• A imagem mostra o interior de uma fábrica do século XIX, com estrutura de madeira e engrenagens grandes movendo máquinas a vapor. Há vários operários, todos homens, vestidos com roupas típicas da época — camisas de mangas arregaçadas, coletes e boinas — trabalhando de forma concentrada. O ambiente é sombrio, iluminado parcialmente por feixes de luz que entram pelas janelas altas. No fundo, penduradas na parede, há duas imagens religiosas emolduradas, sugerindo um elemento de fé no meio do trabalho pesado. O chão está coberto por palha ou fibras vegetais, e o ar parece denso com fumaça e vapor das máquinas. A atmosfera transmite esforço físico intenso, cansaço e um toque de devoção silenciosa.
    Artigo,  Sociedade

    A História da Dor: Entre a Cruz, o Mercado e o Silêncio

    Ao longo da história da humanidade, uma constante atravessa impérios, religiões, sistemas econômicos e correntes filosóficas: nós sofremos, a dor é real. Sofremos no corpo, na mente e na alma; sofremos na guerra e na paz; sofremos na abundância e na escassez. Cada época trouxe seus próprios tipos de dores, e cada indivíduo enfrentou — e ainda enfrenta — seus próprios “demônios”. Leia também: O Peso da Dor e o Silêncio dos Cúmplices O que muda, no entanto, é como a sociedade interpreta e lida com esse sofrimento. Nem sempre existiu o conceito de vitimização. Nas sociedades antigas, lamentar-se publicamente não era, via de regra, bem-visto. A dor, quando exposta,…

  • A imagem mostra uma Bíblia aberta sobre um mapa antigo, evocando a era do colonialismo. Ao redor da Bíblia, repousa uma corrente de ferro enferrujada, simbolizando a escravidão. A luz dourada que ilumina a cena vem da lateral superior direita, criando um contraste simbólico entre a opressão representada pela corrente e a liberdade e fé simbolizadas pela Bíblia. A composição sugere uma tensão entre o uso da religião para justificar a escravidão e seu poder libertador quando lida à luz do Evangelho. É uma imagem altamente simbólica e representativa de debates históricos, teológicos e éticos sobre o papel do cristianismo na escravidão.
    Ensaios,  Sociedade

    Entre a Cruz e os Grilhões: A Escravidão e a Ambivalência Histórica do Cristianismo

    Introdução A escravidão foi uma das instituições mais cruéis e persistentes da história humana. Entre os séculos XV e XIX, milhões de africanos foram arrancados de suas terras e submetidos a uma existência de servidão, violência e desumanização. O que causa perplexidade é o fato de que, durante grande parte desse período, o Cristianismo — a religião do Deus encarnado como servo — foi usado tanto para justificar quanto para combater a escravidão. Este ensaio propõe uma análise teológico-histórica dessa ambivalência, comparando as justificativas oferecidas por católicos e protestantes, tanto a favor quanto contra a escravidão. A partir disso, refletimos sobre a relação entre fé e poder, Bíblia e ética,…

  • Crítica

    Banheiros Unissex: História, Ideologia e Histeria

    Se há algo que parece unir as massas em debates fervorosos e alucinados, é o destino dos banheiros públicos. Isso mesmo, a humilde casa de necessidades virou palco de disputas acaloradas, fake news desenfreada, e até demissões de diretores de escolas que, sem querer, caíram no olho do furacão. A mais nova polvorosa (imagine aquele polvo rosa irritado) gira em torno da ideia dos banheiros unissex. É quase como se tivéssemos descoberto que o armário do Nárnia se esconde na porta de cada banheiro misto. Leia também: A Crítica ao Fenômeno “Pai/Mãe” de Pet A gritaria é tanta que parece que nunca, jamais, na história deste planeta, homens e mulheres…