• A imagem mostra o interior de uma igreja com vitrais coloridos e decoração tradicional. Fiéis de diferentes idades interagem de forma afetuosa e acolhedora. Em destaque, um homem idoso, uma mulher jovem e uma criança estão reunidos ao redor de uma senhora em cadeira de rodas, demonstrando carinho e atenção. Ao fundo, outras pessoas também conversam e se cumprimentam cordialmente nos bancos da igreja, transmitindo um ambiente de amor, inclusão, comunhão e cuidado mútuo. A cena representa bem a mensagem cristã de acolhimento contínuo dentro da comunidade de fé.
    Artigo

    Uns Chamados Para Acolher, Outros Para Ser Acolhidos

    Há algo que a Igreja precisa encarar com seriedade, profundidade bíblica e maturidade espiritual: o acolhimento contínuo como vocação e não como falha. Nem todas as pessoas que chegam até nós serão fortes, estáveis ou prontas para liderar algum ministério. E, mais ainda, algumas nunca estarão. E está tudo bem. Alguns são chamados para ser acolhidos. Leia também: O Amor que Reconhece as Diferenças A lógica do discipulado que abraçamos muitas vezes se parece mais com uma esteira de produção industrial do que com a organicidade do Corpo de Cristo. Esperamos que todos passem pelo “processo”: entram frágeis, são discipulados, crescem, se tornam líderes e, enfim, passam a cuidar de…

  • A imagem mostra uma figura humana feita de barro rachado, com destaque para um coração trincado exposto no peito. A figura está em pé no centro de uma rua urbana moderna, com luzes de neon ao fundo, evocando uma cidade movimentada à noite. Ao redor, há dezenas de rostos sorridentes espalhados pelo chão, como máscaras caídas, todas com expressões forçadas e artificiais. O contraste entre o homem de barro — frágil, verdadeiro e vulnerável — e os rostos falsos ao redor sugere uma crítica à superficialidade das relações humanas e à hipocrisia do amor proclamado mas não vivido.
    Crítica

    O Amor, o Vaso e a Vaidade

    O amor, esse verbo tão conjugado nas músicas, nos púlpitos, nos stories e nos sermões de domingo, anda meio prostituído — não no sentido de que foi violentado, mas no sentido de que se vende fácil por aplausos, curtidas e aprovação moral instantânea. Leia também: A Era do Eu Inchado: Identidade Inflada e a Vacuidade do Ser Vivemos dizendo que sabemos amar, como se amar fosse simplesmente não matar, não estuprar ou dar bom dia no elevador. Confundimos afeto com gentileza, fidelidade com presença, altruísmo com marketing de si mesmo. Pais dizem que batem por amor, e filhos crescem confundindo dor com cuidado. Cônjuges traem em nome de um amor…

  • A imagem é um pôster promocional da série Murderbot, da Apple TV+. À esquerda, em destaque, está o título “MURDERBOT” em letras grandes e laranja vibrante, com uma tipografia futurista. À direita, vemos o rosto de um homem — que parece ser parcialmente humano e parcialmente robô — encaixado em um corpo mecânico, com fios expostos e fumaça saindo do pescoço, sugerindo danos ou transformação. O contraste entre a expressão melancólica do rosto e a brutalidade metálica do corpo evidencia o conflito entre humanidade e máquina, tema central da série. O logotipo da Apple TV+ aparece na parte superior.
    Nerd,  Neurodiversidade

    Crítica da Série: Diários de um Robo Assassino – Uma Ode Neurodivergente

    Por trás do título que parece ter saído diretamente de uma prateleira de filmes B dos anos 80, Diários de um Robo Assassino — produção original da Apple TV baseada na série de livros MurderBot Diaries, da escritora Martha Wells — esconde-se uma obra inesperadamente delicada, inteligente e… neurodivergente. Leia também: Crítica: Adolescência – Série Brutal e Necessária A trama acompanha um androide de segurança que conseguiu burlar seu próprio código de controle e, com isso, ganha autonomia de pensamento. Aparentemente uma ameaça de proporções catastróficas, esse “Robo Assassino” (nome que ele mesmo escolheu, ironicamente) não tem interesse algum em matar humanos — ele só quer ficar sozinho, assistir sua novela sci-fi…

  • A imagem mostra um alienígena de pele verde, cabeça grande e olhos negros característicos, segurando um espelho ornamentado no espaço sideral. No reflexo do espelho, em vez da figura do próprio alien, aparece o rosto de um jovem humano, com expressão pensativa e olhar introspectivo. Ao fundo, o cenário cósmico é preenchido por nebulosas em tons de roxo e rosa, criando uma atmosfera surreal. A composição visual sugere uma reflexão existencial: o "outro" alienígena é, no fundo, uma versão de nós mesmos.
    Crítica,  Crônicas,  Filosofia,  Nerd

    Alienígenas Antrópicos e Outras Ficções de Espelho

    Hollywood tem uma fixação adorável e meio infantil com alienígenas. Sempre que um novo filme de invasão chega às telonas, já sabemos o que esperar: seres verdes, cabeçudos, com olhos grandes e pretos (provavelmente míopes de tanto olhar para a Via Láctea) ou criaturas gosmentas e hostis que falam uma língua gutural e esquisita — algo entre Klingon e mau humor matinal. Leia também: Humor Sem Freios: O Stand-up e a Parede da Lei Mas o que realmente me intriga não são as naves em forma de disco, nem os raios desintegradores ou os planos mirabolantes para dominar Nova York (sempre Nova York, como se os ETs tivessem uma obsessão…

  • A imagem apresenta uma cena dramática e simbólica em estilo barroco, retratando um sacerdote do Antigo Testamento em profunda oração. Ele está com os olhos vendados, sugerindo cegueira ou exclusão ritual conforme os critérios de Levítico 21:16–23. Vestindo ricas vestes sacerdotais bordadas em dourado, ele se apoia sobre um altar com expressão de angústia e reverência, com as mãos unidas diante do rosto, em um gesto de súplica silenciosa. A iluminação segue o estilo chiaroscuro (luz e sombra acentuadas), criando uma atmosfera intensa, íntima e carregada de emoção. Ao fundo, uma coluna clássica e um pano vermelho dobrado sobre o altar sugerem a sacralidade do local e o contexto litúrgico-templário. O contraste entre a luz sobre o rosto e as mãos do sacerdote e a escuridão ao redor reforça a tensão entre exclusão e presença divina. A imagem evoca fortemente os temas da dignidade mesmo na limitação, da exclusão ritual por deficiência e da espiritualidade autêntica que transcende a estética da perfeição — tudo profundamente ligado à mensagem de Levítico reinterpretada à luz do Novo Testamento.
    Análise,  Teologia da Deficiência

    Deficiência: Análise de Levítico 21:16–23 à Luz da Revelação Progressiva

    Introdução O texto de Levítico 21:16–23 apresenta uma das passagens mais controversas da Torá para leitores contemporâneos, especialmente quando se trata da inclusão de pessoas com deficiência. Ao estabelecer que sacerdotes com defeitos físicos não poderiam aproximar-se do altar para oferecer o pão do seu Deus, o texto parece – à primeira vista – institucionalizar a exclusão e associar deficiência a indignidade ou impureza. Em tempos onde se luta pela inclusão, a leitura literal e anacrônica dessa passagem tem causado mal-entendidos e sofrimento. Leia também? Paulo a Timóteo, amor “ao” ou “do” dinheiro: uma análise No entanto, uma análise cuidadosa revela que essa instrução está longe de representar um desprezo…