Neurodiversidade

  • A imagem mostra uma cena subaquática profundamente simbólica e poética: no fundo do mar, repousa uma concha gigante, de aparência realista, com texturas naturais e tons terrosos. Dentro dela, há uma pessoa nua em posição fetal, com o corpo curvado e os braços envolvendo os joelhos, como se buscasse proteção ou consolo. A luz do sol filtra suavemente pela superfície da água, criando um ambiente sereno, silencioso e melancólico. O fundo é de areia clara, sem distrações, reforçando a sensação de isolamento, introspecção e reclusão. A imagem evoca fortemente a ideia de vulnerabilidade, refúgio e esquecimento — uma metáfora visual poderosa da vida de pessoas com deficiência ou em situações de invisibilidade social.
    Neurodiversidade,  Saúde

    A Concha, o Corpo e o Silêncio: Crônica para os Esquecidos do Mar da Deficiência

    “As pessoas se esquecem das criaturas que vivem dentro das conchas”1.A frase passou pelo filme como o vento que atravessa uma cortina leve — quase imperceptível, mas suficiente para causar um estremecer na alma. E ficou. Não como uma lembrança, mas como uma ferida aberta. Uma sentença silenciosa escrita nas paredes úmidas das casas onde moram aqueles que não aparecem, aqueles que não performam, aqueles que não são lembrados porque não conseguem ser vistos. Leia também: Pessoas com deficiência e fé cristã A concha é metáfora, mas também é matéria. Ela é forma, mas sobretudo é existência. Para muitos de nós, ela não é um invólucro descartável. É carne, é…

  • A imagem mostra um homem sentado em uma cadeira de dentista, vestindo o avental descartável típico de procedimentos odontológicos. Ele tem expressão séria e parece exausto ou introspectivo, olhando fixamente para a frente, sem sorrir. O ambiente ao redor é uma sala de atendimento odontológico, com móveis planejados, equipamentos clínicos e iluminação suave. A imagem possui um filtro em tons de verde e roxo, dando-lhe um ar estilizado e reflexivo. Essa combinação de elementos transmite uma sensação de desgaste emocional e resistência silenciosa — muito alinhada ao relato de um autista lidando com desafios na saúde bucal.
    Autismo,  Neurodiversidade

    A Odisseia de Um Autista com a Saúde Bucal

    Tudo que diz respeito à dentição sempre foi muito difícil para mim. Desde criança (e sendo autista sem saber), a escovação era um verdadeiro suplício: o simples toque das cerdas nos meus dentes provocava uma dor intensa, quase inexplicável. Por isso, eu simplesmente não escovava. O resultado não tardou a aparecer — uma infância marcada por cáries, dores agudas e um tratamento precoce de canal. Era comum que meus dentes doessem ao menor estímulo, e os problemas bucais me acompanharam até cerca dos 25 anos, com múltiplos canais ao longo do caminho. Leia também: A Dor em Pessoas Autistas Com o tempo, fui desenvolvendo estratégias de sobrevivência: descobri escovas mais…

  • A imagem mostra uma pessoa adulta de expressão séria e melancólica, em destaque no centro da cena, caminhando em uma rua urbana. O ambiente ao redor está levemente desfocado, com figuras humanas indistintas passando ao fundo, o que reforça a sensação de isolamento e invisibilidade. A paleta de cores é composta por tons frios e azulados, transmitindo uma atmosfera de solidão, introspecção e silêncio emocional. As luzes da cidade aparecem borradas, como pequenos pontos de luz desfocados, reforçando a ideia de um mundo ao redor que segue indiferente à dor interna da pessoa retratada.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Diagnóstico Autista: A Dor de Ser Invisível

    A sociedade moderna gosta de acreditar que vivemos em uma era de inclusão, onde diferenças são respeitadas e onde todos têm voz. Mas para uma parcela significativa da população, essa “inclusão” ainda é uma promessa distante. Estou falando de pessoas autistas, sobretudo aquelas que carregam a dor silenciosa de viver décadas sem um diagnóstico — e, portanto, sem compreensão, acolhimento ou apoio. Leia também: O Processo Diagnóstico do Autismo em Adultos A dor de não saber Imagine passar a vida inteira com a sensação de não se encaixar, como se falasse um idioma diferente de todos ao seu redor. Pessoas autistas sem diagnóstico vivem assim: conscientes de que são diferentes,…

  • A imagem retrata uma cena solitária em estilo impressionista, com tons pastéis e terrosos suaves. No centro da composição, há uma pessoa sentada sozinha em um banco de madeira, cercada por uma paisagem outonal. As folhas caídas no chão e as árvores de galhos finos ao fundo sugerem um clima de introspecção e melancolia. A luz suave e difusa transmite uma sensação de silêncio e contemplação, enquanto os traços pincelados expressam emoção e profundidade. A imagem evoca o sentimento de isolamento e solidão abordado no artigo, mas também carrega um toque poético e sensível.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Solidão: A Realidade Silenciosa das Pessoas Autistas

    A maioria das pessoas sequer imagina — e, em muitos casos, nem quer saber —, mas a solidão que atinge pessoas autistas é uma das formas mais cruéis e silenciosas de sofrimento que existem. Em uma sociedade moldada por ritmos sociais, expectativas de comportamento e códigos implícitos de interação, a pessoa autista muitas vezes se vê à margem, não por escolha, mas por exclusão. O senso comum costuma repetir que “o autista gosta de ficar sozinho”, como se fosse uma opção deliberada, como quem escolhe uma tarde de descanso. Essa crença ignora o fato de que, para muitos autistas, estar sozinho é menos uma escolha e mais uma consequência. A…

  • A imagem apresenta um pássaro de aparência majestosa e etérea, voando em direção a várias mãos estendidas. A cena tem um tom artístico e surreal, com um fundo nebuloso e celestial, dando uma sensação de mistério e transcendência. As asas do pássaro parecem se dissolver em pequenos fragmentos, que podem ser interpretados como pedaços de papel, penas ou borboletas, reforçando uma simbologia de transformação, liberdade e efemeridade. As mãos ao redor parecem estar oferecendo acolhimento ou buscando contato com a ave, sugerindo um tema de conexão, esperança ou libertação. A paleta de cores escuras e douradas adiciona um ar dramático e contemplativo à composição.
    Autismo,  Neurodiversidade

    O Pássaro Não Precisa Explicar seu Voo

    Há um pássaro pousado no meu peito. Ele não canta como os outros, não voa no mesmo ritmo, não escolhe os mesmos galhos. Às vezes, ele se esconde quando o mundo fala alto demais. Outras, ele se perde em cantos que só ele enxerga. Mas ele não está errado. Ele só é pássaro de um jeito diferente. Hoje é 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e eu queria dizer algo bonito, algo que fizesse você entender. Mas a verdade é que talvez você nunca vá entender de verdade — assim como eu nunca vou entender completamente como é ser você, neurotípico, navegando o mundo com uma bússola…

  • A imagem mostra um jovem de cabelos bagunçados e expressão alegre, sorrindo amplamente enquanto escova os dentes no banheiro. Seu rosto está coberto de espuma de creme dental ao redor da boca, criando um efeito engraçado. Ele segura uma escova de dentes azul e parece estar se divertindo com o momento. O fundo tem azulejos verdes e um toalheiro com uma toalha branca pendurada, reforçando o ambiente de um banheiro.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Autismo e Estereótipos sobre a Inteligência

    O autismo é um tema que, apesar de ganhar cada vez mais visibilidade, ainda é cercado por estereótipos e mal-entendidos. Uma das maiores confusões é a associação direta entre autismo e inteligência. A realidade, porém, é que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não está intrinsecamente ligado a um nível específico de inteligência. Pessoas autistas podem ter uma inteligência acima da média, podem estar na média da população ou podem apresentar deficiência intelectual (DI). Essa diversidade é crucial para entendermos que o autismo não é uma condição única, mas um espectro amplo e multifacetado. Leia também: Autismo: Deficiência e Neurodiversidade Autismo e Inteligência: uma relação complexa É comum ouvirmos histórias…