• A imagem mostra dois perfis humanos frente a frente, cada um com o cérebro visível. O cérebro à esquerda é azulado, com conexões em tons de laranja e aparência geométrica, sugerindo lógica e estrutura — simbolizando o cérebro autista. O cérebro à direita é em tons quentes, com formas mais orgânicas, representando o cérebro neurotípico. Entre ambos, há uma ponte luminosa conectando suas testas, simbolizando a tentativa de compreensão mútua e o conceito da “dupla empatia”. O fundo é neutro e minimalista, transmitindo uma sensação científica e reflexiva.
    Autismo,  Neurodiversidade

    A Sinceridade Inconveniente da Pessoa Autista

    É curioso como a sociedade prega a importância da autenticidade, mas parece entrar em colapso quando encontra alguém que a pratica em sua forma mais pura. O autista, aquele sujeito que fala o que pensa sem adornos, sem os floreios exigidos pela etiqueta social, acaba sendo tachado de ríspido, inconveniente ou até insensível. O mais intrigante, contudo, é que não são outros autistas que o percebem assim, mas sim as pessoas neurotípicas — ou, como muitos autistas têm preferido chamar, os alistas. Leia também: Autismo: Deficiência e Neurodiversidade A ironia é evidente: o mesmo grupo que defende a empatia como um valor universal parece ter dificuldades em aplicá-la quando a…

  • A imagem é um pôster promocional da série Murderbot, da Apple TV+. À esquerda, em destaque, está o título “MURDERBOT” em letras grandes e laranja vibrante, com uma tipografia futurista. À direita, vemos o rosto de um homem — que parece ser parcialmente humano e parcialmente robô — encaixado em um corpo mecânico, com fios expostos e fumaça saindo do pescoço, sugerindo danos ou transformação. O contraste entre a expressão melancólica do rosto e a brutalidade metálica do corpo evidencia o conflito entre humanidade e máquina, tema central da série. O logotipo da Apple TV+ aparece na parte superior.
    Nerd,  Neurodiversidade

    Crítica da Série: Diários de um Robo Assassino – Uma Ode Neurodivergente

    Por trás do título que parece ter saído diretamente de uma prateleira de filmes B dos anos 80, Diários de um Robo Assassino — produção original da Apple TV baseada na série de livros MurderBot Diaries, da escritora Martha Wells — esconde-se uma obra inesperadamente delicada, inteligente e… neurodivergente. Leia também: Crítica: Adolescência – Série Brutal e Necessária A trama acompanha um androide de segurança que conseguiu burlar seu próprio código de controle e, com isso, ganha autonomia de pensamento. Aparentemente uma ameaça de proporções catastróficas, esse “Robo Assassino” (nome que ele mesmo escolheu, ironicamente) não tem interesse algum em matar humanos — ele só quer ficar sozinho, assistir sua novela sci-fi…

  • A imagem mostra uma bandeira branca tremulando ao vento, estampada com o símbolo do infinito colorido, representando o orgulho autista. O infinito exibe tons vibrantes em arco-íris com textura semelhante a aquarela, sugerindo diversidade neurológica. Ao fundo, vê-se um céu azul com nuvens suaves, transmitindo leveza e esperança. Na parte inferior da imagem, há silhuetas de pessoas diversas, em pé, lado a lado, simbolizando resistência, apoio e união na luta por visibilidade e inclusão das pessoas autistas.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Dia do Orgulho Autista: O Que Realmente Celebramos

    Hoje, 18 de junho, é celebrado o Dia do Orgulho Autista. Para quem vê de fora, talvez pareça contraditório: como alguém pode sentir orgulho de um transtorno? De fato, em sã consciência, ninguém se orgulha de viver com dificuldades sensoriais, sociais ou cognitivas. O orgulho que se celebra hoje, portanto, não é o da condição em si, mas da resistência. É a afirmação da vida, da dignidade, da permanência diante de um mundo estruturalmente capacitista. Leia também: Liberdade Autista: Busca pela Autenticidade Esse dia nasceu da necessidade de contar outras histórias — histórias que por muito tempo foram silenciadas, distorcidas ou ignoradas. A celebração é uma espécie de grito coletivo…

  • A imagem mostra um homem sentado em um banco de praça, em perfil, com expressão pensativa. Ele apoia o queixo na mão, olhando para o horizonte, imerso em seus pensamentos. Ao fundo, pessoas caminham, mas estão desfocadas, representando um contraste entre o movimento do mundo e a introspecção do personagem. O cenário é arborizado, transmitindo um clima calmo e reflexivo.
    Autismo,  Neurodiversidade

    Reflexões Antes de Me Saber Autista

    Alguns meses antes de receber meu diagnóstico de autismo, escrevi um texto que publiquei no Facebook. Naquela época, eu sequer sabia o que era ser autista. Eu não tinha ideia de que certas características que sempre carreguei, e que achava apenas traços da minha personalidade, na verdade, eram expressões de um funcionamento neurológico diferente. Escrevo agora, revisitando aquele relato, com um olhar mais consciente, mas sem alterar a essência do que vivi. Leia também: Meu Processo de Diagnóstico de Autismo Minha vida inteira carreguei uma capacidade muito intensa de empatia — mas não aquela empatia romântica, superficial, que às vezes é confundida com simpatia ou gentileza social. Trata-se de uma…

  • Na imagem, um grupo de sete pessoas está reunido em uma mesa redonda de madeira ao ar livre, em um ambiente cercado de árvores e vegetação. Todos estão sorrindo, demonstrando alegria, acolhimento e amizade. Sobre a mesa, há vários livros abertos, indicando uma conversa descontraída sobre temas como Bíblia, teologia ou estudo. O clima é leve, agradável e acolhedor, refletindo comunhão, inclusão e amor prático entre os participantes. A luz do sol atravessa as árvores, iluminando suavemente a cena e reforçando a sensação de paz e conexão.
    Neurodiversidade,  Teologia da Deficiência

    Sobre o Corpo, os Membros e o Amor Que se Faz Carne

    Há quem pense que amar seja verbo de assento macio, que se conjuga em discursos, abraços frouxos e promessas lançadas ao vento. Mas há um amor que é verbo de chão, de calo nas mãos, de mesa posta, de escuta atenta. Amor que não se limita a dizer “você é bem-vindo”, mas que se traduz em “aqui está seu lugar.” No Corpo, há muitos membros, dizia Paulo, o apóstolo. E cada um com sua função, seu compasso, sua cadência. O problema é que nem sempre o Corpo lembra que nem todo pé corre, nem toda mão toca, nem todo olho vê da mesma maneira. Às vezes, esquecemos que há membros…

  • A imagem apresenta um pássaro de aparência majestosa e etérea, voando em direção a várias mãos estendidas. A cena tem um tom artístico e surreal, com um fundo nebuloso e celestial, dando uma sensação de mistério e transcendência. As asas do pássaro parecem se dissolver em pequenos fragmentos, que podem ser interpretados como pedaços de papel, penas ou borboletas, reforçando uma simbologia de transformação, liberdade e efemeridade. As mãos ao redor parecem estar oferecendo acolhimento ou buscando contato com a ave, sugerindo um tema de conexão, esperança ou libertação. A paleta de cores escuras e douradas adiciona um ar dramático e contemplativo à composição.
    Autismo,  Neurodiversidade

    O Pássaro Não Precisa Explicar seu Voo

    Há um pássaro pousado no meu peito. Ele não canta como os outros, não voa no mesmo ritmo, não escolhe os mesmos galhos. Às vezes, ele se esconde quando o mundo fala alto demais. Outras, ele se perde em cantos que só ele enxerga. Mas ele não está errado. Ele só é pássaro de um jeito diferente. Hoje é 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e eu queria dizer algo bonito, algo que fizesse você entender. Mas a verdade é que talvez você nunca vá entender de verdade — assim como eu nunca vou entender completamente como é ser você, neurotípico, navegando o mundo com uma bússola…