• A imagem mostra o interior de um templo com arquitetura antiga e iluminação dramática. No centro, há uma cruz com Cristo crucificado, iluminada por um feixe de luz vindo do alto. À frente dela está uma arca dourada ornamentada. Em volta, um grupo de pessoas vestidas com roupas religiosas observa em silêncio; algumas seguram bandeiras de Israel. O ambiente é solene e sombrio, remetendo a uma pintura no estilo de Rembrandt.
    Crítica

    A Identidade Distorcida da Fé Tupiniquim

    A igreja evangélica brasileira vive uma curiosa crise de identidade histórica e teológica. Não sabe se é Israel ou se é Roma. E, no meio desse limbo, tenta ser ambos — um híbrido improvável entre o judaísmo veterotestamentário e a Idade Média eclesiástica. É um caso fascinante de anacronismo espiritual, uma viagem no tempo que ignora dois mil anos de cristianismo para estacionar entre Moisés e Tomás de Aquino, sem jamais chegar a Cristo. Leia também: A Sombra do Dominionismo: Desvendando a Teologia do Domínio no Brasil O flerte com o judaísmo antigo já se tornou um relacionamento sério. É o amor platônico da igreja brasileira. Uma paixão que não…

  • A imagem mostra dois perfis humanos frente a frente, cada um com o cérebro visível. O cérebro à esquerda é azulado, com conexões em tons de laranja e aparência geométrica, sugerindo lógica e estrutura — simbolizando o cérebro autista. O cérebro à direita é em tons quentes, com formas mais orgânicas, representando o cérebro neurotípico. Entre ambos, há uma ponte luminosa conectando suas testas, simbolizando a tentativa de compreensão mútua e o conceito da “dupla empatia”. O fundo é neutro e minimalista, transmitindo uma sensação científica e reflexiva.
    Autismo,  Neurodiversidade

    A Sinceridade Inconveniente da Pessoa Autista

    É curioso como a sociedade prega a importância da autenticidade, mas parece entrar em colapso quando encontra alguém que a pratica em sua forma mais pura. O autista, aquele sujeito que fala o que pensa sem adornos, sem os floreios exigidos pela etiqueta social, acaba sendo tachado de ríspido, inconveniente ou até insensível. O mais intrigante, contudo, é que não são outros autistas que o percebem assim, mas sim as pessoas neurotípicas — ou, como muitos autistas têm preferido chamar, os alistas. Leia também: Autismo: Deficiência e Neurodiversidade A ironia é evidente: o mesmo grupo que defende a empatia como um valor universal parece ter dificuldades em aplicá-la quando a…

  • A imagem mostra o interior de uma fábrica do século XIX, com estrutura de madeira e engrenagens grandes movendo máquinas a vapor. Há vários operários, todos homens, vestidos com roupas típicas da época — camisas de mangas arregaçadas, coletes e boinas — trabalhando de forma concentrada. O ambiente é sombrio, iluminado parcialmente por feixes de luz que entram pelas janelas altas. No fundo, penduradas na parede, há duas imagens religiosas emolduradas, sugerindo um elemento de fé no meio do trabalho pesado. O chão está coberto por palha ou fibras vegetais, e o ar parece denso com fumaça e vapor das máquinas. A atmosfera transmite esforço físico intenso, cansaço e um toque de devoção silenciosa.
    Artigo,  Sociedade

    A História da Dor: Entre a Cruz, o Mercado e o Silêncio

    Ao longo da história da humanidade, uma constante atravessa impérios, religiões, sistemas econômicos e correntes filosóficas: nós sofremos, a dor é real. Sofremos no corpo, na mente e na alma; sofremos na guerra e na paz; sofremos na abundância e na escassez. Cada época trouxe seus próprios tipos de dores, e cada indivíduo enfrentou — e ainda enfrenta — seus próprios “demônios”. Leia também: O Peso da Dor e o Silêncio dos Cúmplices O que muda, no entanto, é como a sociedade interpreta e lida com esse sofrimento. Nem sempre existiu o conceito de vitimização. Nas sociedades antigas, lamentar-se publicamente não era, via de regra, bem-visto. A dor, quando exposta,…

  • A imagem mostra cinco pessoas ajoelhadas em oração dentro de um ambiente simples e escuro, iluminado por uma luz quente e suave que lembra o estilo de Rembrandt, com forte contraste entre luz e sombra (chiaroscuro). Composição e posição: As pessoas estão dispostas em semicírculo, todas com as mãos juntas em gesto de oração. Expressões: Há concentração, devoção e serenidade nos rostos, transmitindo uma sensação de introspecção e espiritualidade profunda. Ambiente: O espaço é modesto, com paredes de madeira, uma pequena janela à esquerda que deixa entrar luz natural e uma vela acesa sobre um banco, reforçando o clima contemplativo. Trajes: Roupas simples, de tons terrosos e neutros, reforçando a ideia de humildade e universalidade. Detalhes adicionais: Há um livro sobre uma mesa pequena à direita, sugerindo estudo ou meditação religiosa, e o foco da iluminação destaca os rostos e mãos, criando dramaticidade e intimidade na cena.
    Ensaios,  Teologia

    Os Cinco Serviços de Todo Cristão: Contra a Hierarquia e a Idolatria do Clero

    A história do cristianismo está profundamente marcada por disputas de poder, pela construção de castas espirituais e pela tentativa de estabelecer uma escada de “maiores” e “melhores” dentro do corpo de Cristo. O que começou como uma comunidade de iguais, reunidos em torno do Cristo ressuscitado, se converteu, ao longo dos séculos, em uma instituição estratificada, onde poucos mandam e muitos obedecem, onde uns pregam e outros apenas escutam, onde alguns são vistos como especiais e os demais são reduzidos a espectadores da fé. Leia também: A Síndrome do Pavão na Igreja Contemporânea Historiadores da igreja, como Justo González, lembram que o processo de clericalização foi gradual: no início, a…

  • A imagem mostra uma Bíblia aberta sobre uma superfície escura, iluminada por um feixe de luz dourada que desce do alto, destacando suas páginas. Pequenas partículas luminosas flutuam dentro da luz, criando um efeito de aura ou reverência, simbolizando a presença e a revelação divina. O contraste entre a escuridão ao redor e o foco de luz na Bíblia sugere a ideia de conhecimento, verdade e espiritualidade que emanam da Palavra de Deus.
    Artigo,  Teologia

    O que Podemos Dizer Sobre Deus: Entre o Silêncio Humano e Sua Palavra

    Vivemos cercados de discursos sobre Deus. São sermões, livros, canções, fóruns acadêmicos e até debates televisivos. Cada um apresenta um “Deus” a seu modo — ora austero, ora permissivo; ora distante, ora intimamente próximo. Mas, diante de tanta pluralidade de vozes, surge uma pergunta inevitável: o que realmente podemos dizer sobre Deus que seja verdadeiro? Leia também: Sola Caritas: O Supremo Amor de Deus “Quem é este que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2). Deus interrompeu Jó com essa pergunta, lembrando-lhe que nem mesmo o justo sofredor, com toda sua dor e sinceridade, estava apto a falar sobre o Criador sem antes ouvir o próprio Criador.…