• Crônicas

    O Enigma da Vara: Do Cajado ao Carinho

    Era uma vez, em um pequeno vilarejo, um sábio conhecido por sua sabedoria prática e suas palavras que ecoavam através das gerações. Certa vez, ele escreveu um provérbio que dizia: “Quem poupa a vara odeia seu filho, mas quem o ama, desde cedo o castiga.” Ah, a famosa vara da disciplina! O que seria exatamente? Um galho de árvore? Uma arma de correção física? Engraçado como algumas pessoas gostam de interpretar isso de forma literal, agarrando-se à ideia de que a vara deve ser usada para bater na criança, como se a educação fosse questão de força bruta. Mas, vejamos como essas mesmas pessoas mudam de opinião ao lerem o…

  • Crônicas

    O Paradoxo do Desagradável Salvador

    Na vastidão da Judeia antiga, Jesus caminhava sem pressa, mas com propósito. Não buscava agradar multidões, não prometia aceitação universal, e, surpreendentemente, isso o tornava ainda mais intrigante. Ele parecia compreender uma verdade que, para muitos, era difícil de digerir: tentar agradar a todos é um caminho garantido para agradar a ninguém. Imaginemos Jesus na contemporaneidade. Ele talvez fosse convidado para um talk show. “Jesus, você sabe, nem mesmo você conseguiu agradar todo mundo!” O anfitrião diria, rindo nervosamente. Jesus, com um sorriso enigmático, responderia: “Eu nunca quis. Meu objetivo era bem claro – agradar apenas ao Pai.” De fato, ele deixou claro que sua missão não era promover uma…

  • Crônicas

    A Parábola da Graça e da Desgraça

    A parábola do filho pródigo, narrada em Lucas 15, é um relato profundo de graça e desgraça. Um filho desgraçado pede sua parte da herança ao pai. Com surpreendente generosidade, o pai gracioso lhe dá tudo o que é devido. O filho, agora com seus bens, se distancia da sua vida e do pai, mergulhando numa espiral de desgraça. Durante esse tempo, o pai permanece fiel, nunca deixando de ser pai. Na casa do pai, há outro filho que parece viver na graça, permanecendo ao lado do pai. O filho desgraçado, após gastar tudo e perder-se completamente, decide voltar. Ao retornar, ele é recebido de braços abertos pelo pai gracioso,…

  • Crítica

    Escatologia de Jornal: O Sensacionalismo que Desacredita a Fé

    Introdução A escatologia de jornal é uma prática crescente entre certos grupos cristãos que procuram interpretar eventos contemporâneos à luz das profecias bíblicas. Este artigo busca explorar o conceito de escatologia de jornal, contrastá-lo com a escatologia bíblica tradicional e demonstrar como essa última é superior. Além disso, abordaremos os perigos de se envolver com o sensacionalismo político e social em nome da fé e como isso pode levar ao descrédito da igreja e da mensagem cristã. O Que é Escatologia de Jornal? Escatologia de jornal refere-se à prática de correlacionar eventos diários e notícias contemporâneas com passagens proféticas da Bíblia, especialmente aquelas encontradas no livro de Apocalipse e outros…

  • Crônicas

    No Caminho: Entre a Cruz e a Espada

    Quem vive a fé cristã anda pelo Caminho, um caminho que é mais do que uma simples trajetória, pois é o próprio Cristo. Este Caminho não é uma estrada de duas margens estáticas, mas um percurso dinâmico e transformador. Estar no Caminho é rejeitar a estagnação das beiras, é escolher um movimento constante que, paradoxalmente, tem como único ponto inalterável o próprio Caminho. Nas margens, tudo é passageiro e efêmero, enquanto nós, como peregrinos, transitamos por essas margens. O cristão, que se compromete a viver no Caminho, não ocupa o centro, mas coloca Cristo no centro de sua existência. Este centro é o eixo inabalável em meio a um mundo…

  • Neurodiversidade

    O Jogo Perigoso da Linguagem: Autismo, Masking e os Riscos de Ensinarmos Nossos Filhos a Mentir

    Por Ludwig Wittgenstein, a linguagem foi descrita como um jogo. Ele estava certo, mas para nós autistas, este jogo pode se tornar perigoso. Como pais de autistas, precisamos tomar cuidado com a maneira como ensinamos nossos filhos sobre a linguagem e suas nuances. Autistas, principalmente aqueles de nível 1 de suporte, frequentemente utilizam uma técnica chamada masking em suas relações sociais. O masking, em termos simples, é “fingir” um comportamento socialmente aceito para tentar se adequar. Para pessoas neurotípicas, este comportamento é tão natural quanto aprender a andar. Porém, para nós autistas, o masking pode ser extremamente desgastante e problemático. Esse “jogo” constante de tentar se encaixar pode levar a…