• A imagem retrata o apóstolo Paulo discursando no Areópago em Atenas, cercado por filósofos gregos atentos. A cena é ambientada em uma construção clássica com colunas e blocos de pedra, evocando a arquitetura da Grécia Antiga. Um feixe de luz ilumina Paulo de maneira simbólica, destacando sua figura em contraste com as sombras suaves ao redor. A expressão serena e firme de Paulo revela um momento de profundo diálogo e respeito mútuo, enquanto os ouvintes demonstram curiosidade e reflexão. O estilo visual remete à pintura de Rembrandt, com uma composição minimalista, cores terrosas e atmosfera contemplativa.
    Artigo,  Sem categoria

    O Debate na Fé Cristã: Diálogo e Maturidade

    A fé cristã e o cristianismo são, de fato, dois conceitos distintos, ainda que muitas vezes usados de maneira intercambiável. A fé cristã, na sua essência mais pura, é singela, comunitária e busca a maturidade espiritual sem o peso de um domínio hierárquico ou institucional. Por outro lado, o cristianismo, enquanto sistema religioso formalizado, nasce como uma construção do século 3, a partir da aliança entre a Igreja e o Império Romano, quando o imperador Constantino oficializa a romanização da fé cristã e a institucionalização de práticas religiosas em uma vasta rede de poder estatal e religioso. Nesse contexto, o cristianismo, como uma religião instituída, não necessariamente reflete a simplicidade…

  • A imagem retrata uma cena solitária em estilo impressionista, com tons pastéis e terrosos suaves. No centro da composição, há uma pessoa sentada sozinha em um banco de madeira, cercada por uma paisagem outonal. As folhas caídas no chão e as árvores de galhos finos ao fundo sugerem um clima de introspecção e melancolia. A luz suave e difusa transmite uma sensação de silêncio e contemplação, enquanto os traços pincelados expressam emoção e profundidade. A imagem evoca o sentimento de isolamento e solidão abordado no artigo, mas também carrega um toque poético e sensível.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Solidão: A Realidade Silenciosa das Pessoas Autistas

    A maioria das pessoas sequer imagina — e, em muitos casos, nem quer saber —, mas a solidão que atinge pessoas autistas é uma das formas mais cruéis e silenciosas de sofrimento que existem. Em uma sociedade moldada por ritmos sociais, expectativas de comportamento e códigos implícitos de interação, a pessoa autista muitas vezes se vê à margem, não por escolha, mas por exclusão. O senso comum costuma repetir que “o autista gosta de ficar sozinho”, como se fosse uma opção deliberada, como quem escolhe uma tarde de descanso. Essa crença ignora o fato de que, para muitos autistas, estar sozinho é menos uma escolha e mais uma consequência. A…

  • Esta imagem apresenta um retrato em estilo barroco, inspirado na estética de Rembrandt, representando um homem idoso de expressão comovente e olhar voltado para o alto, como em súplica ou reflexão profunda. A luz suave e dramática destaca seu rosto e mãos, contrastando com o fundo escuro, típico da técnica do claro-escuro. O semblante cansado, porém cheio de dignidade, transmite vulnerabilidade e fé — evocando a essência da Teologia da Fraqueza. Ao centro, sobreposta à imagem, está a inscrição "Teologia da Fraqueza", com uma tipografia simples e sólida, reforçando o contraste entre fragilidade humana e firmeza espiritual. É uma representação visual poderosa da mensagem do livro.
    Artigo

    A Teologia da Fraqueza como Cosmovisão Cristocêntrica

    Introdução Adquira meu livro Teologia da Fraqueza (Neste artigo discorro sobre ele). Este artigo nasce de uma caminhada pessoal, espiritual e acadêmica. A Teologia da Fraqueza, proposta nesta obra e fruto das minhas reflexões, leituras e experiências, é mais do que uma abordagem sistematizada das Escrituras. Trata-se de uma compreensão existencial da condição humana, especialmente à luz da revelação bíblica e da experiência de um Deus que se manifesta na fragilidade. Em um tempo dominado por discursos triunfalistas, onde o fracasso é ocultado e a fraqueza rejeitada, proponho um retorno à cruz como eixo hermenêutico da espiritualidade cristã. Leia também: O Peso da Glória e a Fraqueza Que Vence o…

  • A imagem apresenta uma cena intensa e profundamente simbólica, pintada no estilo barroco de Caravaggio. Em um ambiente escuro, apenas iluminado por uma luz dramática que incide sobre os personagens principais, vemos Cristo ajoelhado à esquerda, vestido com uma túnica em tom vinho e com uma expressão serena e compassiva. Sua mão direita repousa sobre o queixo de um jovem cristão ajoelhado à sua frente, à direita da composição. O jovem, de roupas simples e expressão angustiada, olha para Cristo com um misto de esperança e arrependimento, sugerindo um momento de profunda entrega espiritual. A iluminação evidencia os detalhes anatômicos dos corpos e transmite a tensão emocional da cena. Ao fundo, colunas escuras e sombras reforçam o clima dramático e solene, característico das obras de Caravaggio. É uma representação vívida da relação de discipulado, humildade e encontro com Cristo.
    Artigo

    A Simplicidade Esquecida da Identidade Cristã

    A pergunta “Quem sou eu?” ecoa com força não apenas nos corredores da filosofia, mas também nos púlpitos, nos grupos de discipulado e nos corações dos cristãos de todas as idades. No entanto, quando a interrogação é ampliada para “Quem sou eu em Cristo?”, o eco parece mais confuso do que revelador. A cada nova geração, a busca por identidade espiritual ressurge como se fosse uma novidade, e as gerações anteriores, embora já tenham feito essa pergunta, permanecem atentas, temerosas de terem perdido algo essencial no caminho. Leia também: A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade Por que, afinal, continuamos sem uma resposta definitiva? A resposta, ouso dizer, não está…

  • A imagem retrata um homem de aparência sofrida, com expressão de dor e introspecção. Ele tem cabelos escuros, barba e marcas de ferimentos no rosto e no peito, que parecem ser cicatrizes recentes. Seu torso está parcialmente descoberto, envolto por um pano simples, e suas mãos tocam suavemente as feridas no peito, sugerindo um gesto de autoafirmação ou reflexão sobre sua dor. A iluminação dramática destaca seu rosto e corpo contra um fundo escuro, criando um efeito de chiaroscuro que reforça a atmosfera emocional da cena. No lado direito da imagem, sombras projetadas na parede parecem formar figuras humanas, o que pode simbolizar uma presença invisível ou um conflito interno. A estética da obra remete a uma representação artística clássica e realista, possivelmente inspirada em imagens de Cristo após a crucificação, evocando temas de sofrimento, redenção e humanidade.
    Crônicas

    O Peso da Dor e o Silêncio dos Cúmplices

    Há uma diferença abissal entre vitimização e a simples narração do sofrimento. Vitimização é quando alguém, de forma deliberada ou inconsciente, se coloca perpetuamente no papel de vítima para evitar responsabilidades, manipular situações ou justificar a própria inércia. Mas falar da dor que carregamos, nomear as feridas que nos marcaram, apontar os agressores que nos machucaram — isso não é vitimismo. É sobrevivência. Leia também: O Paradoxo do Desagradável Salvador Quantas vezes o grito do ferido é abafado pelo discurso fácil de quem nunca sentiu o mesmo corte? “Pare de reclamar”, “supere”, “isso é vitimização” — frases que, não raro, saem da boca daqueles que ou são os algozes ou…

  • A imagem apresenta um pássaro de aparência majestosa e etérea, voando em direção a várias mãos estendidas. A cena tem um tom artístico e surreal, com um fundo nebuloso e celestial, dando uma sensação de mistério e transcendência. As asas do pássaro parecem se dissolver em pequenos fragmentos, que podem ser interpretados como pedaços de papel, penas ou borboletas, reforçando uma simbologia de transformação, liberdade e efemeridade. As mãos ao redor parecem estar oferecendo acolhimento ou buscando contato com a ave, sugerindo um tema de conexão, esperança ou libertação. A paleta de cores escuras e douradas adiciona um ar dramático e contemplativo à composição.
    Autismo,  Neurodiversidade

    O Pássaro Não Precisa Explicar seu Voo

    Há um pássaro pousado no meu peito. Ele não canta como os outros, não voa no mesmo ritmo, não escolhe os mesmos galhos. Às vezes, ele se esconde quando o mundo fala alto demais. Outras, ele se perde em cantos que só ele enxerga. Mas ele não está errado. Ele só é pássaro de um jeito diferente. Hoje é 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e eu queria dizer algo bonito, algo que fizesse você entender. Mas a verdade é que talvez você nunca vá entender de verdade — assim como eu nunca vou entender completamente como é ser você, neurotípico, navegando o mundo com uma bússola…