• A imagem mostra o interior de uma igreja vista a partir do púlpito. Em primeiro plano, há uma Bíblia aberta sobre um suporte de madeira bem iluminado por uma luminária. Ao fundo, a congregação está reunida e atenta, sentada nos bancos da igreja. Entre os fiéis, destaca-se uma pessoa em uma cadeira de rodas posicionada no centro do corredor, em evidência, como parte da comunidade. A arquitetura é clássica, com colunas de pedra e vitrais coloridos, transmitindo um ambiente solene e reverente.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 2

    Parte 2 – O lugar da presença: entre acessibilidade e espiritualidade Se a primeira parte deste estudo foi um grito contra uma teologia disfarçadamente capacitista, esta segunda parte é um apelo mais prático, porém não menos profundo. Aqui, a pergunta muda de foco: ela sai do campo da teologia abstrata e entra no chão da igreja local. Ela nos empurra para o campo da arquitetura, da liturgia, da cultura comunitária. E se queremos ser sinceros com o Cristo encarnado, precisamos encarnar também a escuta e a acessibilidade. As perguntas agora são: Leia também: Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 1 I. A arquitetura da exclusão Vivemos em tempos em…

  • A imagem mostra uma pessoa em uma cadeira de rodas posicionada na base de uma longa escadaria em frente a uma igreja de pedra de estilo gótico. A escadaria leva a uma grande porta de madeira, mas não há nenhuma rampa visível para acessibilidade. A pessoa parece estar olhando para cima, em direção à porta fechada da igreja, transmitindo um sentimento de exclusão ou inatingibilidade. A cena sugere uma crítica visual à falta de acessibilidade em templos religiosos ou espaços públicos, levantando questões sobre inclusão e barreiras arquitetônicas enfrentadas por pessoas com deficiência.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 1

    Parte 1 – O Deus que vê: perguntas que esquecemos de fazer Há um silêncio nas igrejas. Um silêncio que ecoa mais alto do que o som dos instrumentos, mais denso do que a mais fervorosa oração. É o silêncio que envolve as vidas de pessoas com deficiência que frequentam (ou foram afastadas de) nossas comunidades cristãs. Um silêncio produzido não pela ausência de palavras, mas pela ausência de escuta. Não pela falta de ações, mas pela falta de presença real. E talvez a melhor forma de romper esse silêncio seja começar com três perguntas incômodas, mas urgentemente necessárias: I. O problema é o olhar: deficiência como “pecado disfarçado” Ainda…

  • A imagem mostra uma cena subaquática profundamente simbólica e poética: no fundo do mar, repousa uma concha gigante, de aparência realista, com texturas naturais e tons terrosos. Dentro dela, há uma pessoa nua em posição fetal, com o corpo curvado e os braços envolvendo os joelhos, como se buscasse proteção ou consolo. A luz do sol filtra suavemente pela superfície da água, criando um ambiente sereno, silencioso e melancólico. O fundo é de areia clara, sem distrações, reforçando a sensação de isolamento, introspecção e reclusão. A imagem evoca fortemente a ideia de vulnerabilidade, refúgio e esquecimento — uma metáfora visual poderosa da vida de pessoas com deficiência ou em situações de invisibilidade social.
    Neurodiversidade,  Saúde

    A Concha, o Corpo e o Silêncio: Crônica para os Esquecidos do Mar da Deficiência

    “As pessoas se esquecem das criaturas que vivem dentro das conchas”1.A frase passou pelo filme como o vento que atravessa uma cortina leve — quase imperceptível, mas suficiente para causar um estremecer na alma. E ficou. Não como uma lembrança, mas como uma ferida aberta. Uma sentença silenciosa escrita nas paredes úmidas das casas onde moram aqueles que não aparecem, aqueles que não performam, aqueles que não são lembrados porque não conseguem ser vistos. Leia também: Pessoas com deficiência e fé cristã A concha é metáfora, mas também é matéria. Ela é forma, mas sobretudo é existência. Para muitos de nós, ela não é um invólucro descartável. É carne, é…

  • Uma imagem simbólica que retrata a dualidade do autismo como deficiência e neurodiversidade. Pessoas diversas, representando o espectro autista, estão unidas sobre uma ponte de peças de quebra-cabeça, simbolizando a conexão e a inclusão. Ao fundo, um cenário urbano monocromático contrasta com padrões vibrantes e coloridos que refletem a singularidade da neurodiversidade. O céu apresenta uma transição de nuvens escuras para uma luz radiante no horizonte, simbolizando os desafios enfrentados e a esperança de um futuro mais inclusivo.
    Artigo

    Autismo: Deficiência e Neurodiversidade

    O ano de 2024 chegou ao fim trazendo angústias e retrocessos significativos para a comunidade autista. Agora, em 2025, o cenário continua preocupante, apontando para uma direção ainda mais desafiadora. Entre as situações mais alarmantes esteve a possibilidade de exclusão das pessoas com autismo de nível 1 de suporte da lista de beneficiários do Benefício de Prestção Continuada (BPC-Loas). Isso, por si só, já representa um ataque direto aos direitos de uma parcela significativa de nossa população. Como se não bastasse, também foi retirada a cadeira de representação das pessoas autistas no CONAD, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na minuta mais recente. Claramente, essas medidas indicam…

  • Autismo,  Neurodiversidade,  Teologia

    Pessoas com deficiência e fé cristã

    A diversidade é um princípio fundamental na fé cristã, e a inclusão de pessoas com deficiência desempenha um papel crucial nessa diversidade. Ao observar a vontade de Deus e de Cristo, é evidente que a aceitação e valorização das pessoas com deficiência são aspectos intrínsecos da fé cristã. No contexto de 2 Coríntios 12, onde Paulo relata a resposta de Jesus sobre a fraqueza, podemos ver como as pessoas com deficiência desempenham um papel importante na obra divina. A diversidade no meio cristão não é uma mera escolha, mas uma expressão da vontade de Deus. A Bíblia deixa claro que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34) e que…