O que Podemos Dizer Sobre Deus: Entre o Silêncio Humano e Sua Palavra
Vivemos cercados de discursos sobre Deus. São sermões, livros, canções, fóruns acadêmicos e até debates televisivos. Cada um apresenta um “Deus” a seu modo — ora austero, ora permissivo; ora distante, ora intimamente próximo. Mas, diante de tanta pluralidade de vozes, surge uma pergunta inevitável: o que realmente podemos dizer sobre Deus que seja verdadeiro? Leia também: Sola Caritas: O Supremo Amor de Deus “Quem é este que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2). Deus interrompeu Jó com essa pergunta, lembrando-lhe que nem mesmo o justo sofredor, com toda sua dor e sinceridade, estava apto a falar sobre o Criador sem antes ouvir o próprio Criador.…
Púlpito: Entre o Símbolo e o Exagero
Introdução O púlpito cristão, em sua forma mais simples, é um suporte para a proclamação da Palavra. No entanto, historicamente, ele assumiu uma função que ultrapassa a utilidade física, tornando-se um símbolo teológico da centralidade das Escrituras nas comunidades de fé. Desde os primeiros séculos do cristianismo até os movimentos reformados, o púlpito foi sendo progressivamente elevado — em sentido literal e espiritual — como expressão da autoridade bíblica. Ao mesmo tempo, seu desenvolvimento estético e funcional carregou ambivalências: serviu tanto à edificação da fé quanto ao fortalecimento de estruturas hierárquicas que, por vezes, se afastaram do espírito evangélico. Leia também: O Debate na Fé Cristã: Diálogo e Maturidade Nos…
A Bíblia: Papel, Tinta e Revelação – Por que os Cristãos Devem Lê-la?
Ao longo da história cristã, a Bíblia tem ocupado um lugar central na vida e na fé dos discípulos de Jesus. No entanto, em muitos contextos, sua leitura é cercada de misticismo e até mesmo de superstições. Há quem acredite que o simples ato de deixar uma Bíblia aberta em casa possa afastar o mal, ou que lê-la mecanicamente traga bênçãos automáticas. Atribui-se ao livro físico um tipo de poder mágico, como se o objeto por si só fosse sagrado. Mas será essa a verdadeira proposta da Escritura? Leia também: O Mistério de Uma Teologia que Sangra e Canta 1. A Bíblia não é um talismã, mas testemunho da Palavra…
Coachs e o Desprezo pela Teologia
Vivemos tempos estranhos. Enquanto teólogos dedicam anos de suas vidas ao estudo profundo das Escrituras, mergulhando em línguas antigas, contextos históricos e interpretações complexas, surge uma nova onda de “gurus”, coachs, que, com um vocabulário raso e uma retórica barata, arrastam multidões e engordam suas contas bancárias. É impossível não sentir uma profunda tristeza ao testemunhar essa inversão de valores, onde o estudo sério da teologia é marginalizado em favor de promessas vazias e ilusões douradas. Leia também: Os malefícios do coaching à igreja cristã Teólogos passam décadas em formação, investem em mestrados, doutorados, dedicam horas incontáveis à leitura e reflexão, e, ao final, muitos deles dedicam seus conhecimentos à…
Paulo a Timóteo, amor “ao” ou “do” dinheiro: uma análise
Escrevi recentemente um texto sobre a Vida Cristã e as Riquezas e um amigo me enviou uma mensagem dizendo que gostou do texto, porém, me chamou a atenção para que o texto da primeira carta de Paulo a Timóteo 6:10 diz, “amor do dinheiro” e não “amor ao dinheiro” como eu usei em meu texto. A ênfase que ele chamou a atenção é que o amor tem sua fonte de origem no dinheiro. Pedi a ele as referências que ele tinha, pois em minhas referências aparecia “ao dinheiro”, e ele prontamente me encaminhou as que ele possuía com a expressão “do dinheiro”. Foi a partir dessa nossa conversa que quis…
7 chaves para uma leitura bíblica satisfatória
Desde 1999 tenho me envolvido ativamente com a teologia, leitura e estudo da Bíblia, nunca, nesse tempo, deixei de lado pegar as Escrituras e me demorar em um texto para tentar entender ao máximo algo que algum autor bíblico tenha dito. Mas, claro, nem sempre eu fui assim. Quando fui para a igreja ouvia sempre o pastor dizer que deveria ler a Bíblia, porém, apesar de tentar mal começava e já havia parado. Hoje consigo perceber qual foi meu problema e o que me fazia abandonar a leitura. Na realidade comecei a resolver meu problema ainda aos 19 anos de idade, só que apenas depois de me formar em teologia…