• A imagem mostra uma cena urbana em tons de cinza, transmitindo uma atmosfera fria e mecânica. Várias pessoas caminham apressadas em diferentes direções, com rostos desfocados ou apagados, o que simboliza a perda de identidade e individualidade. Todas parecem alheias umas às outras, como engrenagens em movimento automático. Ao fundo, há um grande mural com a ilustração de uma paisagem natural, com árvores — um forte contraste com o concreto e a pressa ao redor. Diante dele, uma única figura está sentada em silêncio, imóvel, em postura contemplativa, sugerindo um momento de pausa e reflexão em meio ao caos produtivista. A imagem evoca exatamente o conflito entre o "fazer" frenético da vida moderna e a necessidade esquecida de simplesmente "ser".
    Crônicas

    O Peso do Fazer e o Esquecimento do Ser

    Acordamos com pressa, dormimos com culpa. O tempo, esse senhor inflexível, nos arrasta como se fosse dono da nossa alma. Vivemos entre planilhas e postagens, entre tarefas e metas, entre agendas lotadas e cafés apressados. A vida, dizem, é movimento. Mas que tipo de movimento é esse que não nos permite parar? Leia também: A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade Na modernidade, a essência da vida foi sequestrada pelo fazer. Tudo gira em torno do produzir. Produzimos conteúdo, resultados, filhos, festas, memórias instantâneas — e esquecemos que viver não é uma função executiva. Tornamo-nos engrenagens bem lubrificadas de uma máquina que nunca para. O sistema nos sorri com dentes…

  • A imagem retrata um grupo de pessoas envolvidas em atividades agrícolas e intelectuais, evocando um ambiente rural e de trabalho coletivo. No primeiro plano, dois homens estão ajoelhados no solo, plantando mudas com grande atenção e esforço. Um deles veste uma camisa branca arregaçada, demonstrando dedicação ao trabalho braçal. Ao lado, uma mulher segura uma vara ou uma pequena árvore, enquanto outra lê um livro, sugerindo a combinação de conhecimento e prática. No centro da composição, uma mulher vestida de maneira elegante segura um prato e observa a cena com uma expressão serena e contemplativa. À direita, uma figura com um lenço vermelho segura uma cruz de madeira, simbolizando talvez fé ou um elemento religioso, enquanto um homem sentado escreve atentamente em um livro ou caderno, representando o registro do conhecimento ou da administração do trabalho. Ao fundo, a paisagem e o céu carregado de nuvens escuras criam uma atmosfera dramática, contrastando com a luz que ilumina os personagens, destacando seu esforço e propósito. A cena transmite uma mensagem de trabalho, fé e sabedoria, podendo sugerir uma reflexão sobre a relação entre a terra, o conhecimento e a espiritualidade.
    Crônicas

    A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade

    Há uma linha tênue entre o fazer e o julgar. Uma linha que, quando cruzada, revela mais sobre quem critica do que sobre quem é criticado. Quantos de nós, em algum momento, não nos vimos diante do espelho da superioridade, achando que nosso fazer era maior, mais nobre, mais necessário? E, no entanto, quantas vezes esse mesmo espelho nos devolveu a imagem de alguém que, enquanto fazia uma coisa, deixava incontáveis outras por fazer? A vida é um mosaico de ações e omissões. Quem planta uma árvore não está curando um doente. Quem escreve um poema não está construindo uma casa. Quem lidera uma nação não está alimentando um mendigo.…