• A imagem mostra um pastor negro pregando com seriedade em uma igreja simples, de arquitetura tradicional. Ele está de pé atrás de um púlpito de madeira, com um microfone, enquanto a congregação — composta principalmente por crianças e adolescentes negros — ouve atentamente. Um feixe suave de luz solar atravessa uma janela em estilo gótico, iluminando o ambiente com uma atmosfera de paz, reverência e esperança. A cena transmite acolhimento, resistência e a importância da representatividade no espaço religioso.
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    Racismo na Igreja: O Pecado (Quase) Silenciado

    Há um silêncio cúmplice que ecoa nos púlpitos das igrejas evangélicas brasileiras. Um silêncio que não é de reverência, mas de omissão. Um silêncio quase ensurdecedor diante do clamor de irmãos e irmãs que carregam na pele a marca de uma cor que ainda hoje é marginalizada, ignorada, agredida. Falar sobre racismo na igreja não é trazer “pauta política” ao altar — é, antes, responder bíblica e profeticamente ao clamor da justiça. É cumprir o evangelho. Leia também: Blackface: A Arte da Humilhação Infelizmente, quando se menciona racismo em muitos ambientes evangélicos, logo surgem vozes defensivas: “isso é lacração”, “isso é marxismo”, “isso é ideologia”. Mas o que deveria ser…

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    Blackface: A Arte da Humilhação

    O blackface é um conceito carregado de racismo, um símbolo de discriminação e desumanização histórica. No século XIX, em pleno auge do racismo institucionalizado, homens brancos se pintavam de preto e parodiavam, de forma grotesca, pessoas negras em apresentações teatrais chamadas de minstrel shows. O objetivo não era entreter com empatia, mas ridicularizar. As encenações promoviam estereótipos racistas: os negros eram retratados como preguiçosos, infantis, incivilizados e até mesmo perigosos. Leia também: Whiteface: Ironia e Resistência À primeira vista, o blackface pode parecer uma forma de “arte” inofensiva para quem desconhece seu contexto, mas ele está intrinsecamente ligado ao racismo e à perpetuação da inferiorização da população negra. O problema…

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    O Mito do Racismo Reverso

    A branquitude dominante, em sua busca incessante por perpetuar o poder, criou uma ficção perversa: o racismo reverso. É uma invenção que, embora absurda, ganhou ressonância entre aqueles que se sentem ameaçados pelo simples ato de questionamento. Esses defensores do poder histórico, em sua engenhosidade para distorcer a realidade, comparam uma ironia lançada por uma pessoa negra a um branco ao peso histórico e sistêmico do racismo. Uma comparação desonesta, tosca, mas cuidadosamente articulada para manter a supremacia intacta. Há uma fantasia elaborada nessas mentes, que insistem em enxergar o desconforto de ouvir verdades como o mesmo que sofrer a opressão secular. Os poderosos, quando confrontados, armam-se de sua fragilidade…