• A imagem mostra um homem sentado em um banco de praça, em perfil, com expressão pensativa. Ele apoia o queixo na mão, olhando para o horizonte, imerso em seus pensamentos. Ao fundo, pessoas caminham, mas estão desfocadas, representando um contraste entre o movimento do mundo e a introspecção do personagem. O cenário é arborizado, transmitindo um clima calmo e reflexivo.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Reflexões Antes de Me Saber Autista

    Alguns meses antes de receber meu diagnóstico de autismo, escrevi um texto que publiquei no Facebook. Naquela época, eu sequer sabia o que era ser autista. Eu não tinha ideia de que certas características que sempre carreguei, e que achava apenas traços da minha personalidade, na verdade, eram expressões de um funcionamento neurológico diferente. Escrevo agora, revisitando aquele relato, com um olhar mais consciente, mas sem alterar a essência do que vivi. Leia também: Meu Processo de Diagnóstico de Autismo Minha vida inteira carreguei uma capacidade muito intensa de empatia — mas não aquela empatia romântica, superficial, que às vezes é confundida com simpatia ou gentileza social. Trata-se de uma…

  • A imagem mostra um cenário sombrio e desolado, com um céu nublado e atmosfera pesada. No centro, há uma cruz de madeira quebrada, caída e amarrada com correntes enferrujadas, simbolizando opressão, prisão e decadência. Ao fundo, no topo de uma colina, destaca-se uma cruz iluminada por uma luz suave, sugerindo esperança, resistência ou redenção em meio ao caos. Espalhadas pelo cenário estão várias bandeiras com símbolos do nazismo, do colonialismo e de outros movimentos opressores. Cruzes simples estão fincadas no chão, representando sofrimento, morte e a história manchada de sangue. O contraste entre a cruz acorrentada no primeiro plano e a cruz iluminada ao fundo transmite uma poderosa crítica à aliança histórica da religião institucionalizada com sistemas de opressão, enquanto sugere que a verdadeira fé sobrevive além dessas estruturas corrompidas.
    Artigo,  Sociedade

    Cristianismo e Igreja: Colonialismo e Escravidão

    A história da igreja cristã, tanto católica quanto protestante, é marcada por paradoxos profundos que desafiam a pureza da fé proclamada por Jesus Cristo. Enquanto a mensagem do Evangelho é de libertação, amor ao próximo e justiça, a instituição e seus representantes frequentemente estiveram do lado do poder opressor, da exclusão e da violência. Uma análise bíblico-teológica, histórica e crítica revela como a verdadeira fé cristã foi frequentemente sufocada ou deturpada por interesses humanos, deixando um legado ambíguo que ainda ecoa nos dias atuais. Leia também: Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado 1. A Igreja e a Escravidão: A Contradição do Corpo de Cristo A Bíblia ensina que todos…

  • A imagem mostra uma mão segurando uma pequena caixa aberta, de onde escapa uma luz dourada intensa, que se espalha em partículas brilhantes pelo ar. O fundo é completamente escuro, destacando o contraste entre a luz e as sombras, criando uma atmosfera de mistério, reverência e beleza. A cena remete à ideia de algo precioso, imensurável e que não pode ser contido.
    Crônicas

    O Reino Que Não Cabe em Suas Prateleiras

    Há quem insista em colocar Deus e seu Reino em caixas. Caixas com etiquetas sofisticadas: “Aqui habita o Deus evangélico”. Ou, quem sabe, “Deus, versão católica, agora com sete sacramentos”. Tem também quem prefira embalagens mais exóticas, com liturgias em latim, em hebraico ou em línguas angelicais. Cada qual tenta capturar Deus em seus frascos de doutrinas, credos e confissões. Leia também: Hakuna Matata e o Reino de Deus Mas há um problema. Deus não cabe. Nem nas caixas, nem nas prateleiras. Na verdade, ele nem sequer frequenta esses corredores. O Eterno não é evangélico, não é católico, nem ortodoxo, nem pentecostal, nem reformado. A bem da verdade, Deus nem…

  • Na imagem, um grupo de sete pessoas está reunido em uma mesa redonda de madeira ao ar livre, em um ambiente cercado de árvores e vegetação. Todos estão sorrindo, demonstrando alegria, acolhimento e amizade. Sobre a mesa, há vários livros abertos, indicando uma conversa descontraída sobre temas como Bíblia, teologia ou estudo. O clima é leve, agradável e acolhedor, refletindo comunhão, inclusão e amor prático entre os participantes. A luz do sol atravessa as árvores, iluminando suavemente a cena e reforçando a sensação de paz e conexão.
    Neurodiversidade,  Teologia da Deficiência

    Sobre o Corpo, os Membros e o Amor Que se Faz Carne

    Há quem pense que amar seja verbo de assento macio, que se conjuga em discursos, abraços frouxos e promessas lançadas ao vento. Mas há um amor que é verbo de chão, de calo nas mãos, de mesa posta, de escuta atenta. Amor que não se limita a dizer “você é bem-vindo”, mas que se traduz em “aqui está seu lugar.” No Corpo, há muitos membros, dizia Paulo, o apóstolo. E cada um com sua função, seu compasso, sua cadência. O problema é que nem sempre o Corpo lembra que nem todo pé corre, nem toda mão toca, nem todo olho vê da mesma maneira. Às vezes, esquecemos que há membros…

  • Artigo

    A Falência da Igreja que Não Acolhe os Frágeis

    A igreja tem perdido sua sensibilidade pastoral. Em nome da produtividade, da performance litúrgica e da busca por relevância cultural, muitos templos tornaram-se inacessíveis física, emocional e espiritualmente. Uma das marcas mais gritantes desta falência é a negligência para com os mais frágeis: os doentes, os idosos, os órfãos, as viúvas, os encarcerados, os deficientes, os autistas, os que, por qualquer razão, não conseguem estar presentes nas “grandes celebrações”. Tiago disse: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo.”(Tiago 1:27) A prática da visitação, tão clara nas Escrituras, não…