Artigo

  • A imagem mostra o interior de uma fábrica do século XIX, com estrutura de madeira e engrenagens grandes movendo máquinas a vapor. Há vários operários, todos homens, vestidos com roupas típicas da época — camisas de mangas arregaçadas, coletes e boinas — trabalhando de forma concentrada. O ambiente é sombrio, iluminado parcialmente por feixes de luz que entram pelas janelas altas. No fundo, penduradas na parede, há duas imagens religiosas emolduradas, sugerindo um elemento de fé no meio do trabalho pesado. O chão está coberto por palha ou fibras vegetais, e o ar parece denso com fumaça e vapor das máquinas. A atmosfera transmite esforço físico intenso, cansaço e um toque de devoção silenciosa.
    Artigo,  Sociedade

    A História da Dor: Entre a Cruz, o Mercado e o Silêncio

    Ao longo da história da humanidade, uma constante atravessa impérios, religiões, sistemas econômicos e correntes filosóficas: nós sofremos, a dor é real. Sofremos no corpo, na mente e na alma; sofremos na guerra e na paz; sofremos na abundância e na escassez. Cada época trouxe seus próprios tipos de dores, e cada indivíduo enfrentou — e ainda enfrenta — seus próprios “demônios”. Leia também: O Peso da Dor e o Silêncio dos Cúmplices O que muda, no entanto, é como a sociedade interpreta e lida com esse sofrimento. Nem sempre existiu o conceito de vitimização. Nas sociedades antigas, lamentar-se publicamente não era, via de regra, bem-visto. A dor, quando exposta,…

  • A imagem mostra uma Bíblia aberta sobre uma superfície escura, iluminada por um feixe de luz dourada que desce do alto, destacando suas páginas. Pequenas partículas luminosas flutuam dentro da luz, criando um efeito de aura ou reverência, simbolizando a presença e a revelação divina. O contraste entre a escuridão ao redor e o foco de luz na Bíblia sugere a ideia de conhecimento, verdade e espiritualidade que emanam da Palavra de Deus.
    Artigo,  Teologia

    O que Podemos Dizer Sobre Deus: Entre o Silêncio Humano e Sua Palavra

    Vivemos cercados de discursos sobre Deus. São sermões, livros, canções, fóruns acadêmicos e até debates televisivos. Cada um apresenta um “Deus” a seu modo — ora austero, ora permissivo; ora distante, ora intimamente próximo. Mas, diante de tanta pluralidade de vozes, surge uma pergunta inevitável: o que realmente podemos dizer sobre Deus que seja verdadeiro? Leia também: Sola Caritas: O Supremo Amor de Deus “Quem é este que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2). Deus interrompeu Jó com essa pergunta, lembrando-lhe que nem mesmo o justo sofredor, com toda sua dor e sinceridade, estava apto a falar sobre o Criador sem antes ouvir o próprio Criador.…

  • Imagem focada em púlpito de madeira escura esculpida em igreja, com iluminação natural suave que realça detalhes e textura. Fundo desfocado, tom quente, atmosfera serena e contemplativa.
    Artigo

    Púlpito: Entre o Símbolo e o Exagero

    Introdução O púlpito cristão, em sua forma mais simples, é um suporte para a proclamação da Palavra. No entanto, historicamente, ele assumiu uma função que ultrapassa a utilidade física, tornando-se um símbolo teológico da centralidade das Escrituras nas comunidades de fé. Desde os primeiros séculos do cristianismo até os movimentos reformados, o púlpito foi sendo progressivamente elevado — em sentido literal e espiritual — como expressão da autoridade bíblica. Ao mesmo tempo, seu desenvolvimento estético e funcional carregou ambivalências: serviu tanto à edificação da fé quanto ao fortalecimento de estruturas hierárquicas que, por vezes, se afastaram do espírito evangélico. Leia também: O Debate na Fé Cristã: Diálogo e Maturidade Nos…

  • A imagem mostra um grupo diverso de pessoas reunidas em torno de uma mesa farta e colorida, cheia de pratos variados, saladas, carnes e bebidas. Todos estão sorrindo, em um clima de alegria e comunhão. O ambiente é acolhedor, com iluminação quente e decoração aconchegante, sugerindo um jantar festivo e familiar. As pessoas demonstram conexão e amizade, celebrando juntas em harmonia, independentemente de suas diferenças visíveis.
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    Uma Festa Para Quem Nunca Foi Convidado

    Há um tempo do ano em que as luzes brilham mais forte e as mesas se tornam mais fartas. Pode ser o Natal, pode ser o Ano Novo, ou aquela festa especial da igreja, com decoração caprichada, pratos saborosos e cadeiras reservadas para quem já faz parte do nosso círculo. É bonito, é alegre, é até emocionante. Mas me pergunto: quantas dessas cadeiras foram oferecidas aos que nunca são lembrados? Leia também: A Verdadeira Vocação da Riqueza no Evangelho Quando Jesus falou sobre o Reino de Deus, Ele não usou a imagem de uma reunião fechada para os amigos de sempre. Ele falou de uma festa. E não qualquer festa,…

  • A imagem retrata uma cena de comunidade na época bíblica, ambientada em um vilarejo ao ar livre, sob a luz suave do entardecer. Homens e mulheres, vestidos com túnicas simples típicas do Oriente Médio antigo, estão reunidos em um espaço aberto entre casas de pedra e palha. Alguns carregam jarros e cestos, outros distribuem alimentos e água a pessoas sentadas no chão, representando cuidado e generosidade. Ao fundo, colinas suaves e campos dourados completam o cenário de paz e solidariedade. A cena transmite simplicidade, comunhão e serviço ao próximo, refletindo os valores do cristianismo primitivo.
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    A Verdadeira Vocação da Riqueza no Evangelho

    Na longa e fascinante história da fé cristã, há um fato que não pode ser ignorado: pessoas com posses materiais sempre estiveram presentes no meio do povo de Deus, não como senhores opressores ou como detentores de privilégios religiosos, mas como servos, mordomos e cooperadores da obra de Cristo. Desde o ministério terreno de Jesus até a igreja primitiva, homens e mulheres abastados entenderam que a fé que os alcançou não queria apenas seus corações, mas também suas mãos, seus lares e seus bens. Leia também: Entre A Cruz e a Prosperidade Os Evangelhos relatam com simplicidade e profundidade o papel de mulheres como Joana, esposa de Cuza, administrador de…

  • A imagem mostra o interior de uma igreja com vitrais coloridos e decoração tradicional. Fiéis de diferentes idades interagem de forma afetuosa e acolhedora. Em destaque, um homem idoso, uma mulher jovem e uma criança estão reunidos ao redor de uma senhora em cadeira de rodas, demonstrando carinho e atenção. Ao fundo, outras pessoas também conversam e se cumprimentam cordialmente nos bancos da igreja, transmitindo um ambiente de amor, inclusão, comunhão e cuidado mútuo. A cena representa bem a mensagem cristã de acolhimento contínuo dentro da comunidade de fé.
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    Uns Chamados Para Acolher, Outros Para Ser Acolhidos

    Há algo que a Igreja precisa encarar com seriedade, profundidade bíblica e maturidade espiritual: o acolhimento contínuo como vocação e não como falha. Nem todas as pessoas que chegam até nós serão fortes, estáveis ou prontas para liderar algum ministério. E, mais ainda, algumas nunca estarão. E está tudo bem. Alguns são chamados para ser acolhidos. Leia também: O Amor que Reconhece as Diferenças A lógica do discipulado que abraçamos muitas vezes se parece mais com uma esteira de produção industrial do que com a organicidade do Corpo de Cristo. Esperamos que todos passem pelo “processo”: entram frágeis, são discipulados, crescem, se tornam líderes e, enfim, passam a cuidar de…