblia é um livro antigo, escrito em uma época com cultura e costumes totalmente diferentes dos nosso, em uma língua que ninguém fala ou escreve mais, ou seja, é impossível entendê-la melhor se não buscarmos as ferramentas certas para isso.

Essa regra também vale para outros livros. Apesar de não se tratar, muitas vezes, de livros antigos, mas recentes, existem métodos de interpretação que nos ajudam a entender um texto, a verificar que tipo textual o autor se utilizou, como desenvolveu seus argumentos, de que modo chegou àquelas considerações, por que partiu de tal pressuposto e não de outro.

Perceber tudo isso nos leva ao ponto mais alto da compreensão que indicamos desde o início deste texto. Mas espere, sugiro começar pela leitura, não pelos métodos de interpretação, visto que são textos muito técnicos e podem desanimar o iniciante no processo de leitura.

Comece devagar e lembre-se ordenação constância. Você se torna diariamente um leitor e se capacita a entender o que se está lendo. Mais ainda, desenvolve seu próprio pensamento.

Abaixo seguem algumas sugestões para iniciar uma boa leitura.

Bíblia – Novo Testamento;

Bíblia – Antigo Testamento;

Histórias infantis (seus filhos agradecem) – O pequeno príncipe, A Cinderela, Alice no país das maravilhas, João e o pé de feijão, revistas em quadrinho;

Romance – Diário de uma paixão (Nicholas Sparks), A culpa é das estrelas (John Green), A menina que roubava livros (Markus Zusak), O menino do pijama listrado (John Boyne), O caçador de pipas (Khaled Hosseini);

Livros de ficção – Este mundo tenebroso (Frank Perreti) , Em seus passos o que faria Jesus (Charles Sheldon), O limiar (Larry Lea), As aventuras de Tintim (Alex Irvine), As crônicas de Nárnia (C. S. Lewis);

Biografias, elas nos inspiram muito;

Introduções ao Novo e Antigo Testamento, procure pelos livros para iniciantes;

Livros brasileiros de autores renomados, mas vá com calma, muitos têm uma linguagem muito difícil;

Sempre esteja com um dicionário em mãos, se for a Bíblia tenha um dicionário bíblico;

Por fim, leia poesia, muita poesia, bastante poesia, sempre faz bem e é gostoso. Apesar de eu mesmo ter problema com a leitura de poesia, é algo que reconheço sua importância.

Só não sugiro ler auto-ajuda, não são bons e não cumprem o que prometem.

Espero que este texto tenha lhe ajudado, se você achava que não lia e chegou até aqui, parabéns, você já começou sua vida de leitor.

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Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.

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