O que muitas pessoas não conseguem compreender é que o cérebro de uma pessoa neurodiversa funciona de maneira distinta do que a sociedade impõe, e isso se reflete em suas ações, quer ela queira ou não. É preciso compreender que nisto também está a normalidade.
É difícil entender que cerca de 2% da população mundial é neuroatípica, como autistas e pessoas com TDAH. Daí a falta de empatia para aceitar o diferente.
O autista, por exemplo, pode emitir sons ou fazer movimentos incomuns. Isso não tem nada a ver com as outras pessoas ou com o desejo de incomodar, mas com a necessidade de autorregulação.
Da mesma forma, uma pessoa hiperativa pode apresentar impulsividades incomuns à maioria das pessoas ao seu redor ou aprender e entender as coisas de modo mais lento. Isso não é incapacidade ou negligência, mas uma característica cerebral que faz a pessoa funcionar assim.
Até alguns anos atrás, pessoas neurodiversas eram obrigadas a viver isoladas da sociedade ou mesmo confinadas em instituições, por isso muitos dizem que “antigamente isso não existia”.
Claro que existia. O que existia em menor quantidade era a empatia, pois o diferente era frequentemente visto como bruxaria ou ação do diabo.
Os tempos mudaram e nós precisamos mudar também, abraçar o diferente, entender e aceitar que há coisas que não podem ser mudadas. Pelo contrário, quem se julga parte do dito “normal” é quem precisa mudar.
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Casado com Janaína e pai do Ulisses. Tutor da Zaira (Chow-Chow) e do Paçoca (hamster). Escritor por hiperfoco e autista de nascença. Membro e presbítero da Igreja REMIDI e missionário pelo PRONASCE. Teólogo, Filósofo e Pedagogo em formação. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva. Meus autores preferidos são: Agostinho, Kierkegaard, João Wesley, Karl Barth, Bonhoeffer, Tillich, C. S. Lewis, Stott e alguns pais da igreja. Meus hobbys são: ler, assistir filmes e séries.