Hiperfoco: Superpotência ou Obstáculo

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O hiperfoco é um estado de concentração intensa e prolongada em um único tema, tarefa ou atividade. É como se a pessoa entrasse em um “mundo próprio”, absorvida completamente pelo que está fazendo, ignorando tudo ao seu redor.

Nesse estado, a pessoa pode:

  • Perder a noção do tempo: horas podem passar sem que ela perceba.
  • Ter uma produtividade muito alta: pode realizar tarefas complexas com grande rapidez e qualidade.
  • Ignorar estímulos externos: barulhos, conversas e movimentos não a incomodam.
  • Sentir grande prazer e satisfação: a atividade se torna extremamente gratificante.

O hiperfoco é mais comum em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas também pode ocorrer em indivíduos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outras condições.

Diferenças do Hiperfoco no TEA e no TDAH

há algumas diferenças importantes entre o hiperfoco em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

No TEA:

  • O hiperfoco tende a ser mais direcionado e intenso. A pessoa pode se concentrar em um único aspecto de um tema por um período muito longo, mesmo que seja algo muito específico ou obscuro.
  • É frequentemente relacionado a interesses especiais. Esses interesses podem ser qualquer coisa, desde animais e plantas até história e matemática.
  • Pode ser uma maneira de lidar com a sobrecarga sensorial. Ao se concentrar intensamente em algo, a pessoa pode bloquear os estímulos externos que a incomodam.
  • Em alguns casos, o hiperfoco pode levar a comportamentos repetitivos. A pessoa pode falar sobre o mesmo assunto repetidamente ou realizar as mesmas ações continuamente.

No TDAH:

  • O hiperfoco tende a ser mais variável e fugaz. A pessoa pode se concentrar intensamente em uma atividade por um tempo, mas depois perder o interesse rapidamente e passar para outra coisa.
  • É frequentemente relacionado a atividades estimulantes. Isso pode incluir jogos eletrônicos, esportes ou hobbies que exigem muita adrenalina.
  • Pode ser uma maneira de compensar a desatenção. Ao se concentrar intensamente em algo, a pessoa pode bloquear as distrações ao seu redor.
  • Em alguns casos, o hiperfoco pode levar a procrastinação. A pessoa pode adiar tarefas importantes porque prefere se concentrar em algo que lhe dá prazer imediato.

Outras diferenças:

  • No TEA, a pessoa pode ter dificuldade para desligar do hiperfoco. Isso pode levar a problemas nas relações sociais e na rotina.
  • No TDAH, a pessoa pode ter mais facilidade para mudar de foco quando necessário. No entanto, isso também pode levar a dificuldades em concluir tarefas.

É importante lembrar que o hiperfoco é um espectro

As características descritas acima são apenas tendências gerais, e a experiência de cada pessoa pode ser diferente.

Se você se preocupa com o hiperfoco em si mesmo ou em alguém que você conhece, é importante procurar ajuda profissional. Um psicólogo ou psiquiatra pode avaliar a situação e oferecer orientação e tratamento adequados.

É importante lembrar que o hiperfoco nem sempre é positivo

Em alguns casos, pode levar a:

  • Problemas nas relações sociais: a pessoa pode se isolar para se concentrar em seu interesse, negligenciando amigos e familiares.
  • Dificuldades na rotina: tarefas importantes podem ser esquecidas em favor do hiperfoco.
  • Exaustão física e mental: a intensa concentração pode levar a cansaço e estresse.

Se você se preocupa com o hiperfoco em si mesmo ou em alguém que você conhece, é importante procurar ajuda profissional. Um psicólogo ou psiquiatra pode avaliar a situação e oferecer orientação e tratamento adequados.

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Paulo Freitas

Paulo Freitas

Paulo Freitas é teólogo, filósofo, professor e presbítero. Autista, escreve sobre fé, fragilidade, dor, neurodiversidade e tudo o que nos torna profundamente humanos.

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