Púlpito: Entre o Símbolo e o Exagero
Introdução O púlpito cristão, em sua forma mais simples, é um suporte para a proclamação da Palavra. No entanto, historicamente, ele assumiu uma função que ultrapassa a utilidade física, tornando-se um símbolo teológico da centralidade das Escrituras nas comunidades de fé. Desde os primeiros séculos do cristianismo até os movimentos reformados, o púlpito foi sendo progressivamente elevado — em sentido literal e espiritual — como expressão da autoridade bíblica. Ao mesmo tempo, seu desenvolvimento estético e funcional carregou ambivalências: serviu tanto à edificação da fé quanto ao fortalecimento de estruturas hierárquicas que, por vezes, se afastaram do espírito evangélico. Leia também: O Debate na Fé Cristã: Diálogo e Maturidade Nos…
Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado
Há um silêncio cúmplice que ecoa nos púlpitos das igrejas evangélicas brasileiras. Um silêncio que não é de reverência, mas de omissão. Um silêncio quase ensurdecedor diante do clamor de irmãos e irmãs que carregam na pele a marca de uma cor que ainda hoje é marginalizada, ignorada, agredida. Falar sobre racismo na igreja não é trazer “pauta política” ao altar — é, antes, responder bíblica e profeticamente ao clamor da justiça. É cumprir o evangelho. Leia também: Blackface: A Arte da Humilhação Infelizmente, quando se menciona racismo em muitos ambientes evangélicos, logo surgem vozes defensivas: “isso é lacração”, “isso é marxismo”, “isso é ideologia”. Mas o que deveria ser…