Artigo
A Bíblia: Papel, Tinta e Revelação – Por que os Cristãos Devem Lê-la?
Ao longo da história cristã, a Bíblia tem ocupado um lugar central na vida e na fé dos discípulos de Jesus. No entanto, em muitos contextos, sua leitura é cercada de misticismo e até mesmo de superstições. Há quem acredite que o simples ato de deixar uma Bíblia aberta em casa possa afastar o mal, ou que lê-la mecanicamente traga bênçãos automáticas. Atribui-se ao livro físico um tipo de poder mágico, como se o objeto por si só fosse sagrado. Mas será essa a verdadeira proposta da Escritura? Leia também: O Mistério de Uma Teologia que Sangra e Canta 1. A Bíblia não é um talismã, mas testemunho da Palavra…
A Apóstola de Samaria: Da Vergonha às Missões
Em João capítulo 4, o autor do quarto evangelho nos leva a um dos encontros mais comoventes e teologicamente revolucionários de todo o Novo Testamento. Jesus, o Verbo encarnado, o Logos eterno que fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1:14), decide fazer uma parada inesperada — mas planejada — em Samaria. E ali, no calor do meio-dia, à beira do antigo poço de Jacó, ele muda a história não apenas de uma mulher, mas de uma cidade inteira. O encontro com a mulher samaritana é, talvez, o mais claro vislumbre de como a fé cristã é, em sua essência, libertadora. Leia também: O ministério da mulher cristã na igreja…
A Falácia da Doutrinação das Universidades
Vivemos em um tempo marcado por discursos prontos, geralmente moldados por bolhas ideológicas, onde palavras como “doutrinação” são lançadas como dardos para demonizar instituições e desacreditar o saber crítico. Um dos alvos preferidos dessa retórica tem sido a universidade pública, acusada de ser um centro de “doutrinação esquerdista”. Porém, antes de aceitar tais acusações, é fundamental entender: o que é, de fato, doutrinar? E quem mais doutrina: a universidade ou a religião? O termo universidade carrega em si a noção de pluralidade. O próprio nome revela sua vocação: um universo de pensamentos. Ali se estuda arte, filosofia, ciência, religião, tecnologia, culturas e suas contradições. É o espaço da divergência, da…
Cristianismo e Igreja: Colonialismo e Escravidão
A história da igreja cristã, tanto católica quanto protestante, é marcada por paradoxos profundos que desafiam a pureza da fé proclamada por Jesus Cristo. Enquanto a mensagem do Evangelho é de libertação, amor ao próximo e justiça, a instituição e seus representantes frequentemente estiveram do lado do poder opressor, da exclusão e da violência. Uma análise bíblico-teológica, histórica e crítica revela como a verdadeira fé cristã foi frequentemente sufocada ou deturpada por interesses humanos, deixando um legado ambíguo que ainda ecoa nos dias atuais. Leia também: Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado 1. A Igreja e a Escravidão: A Contradição do Corpo de Cristo A Bíblia ensina que todos…
A Falência da Igreja que Não Acolhe os Frágeis
A igreja tem perdido sua sensibilidade pastoral. Em nome da produtividade, da performance litúrgica e da busca por relevância cultural, muitos templos tornaram-se inacessíveis física, emocional e espiritualmente. Uma das marcas mais gritantes desta falência é a negligência para com os mais frágeis: os doentes, os idosos, os órfãos, as viúvas, os encarcerados, os deficientes, os autistas, os que, por qualquer razão, não conseguem estar presentes nas “grandes celebrações”. Tiago disse: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo.”(Tiago 1:27) A prática da visitação, tão clara nas Escrituras, não…
O Peso do Pecado e a Leveza da Graça
Muitos de nós fomos ensinados — ou deduzimos sozinhos — que Deus, diante do nosso pecado, se comporta como alguém profundamente emocional, como se sentisse mágoa à nossa maneira: vai para um canto, abaixa a cabeça, derrama lágrimas e sofre. A imagem é comovente: um Deus eterno, santo e majestoso, abatido pela miséria da criatura. Mas ao mesmo tempo, essa imagem é perigosa. Ela reduz Deus ao nosso tamanho e transforma a tragédia do pecado humano em um drama afetivo divino. Não é isso que a Bíblia ensina. Leia também: Por que a Graça Redentora Anula as Consequências do Pecado Sim, a Escritura nos diz que Deus se entristece com…