A Crônica da Espada, da Almofada e da Noiva
Era uma terça-feira qualquer quando, entre um café quente e uma notificação no celular, vi um post no Instagram que me arrepiou mais que sermão de domingo em cadeira de plástico. Afirmava, com a segurança típica de quem nunca duvidou da própria ignorância, que a igreja está sendo “feminilizada”. Dizia mais: que a palavra pregada pela mulher já não é espada, mas almofada. E arrematava com um suspiro apocalíptico: “estamos perdendo a essência masculina da Igreja”. Fechei o aplicativo. E respirei. Não por indignação — que já aprendi a digerir com salmos imprecativos —, mas por cansaço. O cansaço de quem vê, todo dia, homens construindo castelos de autoridade sobre…