Neurodiversidade

  • A imagem mostra dois perfis humanos frente a frente, cada um com o cérebro visível. O cérebro à esquerda é azulado, com conexões em tons de laranja e aparência geométrica, sugerindo lógica e estrutura — simbolizando o cérebro autista. O cérebro à direita é em tons quentes, com formas mais orgânicas, representando o cérebro neurotípico. Entre ambos, há uma ponte luminosa conectando suas testas, simbolizando a tentativa de compreensão mútua e o conceito da “dupla empatia”. O fundo é neutro e minimalista, transmitindo uma sensação científica e reflexiva.
    Autismo,  Neurodiversidade

    A Sinceridade Inconveniente da Pessoa Autista

    É curioso como a sociedade prega a importância da autenticidade, mas parece entrar em colapso quando encontra alguém que a pratica em sua forma mais pura. O autista, aquele sujeito que fala o que pensa sem adornos, sem os floreios exigidos pela etiqueta social, acaba sendo tachado de ríspido, inconveniente ou até insensível. O mais intrigante, contudo, é que não são outros autistas que o percebem assim, mas sim as pessoas neurotípicas — ou, como muitos autistas têm preferido chamar, os alistas. Leia também: Autismo: Deficiência e Neurodiversidade A ironia é evidente: o mesmo grupo que defende a empatia como um valor universal parece ter dificuldades em aplicá-la quando a…

  • A imagem retrata dois jovens em uma cena delicada e emocionalmente simbólica. Eles estão de frente um para o outro, com os rostos próximos e os olhos fixos, transmitindo serenidade, empatia e conexão profunda. Suas mãos quase se tocam no centro da composição, formando um gesto de sintonia silenciosa. Ao redor deles, ondas suaves em tons pastel — azul, rosa e lilás — criam um ambiente abstrato e acolhedor, como se estivessem envoltos em uma nuvem de sensibilidade mútua. A luz ao fundo é suave e dourada, sugerindo um espaço íntimo de compreensão e aceitação. A cena evoca a ideia de dois autistas se reconhecendo além das palavras — uma comunicação feita de silêncio, sensações e gestos sutis.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Amor no Espectro: Autistas, Afinidades e Relacionamentos Amorosos

    O amor é, por essência, um fenômeno complexo — e, quando olhamos através da lente da neurodivergência, essa complexidade se aprofunda e adquire novos contornos. Um tema que vem emergindo com força no campo da neurodiversidade é o fato de que pessoas autistas costumam formar relações afetivas — inclusive casamentos — com outras pessoas autistas, mesmo antes de qualquer diagnóstico formal. Embora faltem estudos quantitativos de longa duração sobre esse fenômeno, já há pesquisas qualitativas e análises científicas que ajudam a compreender essa tendência. Leia também: Solidão: A Realidade Silenciosa das Pessoas Autistas De forma surpreendente — ou talvez não —, relatos de casais que apenas após anos de relacionamento…

  • A imagem é um pôster promocional da série Murderbot, da Apple TV+. À esquerda, em destaque, está o título “MURDERBOT” em letras grandes e laranja vibrante, com uma tipografia futurista. À direita, vemos o rosto de um homem — que parece ser parcialmente humano e parcialmente robô — encaixado em um corpo mecânico, com fios expostos e fumaça saindo do pescoço, sugerindo danos ou transformação. O contraste entre a expressão melancólica do rosto e a brutalidade metálica do corpo evidencia o conflito entre humanidade e máquina, tema central da série. O logotipo da Apple TV+ aparece na parte superior.
    Nerd,  Neurodiversidade

    Crítica da Série: Diários de um Robo Assassino – Uma Ode Neurodivergente

    Por trás do título que parece ter saído diretamente de uma prateleira de filmes B dos anos 80, Diários de um Robo Assassino — produção original da Apple TV baseada na série de livros MurderBot Diaries, da escritora Martha Wells — esconde-se uma obra inesperadamente delicada, inteligente e… neurodivergente. Leia também: Crítica: Adolescência – Série Brutal e Necessária A trama acompanha um androide de segurança que conseguiu burlar seu próprio código de controle e, com isso, ganha autonomia de pensamento. Aparentemente uma ameaça de proporções catastróficas, esse “Robo Assassino” (nome que ele mesmo escolheu, ironicamente) não tem interesse algum em matar humanos — ele só quer ficar sozinho, assistir sua novela sci-fi…

  • A imagem mostra um jovem sentado em silêncio, em um ambiente escuro com outras pessoas ao fundo, que parecem estar conversando ou se movimentando. Sobre seu corpo, há uma ilustração brilhante de um coração conectado a um cérebro por um fio de luz dourado, simbolizando a conexão profunda entre emoção e pensamento. A expressão do jovem é serena e introspectiva, destacando-se do entorno. A imagem transmite a ideia de identidade, interioridade e a importância da escuta em meio ao ruído do mundo.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Autismo: A Dor que se Explica e a Escuta que Liberta

    Às vezes, tudo o que eu queria era me esquecer por alguns minutos que sou autista. Não porque ser autista seja algo que me envergonha, mas porque o cansaço de me explicar consome mais energia do que a própria condição. Há quem diga que eu falo demais sobre isso, como se a frequência da minha fala fosse um exagero, como se insistir em existir com palavras fosse uma espécie de vaidade. Mas, se não falo, me torno um enigma indecifrável aos olhos dos outros — e às vezes até aos meus. Leia também: Dia do Orgulho Autista: O Que Realmente Celebramos É curioso como a sociedade tolera melhor o sofrimento…

  • A imagem mostra uma bandeira branca tremulando ao vento, estampada com o símbolo do infinito colorido, representando o orgulho autista. O infinito exibe tons vibrantes em arco-íris com textura semelhante a aquarela, sugerindo diversidade neurológica. Ao fundo, vê-se um céu azul com nuvens suaves, transmitindo leveza e esperança. Na parte inferior da imagem, há silhuetas de pessoas diversas, em pé, lado a lado, simbolizando resistência, apoio e união na luta por visibilidade e inclusão das pessoas autistas.
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    Dia do Orgulho Autista: O Que Realmente Celebramos

    Hoje, 18 de junho, é celebrado o Dia do Orgulho Autista. Para quem vê de fora, talvez pareça contraditório: como alguém pode sentir orgulho de um transtorno? De fato, em sã consciência, ninguém se orgulha de viver com dificuldades sensoriais, sociais ou cognitivas. O orgulho que se celebra hoje, portanto, não é o da condição em si, mas da resistência. É a afirmação da vida, da dignidade, da permanência diante de um mundo estruturalmente capacitista. Leia também: Liberdade Autista: Busca pela Autenticidade Esse dia nasceu da necessidade de contar outras histórias — histórias que por muito tempo foram silenciadas, distorcidas ou ignoradas. A celebração é uma espécie de grito coletivo…

  • Uma pessoa jovem sentada sozinha em um ambiente escuro, cercada por grandes engrenagens metálicas e mãos estendidas, transmite solidão, rigidez e opressão.
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    A Rigidez Cognitiva no Autismo Nível 1 e o Vazio Existencial Silencioso

    Imagine viver em um mundo em que qualquer quebra de rotina, qualquer mudança repentina — até mesmo uma simples alteração no caminho habitual — gera um desconforto físico e emocional tão profundo que beira a dor. Não é frescura, não é teimosia, nem uma vontade inconsciente de ser difícil. Para muitas pessoas autistas, sobretudo aquelas com diagnóstico de autismo nível 1 de suporte, isso é uma realidade cotidiana. Leia também: Autismo e Estereótipos sobre a Inteligência O nome técnico para isso é rigidez cognitiva — uma das características mais marcantes, porém mais incompreendidas, do autismo nesse nível. Trata-se da dificuldade em flexibilizar pensamentos, comportamentos e rotinas. O cérebro autista busca…