Crítica

  • A imagem mostra o interior de um templo com arquitetura antiga e iluminação dramática. No centro, há uma cruz com Cristo crucificado, iluminada por um feixe de luz vindo do alto. À frente dela está uma arca dourada ornamentada. Em volta, um grupo de pessoas vestidas com roupas religiosas observa em silêncio; algumas seguram bandeiras de Israel. O ambiente é solene e sombrio, remetendo a uma pintura no estilo de Rembrandt.
    Crítica

    A Identidade Distorcida da Fé Tupiniquim

    A igreja evangélica brasileira vive uma curiosa crise de identidade histórica e teológica. Não sabe se é Israel ou se é Roma. E, no meio desse limbo, tenta ser ambos — um híbrido improvável entre o judaísmo veterotestamentário e a Idade Média eclesiástica. É um caso fascinante de anacronismo espiritual, uma viagem no tempo que ignora dois mil anos de cristianismo para estacionar entre Moisés e Tomás de Aquino, sem jamais chegar a Cristo. Leia também: A Sombra do Dominionismo: Desvendando a Teologia do Domínio no Brasil O flerte com o judaísmo antigo já se tornou um relacionamento sério. É o amor platônico da igreja brasileira. Uma paixão que não…

  • A imagem mostra uma figura humana feita de barro rachado, com destaque para um coração trincado exposto no peito. A figura está em pé no centro de uma rua urbana moderna, com luzes de neon ao fundo, evocando uma cidade movimentada à noite. Ao redor, há dezenas de rostos sorridentes espalhados pelo chão, como máscaras caídas, todas com expressões forçadas e artificiais. O contraste entre o homem de barro — frágil, verdadeiro e vulnerável — e os rostos falsos ao redor sugere uma crítica à superficialidade das relações humanas e à hipocrisia do amor proclamado mas não vivido.
    Crítica

    O Amor, o Vaso e a Vaidade

    O amor, esse verbo tão conjugado nas músicas, nos púlpitos, nos stories e nos sermões de domingo, anda meio prostituído — não no sentido de que foi violentado, mas no sentido de que se vende fácil por aplausos, curtidas e aprovação moral instantânea. Leia também: A Era do Eu Inchado: Identidade Inflada e a Vacuidade do Ser Vivemos dizendo que sabemos amar, como se amar fosse simplesmente não matar, não estuprar ou dar bom dia no elevador. Confundimos afeto com gentileza, fidelidade com presença, altruísmo com marketing de si mesmo. Pais dizem que batem por amor, e filhos crescem confundindo dor com cuidado. Cônjuges traem em nome de um amor…

  • A imagem mostra um alienígena de pele verde, cabeça grande e olhos negros característicos, segurando um espelho ornamentado no espaço sideral. No reflexo do espelho, em vez da figura do próprio alien, aparece o rosto de um jovem humano, com expressão pensativa e olhar introspectivo. Ao fundo, o cenário cósmico é preenchido por nebulosas em tons de roxo e rosa, criando uma atmosfera surreal. A composição visual sugere uma reflexão existencial: o "outro" alienígena é, no fundo, uma versão de nós mesmos.
    Crítica,  Crônicas,  Filosofia,  Nerd

    Alienígenas Antrópicos e Outras Ficções de Espelho

    Hollywood tem uma fixação adorável e meio infantil com alienígenas. Sempre que um novo filme de invasão chega às telonas, já sabemos o que esperar: seres verdes, cabeçudos, com olhos grandes e pretos (provavelmente míopes de tanto olhar para a Via Láctea) ou criaturas gosmentas e hostis que falam uma língua gutural e esquisita — algo entre Klingon e mau humor matinal. Leia também: Humor Sem Freios: O Stand-up e a Parede da Lei Mas o que realmente me intriga não são as naves em forma de disco, nem os raios desintegradores ou os planos mirabolantes para dominar Nova York (sempre Nova York, como se os ETs tivessem uma obsessão…

  • Ilustração realista de um homem idoso com barba grisalha observando, com um livro nas mãos, uma cidade medieval com casas humildes e uma catedral imponente ao fundo, ao pôr do sol.
    Crítica

    Quem Tem Medo de Karl Marx?: Crítico ou Bicho-Papão

    “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo.” — Karl Marx É comum, nos meios cristãos mais conservadores, ouvir que Karl Marx deve ser evitado como um bicho-papão ideológico. Há quem o trate como uma ameaça à fé cristã, um ícone ateísta cuja missão seria destruir tudo o que diz respeito a Deus. Mas será que essa percepção é justa, ou é fruto de um mal-entendido profundo? Quem tem medo de Karl Marx — e por quê? Leia também: O Mito do Racismo Reverso Antes de qualquer…

  • Uma pintura noturna de um barco a remo, sob a luz da lua, com pessoas sentadas e um homem destacado no espelho d'água. A composição da cena é simétrica, com o barco a remo no centro, posicionado horizontalmente. Vários indivíduos, com roupas escuras, estão sentados no barco, com suas silhuetas nítidas em contraste com o fundo escuro. A atenção do espectador é atraída por um homem em destaque no espelho d'água, à frente e um pouco mais à esquerda do barco. O barco está na superfície de um lago e, ao redor, há árvores e cidades noturnas com pequenas luzes. O céu está parcialmente nublado, com a lua brilhante centralizada na imagem. A iluminação é predominantemente criada pela luz da lua, que parece suave e não muito forte. Os detalhes são suaves, não detalhados, em tom escuro. Os principais indivíduos são pessoas vestindo roupas de cor escura, como roupas escuras, com foco na pessoa que está em destaque no espelho da água. Suas poses e expressões são discretas, e a atenção está voltada para o barco como um todo. Há mais pessoas no barco do que é possível distinguir individualmente, e todos estão posicionados de forma relaxada, sem movimentos rápidos. A técnica pictórica é óleo sobre tela, mostrando a aplicação precisa e detalhada de pinceladas para atingir uma atmosfera atmosférica, onde a qualidade suave e a forma escura das cores estão bem balanceadas. A composição utiliza contraste de tons escuros e claros para realçar a presença da luz lunar. A pintura demonstra um profundo conhecimento de perspectiva e composição, colocando foco na atmosfera e no mistério da noite. O cenário é um lago noturno, com uma visão panorâmica da água refletida na luz da lua. A atmosfera geral é calma, tranquila e misteriosa, com a luz da lua como um ponto focal. O espectador sente paz e tranquilidade, e observa o mistério da escuridão e da luz da lua.
    Crítica

    Uma Teologia do Assombro e Outras Assombrações

    Sempre achei curioso — e, confesso, divertido — como certos medos atravessam os séculos intactos. Desde criança, filmes de terror me pareceram uma deliciosa mistura de drama e comédia, com pitadas generosas de suspense e aquele arrepio na espinha que, paradoxalmente, nos faz sentir vivos. Enquanto uns correm para a luz, eu me sentava confortavelmente na penumbra da sala, rindo e me assustando com fantasmas, monstros e demônios de papelão. E de algum modo, desde ali, já construía minha teologia, mesmo sem me dar conta disso. Leia também: De Onde Vem Minha Teologia O curioso, no entanto, é que enquanto eu me divertia, muitos irmãos e irmãs na fé torciam…