A Ilusão da Bênção: Teologia da Prosperidade e a Espiritualidade Superficial
Lendo o livro de Karl Barth, “Carta aos Romanos”, deparei-me com uma citação intrigante: “O espírito servil de Hagar se exalta quando recebe alguma coisa, mas este é o caminho da expulsão” (Steinhofer). Barth, ao tratar da salvação, inclusive daqueles que não estão na igreja, nos alerta sobre a exaltação que pode acompanhar a recepção de bênçãos. Esta reflexão me leva a pensar em vários contextos modernos, especialmente no comportamento de certos crentes que vivem pedindo e, supostamente, exigindo milagres de Deus. Este fenômeno é particularmente comum entre os adeptos da Teologia da Prosperidade e aqueles que participam incessantemente de campanhas e petições. Leia também: O Absurdo da “Teologia” da…
A Normalidade da Diferença
O que muitas pessoas não conseguem compreender é que o cérebro de uma pessoa neurodiversa funciona de maneira distinta do que a sociedade impõe, e isso se reflete em suas ações, quer ela queira ou não. É preciso compreender que nisto também está a normalidade. É difícil entender que cerca de 2% da população mundial é neuroatípica, como autistas e pessoas com TDAH. Daí a falta de empatia para aceitar o diferente. O autista, por exemplo, pode emitir sons ou fazer movimentos incomuns. Isso não tem nada a ver com as outras pessoas ou com o desejo de incomodar, mas com a necessidade de autorregulação. Da mesma forma, uma pessoa…
O Absurdo da “Teologia” da Prosperidade
A teologia da prosperidade é uma das vertentes mais polêmicas do cristianismo contemporâneo. Esta doutrina, que promete riquezas e saúde em troca de fé e doações, é frequentemente criticada por sua abordagem materialista e superficial da religião. Vamos mergulhar nos argumentos dessa teologia e desmascarar sua lógica absurda com uma boa dose de sarcasmo e reflexão. Fé como meio de riqueza A primeira pérola da teologia da prosperidade é a noção de que a fé em Deus garante prosperidade financeira. Imagine Deus como um gerente de banco celestial, pronto para aprovar seu empréstimo divino. Quem precisa de investimento ou trabalho duro quando se tem fé? Claro, a lógica divina agora…
O Dízimo: Entre a Lei e a Liberdade
Dizimar ou não dizimar, eis a questão. O dízimo tem uma longa história junto à fé, remontando aos tempos de Abraão, que dizimou, mas apenas uma vez (Gênesis 14:20). Depois, na Lei mosaica, o dízimo tornou-se uma obrigação para todo judeu (Levítico 27:30), uma parte intrínseca do culto e da vida religiosa. Contudo, os fariseus, em sua busca por uma religiosidade meticulosa, extrapolaram a exigência e definiram o dízimo até dos mínimos detalhes, como das hortaliças do quintal (Mateus 23:23). Jesus falou do dízimo, não para avalizá-lo, mas para questionar a hipocrisia dos fariseus. Ele criticou a ênfase deles em práticas externas, enquanto negligenciavam “os preceitos mais importantes da lei:…
A Beleza Expressiva do Amor Divino
A salvação é unicamente por meio de Cristo e seu amor. Portanto, independe de religião, local ou qualquer pessoa. Viver o reino de Deus é fazer o bem que Cristo faria. É afastar-se do mal. É transcender a crença e alcançar a fé que só Deus pode dar. Viver a vida eterna é viver o hoje, o agora. É servir ao necessitado. É dar a vida, se necessário, pelo próximo. Tornar-se semelhante a Cristo é morrer para si, para o ego e paixões da natureza humana. É permitir que o Espírito Santo guie a mente em direção à renovação da vontade de Deus e, por essa renovação, transformar-te na benignidade…
Origens e Diferenças: Pelagianismo, Semipelagianismo e Arminianismo
No campo da teologia cristã, as discussões sobre a natureza do pecado e da salvação têm gerado intensos debates ao longo dos séculos. Entre as principais correntes que influenciaram essas discussões estão o pelagianismo, o semipelagianismo e o arminianismo. Cada uma dessas perspectivas oferece uma visão distinta sobre a condição humana e a necessidade da graça divina. O pelagianismo, proposto por Pelágio, argumenta que o pecado original não afeta a natureza humana e a salvação depende unicamente do livre-arbítrio e dos méritos individuais. Em contraste, o semipelagianismo, defendido por João Cassiano, reconhece a necessidade da graça divina para completar a salvação, embora acredite que o homem pode iniciar esse processo…