O Peso do Fazer e o Esquecimento do Ser
Acordamos com pressa, dormimos com culpa. O tempo, esse senhor inflexível, nos arrasta como se fosse dono da nossa alma. Vivemos entre planilhas e postagens, entre tarefas e metas, entre agendas lotadas e cafés apressados. A vida, dizem, é movimento. Mas que tipo de movimento é esse que não nos permite parar? Leia também: A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade Na modernidade, a essência da vida foi sequestrada pelo fazer. Tudo gira em torno do produzir. Produzimos conteúdo, resultados, filhos, festas, memórias instantâneas — e esquecemos que viver não é uma função executiva. Tornamo-nos engrenagens bem lubrificadas de uma máquina que nunca para. O sistema nos sorri com dentes…
A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade
Há uma linha tênue entre o fazer e o julgar. Uma linha que, quando cruzada, revela mais sobre quem critica do que sobre quem é criticado. Quantos de nós, em algum momento, não nos vimos diante do espelho da superioridade, achando que nosso fazer era maior, mais nobre, mais necessário? E, no entanto, quantas vezes esse mesmo espelho nos devolveu a imagem de alguém que, enquanto fazia uma coisa, deixava incontáveis outras por fazer? A vida é um mosaico de ações e omissões. Quem planta uma árvore não está curando um doente. Quem escreve um poema não está construindo uma casa. Quem lidera uma nação não está alimentando um mendigo.…