• A imagem retrata um homem de aparência sofrida, com expressão de dor e introspecção. Ele tem cabelos escuros, barba e marcas de ferimentos no rosto e no peito, que parecem ser cicatrizes recentes. Seu torso está parcialmente descoberto, envolto por um pano simples, e suas mãos tocam suavemente as feridas no peito, sugerindo um gesto de autoafirmação ou reflexão sobre sua dor. A iluminação dramática destaca seu rosto e corpo contra um fundo escuro, criando um efeito de chiaroscuro que reforça a atmosfera emocional da cena. No lado direito da imagem, sombras projetadas na parede parecem formar figuras humanas, o que pode simbolizar uma presença invisível ou um conflito interno. A estética da obra remete a uma representação artística clássica e realista, possivelmente inspirada em imagens de Cristo após a crucificação, evocando temas de sofrimento, redenção e humanidade.
    Crônicas

    O Peso da Dor e o Silêncio dos Cúmplices

    Há uma diferença abissal entre vitimização e a simples narração do sofrimento. Vitimização é quando alguém, de forma deliberada ou inconsciente, se coloca perpetuamente no papel de vítima para evitar responsabilidades, manipular situações ou justificar a própria inércia. Mas falar da dor que carregamos, nomear as feridas que nos marcaram, apontar os agressores que nos machucaram — isso não é vitimismo. É sobrevivência. Leia também: O Paradoxo do Desagradável Salvador Quantas vezes o grito do ferido é abafado pelo discurso fácil de quem nunca sentiu o mesmo corte? “Pare de reclamar”, “supere”, “isso é vitimização” — frases que, não raro, saem da boca daqueles que ou são os algozes ou…

  • Crônicas

    O Peso do Sofrimento e o Brilho da Cruz

    Há quem diga que o sofrimento é um fardo que nenhum ser humano deveria carregar. E, se sou acusado de defender o sofrimento, respondo com serenidade: não sou adepto da dor, nem daqueles que, por loucura ou desejo, encontram nela prazer. O sofrimento não é escolha, é parte inevitável da caminhada do cristão neste mundo. Leia também: O Peso da Glória e a Fraqueza Que Vence o Mundo O que seria, afinal, essa jornada sem as marcas deixadas pela dor? Jesus, o Homem das Dores, caminhou por estradas empoeiradas, tocou as feridas dos aflitos, e se fez próximo daqueles cujos corações já não viam mais esperança. E, assim como Ele,…

  • Crônicas

    Morrer Para Viver: O Chamado do Discípulo

    Nós, cristãos, somos chamados para morrer. Esta é uma verdade que Cristo expressou claramente, quando disse aos seus discípulos: “Sereis minhas testemunhas” (Atos 1:8). A palavra grega usada para “testemunhas” é melhor traduzida por “mártires” – aquele que está disposto a dar sua vida pela causa de Jesus. Ser discípulo de Cristo implica em assumir, desde o início, que nossa vida já não nos pertence, mas está sujeita ao propósito divino. Há uma tendência no mundo atual de se falar em “cristofobia” – o medo ou ódio ao cristianismo e seus seguidores. Mas, quando somos perseguidos, caluniados ou até mortos por amor a Cristo, o que está acontecendo é o…

  • Artigo

    Entre A Cruz e a Prosperidade

    Hoje, as igrejas estão repletas de mensagens que prometem prosperidade, vitória financeira e sucesso material, enquanto a mensagem central do Evangelho é relegada ao segundo plano, se não esquecida por completo. Essa distorção tem sido alimentada por um raciocínio simplista e perigosamente enganoso: “Ah, mas a Bíblia também fala de vitória, de dinheiro, de prosperidade… Então, não há problema em falar disso”. Sim, a Bíblia menciona dinheiro, vitória e até prosperidade. Porém, assim como menciona membros e esperma de cavalo, esses temas não são centrais à mensagem cristã. Seria no mínimo bizarro, para não dizer herético, ver sermões focados em detalhes grotescos das Escrituras, e ainda assim, é exatamente isso…

  • Crônicas

    No Caminho: Entre a Cruz e a Espada

    Quem vive a fé cristã anda pelo Caminho, um caminho que é mais do que uma simples trajetória, pois é o próprio Cristo. Este Caminho não é uma estrada de duas margens estáticas, mas um percurso dinâmico e transformador. Estar no Caminho é rejeitar a estagnação das beiras, é escolher um movimento constante que, paradoxalmente, tem como único ponto inalterável o próprio Caminho. Nas margens, tudo é passageiro e efêmero, enquanto nós, como peregrinos, transitamos por essas margens. O cristão, que se compromete a viver no Caminho, não ocupa o centro, mas coloca Cristo no centro de sua existência. Este centro é o eixo inabalável em meio a um mundo…