Ao longo do tempo, todos buscamos, de um jeito ou de outro, a fonte da juventude. Seja nos cremes que prometem pele lisa, nos exercícios que simulam vigor ou nas cores que camuflam os fios brancos, há uma parte de nós que reluta em aceitar o inexorável avanço do tempo. Contudo, há algo que escapa aos que se lançam numa luta desesperada contra o envelhecer: é justamente esse combate que nos faz perder a juventude mais preciosa – aquela que permanece na alma.
Porque, de fato, apenas quem morre jovem permanece jovem. Mas, se há poesia nessa verdade, há também uma pontada de resignação. É o destino de quem deseja prender-se ao momento, recusando-se a crescer com as marcas da vida. Tentar ser jovem para sempre é o caminho mais curto para uma velhice ansiosa e sem propósito, pois o real segredo da juventude reside na disposição de aprender a envelhecer, com a serenidade de quem compreende o valor dos anos.
O envelhecimento, ao contrário do que muitos imaginam, é um aprendizado constante. É o acúmulo de cada ruga que guardou uma expressão sincera, cada fio de cabelo branco que simbolizou uma história. Envelhecer com qualidade é, na verdade, um processo de transformação: aquilo que outrora foi imaturo torna-se sábio, aquilo que foi impulsivo torna-se prudente, aquilo que foi superficial aprofunda-se em raízes invisíveis.
Assim, que tenhamos a coragem de abraçar o tempo. Em vez de gastar nossos dias buscando a juventude que inevitavelmente escapa pelos dedos, gastemos o tempo em nos tornar aquilo que, na juventude, ainda não podíamos ser: pessoas com uma alma rica, uma mente vasta e um coração leve. Pois a verdadeira juventude não se mede pelo que o espelho reflete, mas pelo brilho que a vida ainda acende dentro de nós, mesmo enquanto envelhecemos.
