Artigo

  • Jesus está sentado à beira de um poço de pedra, ao ar livre, em um ambiente desértico e antigo. Ele está voltado para a direita da imagem, com o corpo inclinado levemente para frente, fazendo um gesto com a mão direita, como se estivesse explicando algo com calma e autoridade. Veste uma túnica vermelha e um manto azul escuro, com sandálias nos pés. Seu cabelo é castanho claro, longo e ondulado, e sua pele é clara. Diante dele, também sentada à beira do poço, está uma mulher com as mãos unidas sobre os joelhos, em atitude de escuta atenta. Ela usa um vestido marrom com um véu branco cobrindo os cabelos e parte dos ombros. Seus olhos estão bem abertos e fixos em Jesus, demonstrando atenção e surpresa. Ao redor, o cenário é árido, com pedras, vasos de barro e construções antigas ao fundo. O céu está em tons escuros com luz dourada do entardecer iluminando suavemente os dois personagens, realçando o clima solene e espiritual do encontro.
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    A Apóstola de Samaria: Da Vergonha às Missões

    Em João capítulo 4, o autor do quarto evangelho nos leva a um dos encontros mais comoventes e teologicamente revolucionários de todo o Novo Testamento. Jesus, o Verbo encarnado, o Logos eterno que fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1:14), decide fazer uma parada inesperada — mas planejada — em Samaria. E ali, no calor do meio-dia, à beira do antigo poço de Jacó, ele muda a história não apenas de uma mulher, mas de uma cidade inteira. O encontro com a mulher samaritana é, talvez, o mais claro vislumbre de como a fé cristã é, em sua essência, libertadora. Leia também: O ministério da mulher cristã na igreja…

  • A imagem mostra uma balança dourada de dois pratos. De um lado, há uma miniatura de um prédio clássico de universidade, com colunas na entrada, jardins e arquitetura acadêmica. No outro prato, há uma miniatura de uma igreja com torre e cruz, representando a religião. A balança está equilibrada, sugerindo uma comparação simbólica entre os conceitos de universidade e religião no contexto de doutrinação, pluralidade e fé. O fundo é neutro, destacando os elementos principais sem distrações.
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    A Falácia da Doutrinação das Universidades

    Vivemos em um tempo marcado por discursos prontos, geralmente moldados por bolhas ideológicas, onde palavras como “doutrinação” são lançadas como dardos para demonizar instituições e desacreditar o saber crítico. Um dos alvos preferidos dessa retórica tem sido a universidade pública, acusada de ser um centro de “doutrinação esquerdista”. Porém, antes de aceitar tais acusações, é fundamental entender: o que é, de fato, doutrinar? E quem mais doutrina: a universidade ou a religião? O termo universidade carrega em si a noção de pluralidade. O próprio nome revela sua vocação: um universo de pensamentos. Ali se estuda arte, filosofia, ciência, religião, tecnologia, culturas e suas contradições. É o espaço da divergência, da…

  • A imagem mostra um cenário sombrio e desolado, com um céu nublado e atmosfera pesada. No centro, há uma cruz de madeira quebrada, caída e amarrada com correntes enferrujadas, simbolizando opressão, prisão e decadência. Ao fundo, no topo de uma colina, destaca-se uma cruz iluminada por uma luz suave, sugerindo esperança, resistência ou redenção em meio ao caos. Espalhadas pelo cenário estão várias bandeiras com símbolos do nazismo, do colonialismo e de outros movimentos opressores. Cruzes simples estão fincadas no chão, representando sofrimento, morte e a história manchada de sangue. O contraste entre a cruz acorrentada no primeiro plano e a cruz iluminada ao fundo transmite uma poderosa crítica à aliança histórica da religião institucionalizada com sistemas de opressão, enquanto sugere que a verdadeira fé sobrevive além dessas estruturas corrompidas.
    Artigo,  Sociedade

    Cristianismo e Igreja: Colonialismo e Escravidão

    A história da igreja cristã, tanto católica quanto protestante, é marcada por paradoxos profundos que desafiam a pureza da fé proclamada por Jesus Cristo. Enquanto a mensagem do Evangelho é de libertação, amor ao próximo e justiça, a instituição e seus representantes frequentemente estiveram do lado do poder opressor, da exclusão e da violência. Uma análise bíblico-teológica, histórica e crítica revela como a verdadeira fé cristã foi frequentemente sufocada ou deturpada por interesses humanos, deixando um legado ambíguo que ainda ecoa nos dias atuais. Leia também: Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado 1. A Igreja e a Escravidão: A Contradição do Corpo de Cristo A Bíblia ensina que todos…

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    A Falência da Igreja que Não Acolhe os Frágeis

    A igreja tem perdido sua sensibilidade pastoral. Em nome da produtividade, da performance litúrgica e da busca por relevância cultural, muitos templos tornaram-se inacessíveis física, emocional e espiritualmente. Uma das marcas mais gritantes desta falência é a negligência para com os mais frágeis: os doentes, os idosos, os órfãos, as viúvas, os encarcerados, os deficientes, os autistas, os que, por qualquer razão, não conseguem estar presentes nas “grandes celebrações”. Tiago disse: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo.”(Tiago 1:27) A prática da visitação, tão clara nas Escrituras, não…

  • A imagem mostra a figura de Jesus com o rosto envolto por uma luz intensa, quase celestial, que o oculta parcialmente e transmite uma aura divina. Seu corpo está visível da altura do peito para baixo, com os braços estendidos e as mãos abertas, em um gesto de acolhimento e compaixão. Ele veste túnicas simples e gastas, de tom claro, que remetem à humildade e à vida terrena. A pele é parda, e os traços corporais sugerem uma aparência mais próxima de um judeu do Oriente Médio, fugindo das representações europeizadas comuns. A iluminação ao redor destaca a serenidade e a santidade da cena.
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    O Peso do Pecado e a Leveza da Graça

    Muitos de nós fomos ensinados — ou deduzimos sozinhos — que Deus, diante do nosso pecado, se comporta como alguém profundamente emocional, como se sentisse mágoa à nossa maneira: vai para um canto, abaixa a cabeça, derrama lágrimas e sofre. A imagem é comovente: um Deus eterno, santo e majestoso, abatido pela miséria da criatura. Mas ao mesmo tempo, essa imagem é perigosa. Ela reduz Deus ao nosso tamanho e transforma a tragédia do pecado humano em um drama afetivo divino. Não é isso que a Bíblia ensina. Leia também: Por que a Graça Redentora Anula as Consequências do Pecado Sim, a Escritura nos diz que Deus se entristece com…