• A imagem mostra um alienígena de pele verde, cabeça grande e olhos negros característicos, segurando um espelho ornamentado no espaço sideral. No reflexo do espelho, em vez da figura do próprio alien, aparece o rosto de um jovem humano, com expressão pensativa e olhar introspectivo. Ao fundo, o cenário cósmico é preenchido por nebulosas em tons de roxo e rosa, criando uma atmosfera surreal. A composição visual sugere uma reflexão existencial: o "outro" alienígena é, no fundo, uma versão de nós mesmos.
    Crítica,  Crônicas,  Filosofia,  Nerd

    Alienígenas Antrópicos e Outras Ficções de Espelho

    Hollywood tem uma fixação adorável e meio infantil com alienígenas. Sempre que um novo filme de invasão chega às telonas, já sabemos o que esperar: seres verdes, cabeçudos, com olhos grandes e pretos (provavelmente míopes de tanto olhar para a Via Láctea) ou criaturas gosmentas e hostis que falam uma língua gutural e esquisita — algo entre Klingon e mau humor matinal. Leia também: Humor Sem Freios: O Stand-up e a Parede da Lei Mas o que realmente me intriga não são as naves em forma de disco, nem os raios desintegradores ou os planos mirabolantes para dominar Nova York (sempre Nova York, como se os ETs tivessem uma obsessão…

  • Ilustração realista de um homem idoso com barba grisalha observando, com um livro nas mãos, uma cidade medieval com casas humildes e uma catedral imponente ao fundo, ao pôr do sol.
    Crítica

    Quem Tem Medo de Karl Marx?: Crítico ou Bicho-Papão

    “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo.” — Karl Marx É comum, nos meios cristãos mais conservadores, ouvir que Karl Marx deve ser evitado como um bicho-papão ideológico. Há quem o trate como uma ameaça à fé cristã, um ícone ateísta cuja missão seria destruir tudo o que diz respeito a Deus. Mas será que essa percepção é justa, ou é fruto de um mal-entendido profundo? Quem tem medo de Karl Marx — e por quê? Leia também: O Mito do Racismo Reverso Antes de qualquer…

  • A imagem retrata uma cena cósmica e profundamente simbólica. No centro, uma luz radiante e vertical irrompe como uma manifestação divina, representando Deus em forma de pura luz. Ao redor dessa luz central, uma pauta musical em forma de infinito flutua, com notas musicais brilhantes se espalhando pelo espaço estrelado, sugerindo harmonia eterna e transcendência. No chão nebuloso, dezenas de silhuetas humanas dançam com os braços erguidos, em total liberdade e sintonia com a música cósmica. Cada figura parece conectada ao universo, à luz e à própria existência, compondo uma coreografia espiritual. A imagem evoca uma visão teológica e filosófica da dança como expressão de fé, pensamento e comunhão com o divino, numa estética que une o poético ao sagrado.
    Filosofia

    A Filosofia do Dançar Como Ato de Fé e Liberdade

    Quando falamos em dançar dentro do meio cristão, a palavra escorrega por entre dedos teológicos como se carregasse o peso de uma culpa ancestral. Ela é rapidamente sufocada por olhares austeros e interpretações que, de tão fechadas, tornaram o corpo uma prisão ao invés de expressão. Em muitas tradições cristãs, tudo aquilo que pulsa no corpo é prontamente classificado como carnal, impuro, indigno. A dança, por ser movimento e pulsação, por carregar ritmo, graça e alegria, foi por muito tempo julgada como algo mundano, quase demoníaco. Como se Deus fosse estático, imóvel, preso a um trono de mármore onde os sorrisos morrem e os pés nunca saem do chão. Leia…

  • A imagem retrata uma cabeça humana composta inteiramente por ícones de redes sociais, aplicativos, símbolos da cultura digital e objetos diversos. Fragmentos e peças estão se desprendendo da cabeça, como se ela estivesse em processo de desintegração ou colapso. Ao redor, pedaços de espelhos quebrados flutuam, refletindo a fragmentação da identidade. O fundo escuro acentua o contraste, transmitindo uma sensação de vazio, solidão e crise existencial. A imagem simboliza o excesso de informações, a hiperidentificação e a perda do eu autêntico na sociedade contemporânea.
    Filosofia

    A Era do Eu Inchado: Identidade Inflada e a Vacuidade do Ser

    Vivemos uma era marcada por um fenômeno alarmante: a substituição da identidade por uma performance. Em nome da liberdade, cultivamos múltiplos “eus”, montados como colagens frágeis e provisórias, sustentadas por gostos, pertenças tribais e afiliações emocionais. A identidade tornou-se uma fantasia inflada — e o ser humano, uma caricatura de si mesmo. Leia também: Misticismo Quântico: A Distorção da Física Chamo isso de a era do eu inchado — não apenas porque as pessoas estão cansadas, como diagnosticou Byung-Chul Han, ou líquidas, como disse Bauman, mas porque estão transbordando de versões de si mesmas que não são reais. Somos inchados de informações, de imagens, de estímulos, de micropertencimentos, mas vazios…

  • A imagem mostra um jovem homem negro de cabelo cacheado e uma jovem mulher branca de cabelo loiro presos em um intenso olhar um para o outro, separados por um espelho quebrado. As rachaduras do espelho criam fragmentos ao redor de seus rostos, refletindo diferentes ângulos e perspectivas. A luz suave do entardecer reforça a atmosfera contemplativa e simbólica da cena, sugerindo temas como alteridade, identidade e consciência compartilhada.
    Filosofia

    A Consciência do Outro nos Salva do Egocentrismo

    Por séculos, as grandes questões da existência humana giraram em torno de si mesmas: Quem sou eu? ou Qual é o sentido da vida? dominaram as reflexões filosóficas, teológicas e científicas. Porém, ao mergulharmos na complexidade de nossa modernidade — marcada por individualismos exacerbados e um isolamento existencial — é urgente colocarmos em pauta uma pergunta tão essencial quanto as anteriores: Quem é o outro? Por que a minha consciência também o percebe? Leia também: Mitos e Realidades da Psique Humana Essa não é apenas uma indagação social ou ética, mas uma questão profundamente espiritual, filosófica e teológica. Afinal, a consciência, essa dimensão misteriosa de nós mesmos que percebe, sente…

  • A imagem mostra um homem de terno em um ambiente de escritório, olhando pensativo para o céu. A lateral de sua cabeça está aberta, revelando engrenagens metálicas girando — simbolizando uma mente mecânica, presa à lógica do trabalho. No céu, entre nuvens, forma-se uma figura de cérebro feito de nuvem, iluminada, sugerindo consciência, pensamento livre e imaginação. A cena contrasta a mecanização do trabalhador com a possibilidade de reconexão com sua humanidade pensante.
    Artigo

    A Lógica do Lucro: Trabalhar até quebrar

    Vivemos em uma era em que o valor humano é medido por métricas de desempenho e lucro. No cenário capitalista globalizado, empresas operam sob a lógica brutal da produtividade: quem rende é mantido, quem não rende é descartado. É o corte frio da eficiência. Recentemente, demissões em massa têm acontecido não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo. E não por falta de recursos — mas porque o sistema exige constante crescimento, mesmo que esse crescimento destrua pessoas no processo. Leia também: A Simplicidade Esquecida da Identidade Cristã Poderíamos tentar suavizar essa lógica com alguma analogia bíblica — como a da videira e dos ramos em João 15…