• A imagem retrata uma cabeça humana composta inteiramente por ícones de redes sociais, aplicativos, símbolos da cultura digital e objetos diversos. Fragmentos e peças estão se desprendendo da cabeça, como se ela estivesse em processo de desintegração ou colapso. Ao redor, pedaços de espelhos quebrados flutuam, refletindo a fragmentação da identidade. O fundo escuro acentua o contraste, transmitindo uma sensação de vazio, solidão e crise existencial. A imagem simboliza o excesso de informações, a hiperidentificação e a perda do eu autêntico na sociedade contemporânea.
    Filosofia

    A Era do Eu Inchado: Identidade Inflada e a Vacuidade do Ser

    Vivemos uma era marcada por um fenômeno alarmante: a substituição da identidade por uma performance. Em nome da liberdade, cultivamos múltiplos “eus”, montados como colagens frágeis e provisórias, sustentadas por gostos, pertenças tribais e afiliações emocionais. A identidade tornou-se uma fantasia inflada — e o ser humano, uma caricatura de si mesmo. Leia também: Misticismo Quântico: A Distorção da Física Chamo isso de a era do eu inchado — não apenas porque as pessoas estão cansadas, como diagnosticou Byung-Chul Han, ou líquidas, como disse Bauman, mas porque estão transbordando de versões de si mesmas que não são reais. Somos inchados de informações, de imagens, de estímulos, de micropertencimentos, mas vazios…

  • A imagem apresenta uma cena intensa e profundamente simbólica, pintada no estilo barroco de Caravaggio. Em um ambiente escuro, apenas iluminado por uma luz dramática que incide sobre os personagens principais, vemos Cristo ajoelhado à esquerda, vestido com uma túnica em tom vinho e com uma expressão serena e compassiva. Sua mão direita repousa sobre o queixo de um jovem cristão ajoelhado à sua frente, à direita da composição. O jovem, de roupas simples e expressão angustiada, olha para Cristo com um misto de esperança e arrependimento, sugerindo um momento de profunda entrega espiritual. A iluminação evidencia os detalhes anatômicos dos corpos e transmite a tensão emocional da cena. Ao fundo, colunas escuras e sombras reforçam o clima dramático e solene, característico das obras de Caravaggio. É uma representação vívida da relação de discipulado, humildade e encontro com Cristo.
    Artigo

    A Simplicidade Esquecida da Identidade Cristã

    A pergunta “Quem sou eu?” ecoa com força não apenas nos corredores da filosofia, mas também nos púlpitos, nos grupos de discipulado e nos corações dos cristãos de todas as idades. No entanto, quando a interrogação é ampliada para “Quem sou eu em Cristo?”, o eco parece mais confuso do que revelador. A cada nova geração, a busca por identidade espiritual ressurge como se fosse uma novidade, e as gerações anteriores, embora já tenham feito essa pergunta, permanecem atentas, temerosas de terem perdido algo essencial no caminho. Leia também: A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade Por que, afinal, continuamos sem uma resposta definitiva? A resposta, ouso dizer, não está…

  • Artigo,  Crítica

    O Declínio da Teologia e a Crise da Fé

    Atualmente, observamos uma crise na identidade cristã que é, na maioria, resultado do abandono da teologia sólida tanto por vertentes pentecostais quanto por igrejas tradicionais. A teologia, que deveria ser o alicerce sobre o qual se constrói a prática cristã, foi relegada a segundo plano. Isso gerou um efeito devastador na igreja contemporânea, onde a prática é cada vez mais desconectada de uma base teórica robusta. Se não há bons teólogos, os pastores que não estudam teologia são piores ainda. A falta de uma boa teoria conduz a uma prática ainda mais deficiente. Muitos líderes religiosos têm sucumbido ao medo de que o estudo teológico comprometa o “poder” do Espírito,…