• A imagem mostra uma jovem sentada, encostada em uma parede de tijolos, com expressão de tristeza e solidão, olhando para baixo. Ela veste uma jaqueta jeans e calça jeans. Ao fundo, um grupo de pessoas está de pé, conversando entre si, desfocado, reforçando a ideia de exclusão social e isolamento. O ambiente parece ser um corredor ou passagem urbana, com iluminação fria e ambiente um pouco escuro. A cena transmite fortemente a sensação de solidão e desconexão.
    Autismo,  Neurodiversidade

    O Silêncio das Amizades que Nunca Vieram

    Uma das maiores dores silenciosas entre pessoas autistas é a ausência de amizades verdadeiras. Não se trata apenas de não ser querido ou de não estar cercado por gente; trata-se de nunca ter, de fato, experimentado a cumplicidade mútua, aquela que nasce da troca de dores, segredos, medos e sonhos. Amizade, em sua essência mais profunda, é uma forma de abrigo onde duas verdades se encontram e escolhem permanecer. Para muitos autistas, essa casa nunca foi construída — ou foi, e rapidamente demolida. A psicologia das relações humanas mostra que a amizade depende de abertura emocional, reciprocidade e tempo. No entanto, para pessoas autistas, a abertura emocional é um processo…

  • A imagem mostra um homem de meia-idade sentado sozinho em um banco de praça, lendo um livro. Ele parece tranquilo e concentrado na leitura. Ao fundo, há algumas pessoas caminhando e conversando, mas estão desfocadas, dando destaque à solidão serena do homem no primeiro plano. A praça é arborizada, transmitindo um ambiente calmo e agradável.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Não Sou Antissocial: Apenas Não Sei Chegar Até Você

    Durante boa parte da minha vida ouvi, direta ou indiretamente, que eu era “antissocial”. Parecia ser a explicação automática para meu silêncio, meu isolamento, minha dificuldade em interagir. Mas hoje, depois de muito aprender sobre mim mesmo e sobre o espectro autista, posso afirmar com segurança: eu nunca fui antissocial. Eu sou associal — e há uma diferença gigantesca nisso. Ser antissocial não tem nada a ver com o que eu sou. Antissocial é um transtorno de personalidade, muitas vezes associado à psicopatia, com traços de manipulação, desrespeito às regras e até mesmo violência. Essas pessoas rejeitam o convívio social por hostilidade ou desprezo. Leia também: Meu Olhar Autista Sobre…

  • A imagem mostra duas pessoas sentadas à mesa, em um ambiente simples e acolhedor, iluminado por uma luz pendente. Sobre a mesa de madeira há duas canecas com bebida quente e um bolo de chocolate no centro. Ambos estão sorrindo e conversando de forma descontraída. Não há enfeites ou decoração de festa, transmitindo uma sensação de simplicidade, aconchego e conexão genuína entre eles.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Meu Olhar Autista Sobre Datas Comemorativas

    Há algo que há muito tempo carrego dentro de mim e que, aos poucos, fui aprendendo a aceitar — e agora sinto que é hora de expressar isso com clareza para quem convive comigo. Trata-se da minha relação com datas comemorativas, especialmente aniversários. Talvez algumas pessoas já tenham percebido pelo meu comportamento, por comentários nas redes sociais ou por meu silêncio em certas ocasiões. Outras, no entanto, ainda estranham — e até se entristecem — com o que vou dizer aqui: para mim, a maioria das datas comemorativas não faz sentido algum. Leia também: Flerte: Um Desafio Autista Antes que alguém pense se tratar de uma crise existencial, ou de…

  • A imagem mostra a figura de Jesus com o rosto envolto por uma luz intensa, quase celestial, que o oculta parcialmente e transmite uma aura divina. Seu corpo está visível da altura do peito para baixo, com os braços estendidos e as mãos abertas, em um gesto de acolhimento e compaixão. Ele veste túnicas simples e gastas, de tom claro, que remetem à humildade e à vida terrena. A pele é parda, e os traços corporais sugerem uma aparência mais próxima de um judeu do Oriente Médio, fugindo das representações europeizadas comuns. A iluminação ao redor destaca a serenidade e a santidade da cena.
    Artigo

    O Peso do Pecado e a Leveza da Graça

    Muitos de nós fomos ensinados — ou deduzimos sozinhos — que Deus, diante do nosso pecado, se comporta como alguém profundamente emocional, como se sentisse mágoa à nossa maneira: vai para um canto, abaixa a cabeça, derrama lágrimas e sofre. A imagem é comovente: um Deus eterno, santo e majestoso, abatido pela miséria da criatura. Mas ao mesmo tempo, essa imagem é perigosa. Ela reduz Deus ao nosso tamanho e transforma a tragédia do pecado humano em um drama afetivo divino. Não é isso que a Bíblia ensina. Leia também: Por que a Graça Redentora Anula as Consequências do Pecado Sim, a Escritura nos diz que Deus se entristece com…

  • A imagem mostra um pastor negro pregando com seriedade em uma igreja simples, de arquitetura tradicional. Ele está de pé atrás de um púlpito de madeira, com um microfone, enquanto a congregação — composta principalmente por crianças e adolescentes negros — ouve atentamente. Um feixe suave de luz solar atravessa uma janela em estilo gótico, iluminando o ambiente com uma atmosfera de paz, reverência e esperança. A cena transmite acolhimento, resistência e a importância da representatividade no espaço religioso.
    Sociedade

    Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado

    Há um silêncio cúmplice que ecoa nos púlpitos das igrejas evangélicas brasileiras. Um silêncio que não é de reverência, mas de omissão. Um silêncio quase ensurdecedor diante do clamor de irmãos e irmãs que carregam na pele a marca de uma cor que ainda hoje é marginalizada, ignorada, agredida. Falar sobre racismo na igreja não é trazer “pauta política” ao altar — é, antes, responder bíblica e profeticamente ao clamor da justiça. É cumprir o evangelho. Leia também: Blackface: A Arte da Humilhação Infelizmente, quando se menciona racismo em muitos ambientes evangélicos, logo surgem vozes defensivas: “isso é lacração”, “isso é marxismo”, “isso é ideologia”. Mas o que deveria ser…

  • A imagem mostra um pregador evangélico discursando em um púlpito iluminado, diante de uma grande plateia em uma igreja. Em destaque na parte frontal da congregação, algumas pessoas com deficiência — uma mulher em cadeira de rodas, um homem com muletas, uma criança autista acompanhada — aparecem com expressões de tristeza, exclusão e desconforto. A cena, com iluminação dramática e tons sóbrios, transmite um forte contraste entre a autoridade do orador e o sofrimento silencioso dos marginalizados, refletindo visualmente o tema da dor e do capacitismo na igreja.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – Final 2

    Parte Final 2 – O Pecado do Capacitismo no Púlpito A dor de quem vive com uma deficiência, ou de quem cuida com amor e sacrifício de alguém com transtornos mentais ou físicos, não deveria encontrar eco em palavras de condenação, suspeita ou desprezo nos púlpitos. Mas encontra. Repetidas vezes. Em igrejas lotadas, em lives vistas por milhões, em canais de YouTube com dezenas de milhares de seguidores. O grito de quem sofre é silenciado por vozes que deveriam proclamar cura, acolhimento e verdade. Essa realidade dolorosa nos obriga a fazer uma análise dura, crítica, teológica e profética: a Igreja brasileira precisa romper com o pecado do capacitismo. O capacitismo…