Vivemos em uma sociedade onde os desejos das pessoas parecem sempre limitados às trivialidades do cotidiano. Observamos ao nosso redor e percebemos um padrão: as aspirações são frequentemente reduzidas a objetivos mundanos e temporários. Querem um bom emprego, anseiam por ganhar dinheiro, desejam ver os filhos livres das drogas, ainda que, paradoxalmente, aceitem que esses filhos enveredem por caminhos ilícitos, contanto que não sejam pegos pela polícia. Há aqueles que sonham em ficar ricos e aqueles que, já ricos, não querem perder seu dinheiro, desejando acumular ainda mais.
Nas esferas pessoais, encontramos desejos igualmente limitados. Uns querem um casamento, enquanto outros apenas esperam que suas traições não sejam descobertas pelo cônjuge. Esse querer humano, enraizado na mediocridade, reflete uma visão míope da existência, onde o imediato e o tangível ofuscam o essencial e o eterno.
O Evangelho, em contraste, apresenta um querer diferente. O querer do Reino de Deus transcende as aspirações mundanas e nos desafia a buscar algo maior, algo que realmente subsiste e se sustenta. Enquanto os desejos terrenos nos conduzem a uma busca incessante por satisfação efêmera, o querer do Evangelho nos chama a uma transformação profunda e duradoura.
Para aqueles que estão imersos nos desejos deste mundo, o querer do Evangelho pode parecer loucura. A Bíblia é clara: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1 Coríntios 1:18). A sabedoria divina, que nos convida a priorizar o Reino de Deus, muitas vezes é incompreendida por aqueles que estão presos aos quereres terrenos.
É somente ao compreender e abraçar o querer de Deus que nos libertamos da mediocridade. Esse querer não apenas nos eleva, mas também nos guia rumo a um propósito superior. O querer do Evangelho não é apenas uma alternativa aos desejos mundanos, mas a única vontade que realmente vale a pena perseguir, pois é eterna e inabalável.
Em última análise, é esse querer que nos proporciona a verdadeira liberdade e plenitude. Ao nos alinharmos com o querer de Deus, encontramos a paz e a satisfação que os desejos efêmeros deste mundo nunca podem oferecer. Assim, deixamos para trás a mediocridade dos quereres humanos e nos abraçamos ao querer supremo, encontrando em Deus o sentido e a realização de nossas vidas.
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Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.