• A imagem mostra uma cena urbana em tons de cinza, transmitindo uma atmosfera fria e mecânica. Várias pessoas caminham apressadas em diferentes direções, com rostos desfocados ou apagados, o que simboliza a perda de identidade e individualidade. Todas parecem alheias umas às outras, como engrenagens em movimento automático. Ao fundo, há um grande mural com a ilustração de uma paisagem natural, com árvores — um forte contraste com o concreto e a pressa ao redor. Diante dele, uma única figura está sentada em silêncio, imóvel, em postura contemplativa, sugerindo um momento de pausa e reflexão em meio ao caos produtivista. A imagem evoca exatamente o conflito entre o "fazer" frenético da vida moderna e a necessidade esquecida de simplesmente "ser".
    Crônicas

    O Peso do Fazer e o Esquecimento do Ser

    Acordamos com pressa, dormimos com culpa. O tempo, esse senhor inflexível, nos arrasta como se fosse dono da nossa alma. Vivemos entre planilhas e postagens, entre tarefas e metas, entre agendas lotadas e cafés apressados. A vida, dizem, é movimento. Mas que tipo de movimento é esse que não nos permite parar? Leia também: A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade Na modernidade, a essência da vida foi sequestrada pelo fazer. Tudo gira em torno do produzir. Produzimos conteúdo, resultados, filhos, festas, memórias instantâneas — e esquecemos que viver não é uma função executiva. Tornamo-nos engrenagens bem lubrificadas de uma máquina que nunca para. O sistema nos sorri com dentes…

  • Artigo,  Crítica

    Quando a Meritocracia Usurpa o Evangelho

    No cenário eclesiástico contemporâneo, surgem diversas justificativas para a disparidade financeira entre pastores e suas comunidades, muitas vezes permeadas por uma visão de meritocracia influenciada pelo capitalismo. Recentemente, duas declarações captaram minha atenção, ambas refletindo essa mentalidade de forma preocupante. A primeira alegava que um pastor deve ter seu padrão de vida ajustado ao contexto econômico de sua congregação: pastores em igrejas ricas deveriam viver em conforto e abundância, enquanto aqueles em comunidades pobres estariam condenados a uma vida mais humilde. A segunda justificativa afirmava que é natural que pastores famosos recebam maiores ofertas do que aqueles menos conhecidos, pois o primeiro “trabalhou” por seu sucesso. Essas declarações, à primeira…